CENA 1: Guilherme, cada vez mais assustado e temendo ser agredido por Flavinho, se levanta.
-Eu... eu já tava de saída. - fala Guilherme.
-Calma, gente. Calma, Guilherme. Tá tudo bem... eu não vou morder, não vou atacar, não vou bater nem dar escândalo. Fica, Guilherme. Senta aí que eu só quero conversar. - fala Flavinho.
Érico começa a explicar a situação.
-Flavinho... eu vou dizer a verdade. Sabe aquele dia que a gente saiu junto? Pois é... quando você foi no banheiro, bem... a gente se beijou. Não foi ele que me beijou nem eu que beijei ele... nós dois sentimos atração... e tivemos essa vontade. Não aconteceu mais depois... eu juro. - explica Érico.
-É verdade o que ele disse, Flavinho. Foi um momento de fraqueza. - fala Guilherme.
-Gente, sinceramente... chega de tapar o sol com a peneira, né? A gente sabe como isso vai andar. A gente pode simplesmente pular a parte chata de chororô e partir logo pro que cada um quer de verdade. Tá na cara que ocês dois se amam e não perceberam isso a tempo. Quer dizer... o Guilherme que foi o lerdo dessa história. Mas, na boa? É assim que tem que ser. Vocês dois juntos. Desde o começo era pra ser isso. Eu fui só uma distração e sei disso. Não preciso de drama, nem de explicações. Eu vim aqui hoje com a ideia de passar um momento feliz com o Érico. Mas não precisa. Pode ser com vocês. Não nos termos que eu pensei. Tá na cara, vocês que precisam ficar juntos. Não sou eu que preciso enxergar isso por vocês, porque tenho certeza que esse sentimento que une ocês dois é tão forte que resistiria mesmo às mais duras imposições da vida. Só que eu não quero ser essa pedra no caminho de vocês. Não quero ser uma pedra no caminho de ninguém. E por isso que eu tou te libertando, Érico. Vai ser feliz com quem você ama. Guilherme... admite aí: ocê sempre amou o Érico. Não precisa ter medo. Não precisa esconder. Vocês precisam ficar juntos. Isso é amor, puro e simples. Não precisa de explicação. Não precisa de drama, eu não preciso sofrer por estar terminando com você, Érico. A gente sabia que isso ia acontecer cedo ou tarde. A vida às vezes nos dá chances únicas. Não acho legal desperdiçar essas chances. Não desperdicem a de vocês. Vocês podem, devem e merecem ser felizes juntos. Não percam essa oportunidade por nada nesse mundo. Foi bom eu ter vindo aqui sem avisar. Lá no fundo eu tava mesmo querendo encontar um jeito de te libertar, Érico. Fico até aliviado de saber que tou te libertando p'rocê voltar pro seu amor de verdade. Se joga! - fala Flavinho.
CORTA A CENA.
CENA 2: Na manhã seguinte, Cristina desabafa durante café da manhã com Vitório, que dormiu em sua casa.
-É, meu amigo... eu ainda não aceitei essa coisa toda que o Fábio fez.
-Tá difícil até pra mim, compreender as razões dele.
-Pois é, Vitório. Eu sei que ele tem razões pra estar ferido, mas nunca nessa vida eu pensei que ele ia se mandar pra longe, ainda mais pra Espanha...
-Não sei sinceramente o que posso te dizer em relação a isso.
-Vitório... não precisa me dizer nada. Você já tem feito bastante ao me ouvir.
-Não acho o suficiente. Sou seu amigo, antes de mais nada. Se pudesse, eu juro que arrancava essa dor daí de dentro.
-Eu agradeço de coração pela sua boa vontade... mas não tem como. Tudo isso que eu tou passando, de certa forma, é da minha própria responsabilidade.
-Acho meio complicado você se culpar por isso.
-Não tem essa de me culpar. Mas seria infantil da minha parte se eu fugisse do óbvio e não reconhecesse que tudo isso foi responsabilidade minha.
-Pensando por esse lado... faz sentido. Ainda mais que a gente tem essa mania de fugir das coisas.
-A famigerada falta de autocrítica sagitariana. A gente consegue ser bem insuportável. Tenho aprendido a não ser tão dona da verdade, mas é aprendizado diário, cê sabe...
-Pelo menos você conseguiu me resgatar daquela vibe horrível que eu andava...
-Melhor mudar de assunto, né? Senão eu nem consigo comer direito...
CORTA A CENA.
CENA 3: Horas depois, Giovanna vai até Hugo e Valéria, que almoçam juntos.
-Oi, gente. Atrapalho os dois? - pergunta Giovanna.
-De forma alguma, querida. Senta aqui com a gente que a gente tava mesmo planejando a viagem... - fala Valéria.
-Já decidiu se vai com a gente? - pergunta Hugo.
-Sim, gente. Eu pensei bastante e considerei que a melhor coisa que eu posso fazer pra espairecer é ir nessa viagem com vocês! - afirma Giovanna.
-Que coisa boa, Giovanna! Eu tava com receio que ocê acabasse não aceitando, mas tenho certeza que vai te fazer bem esses dias de descanso! - fala Valéria.
-Você vai ver como isso vai acabar sendo um complemento e tanto pro seu tratamento! - fala Hugo.
-Tomara que seja, viu gente? Sinto que não ando conseguindo relaxar ultimamente, apesar do tratamento estar indo maravilhosamente bem... - finaliza Giovanna.
CORTA A CENA.
CENA 4: Daniella e Patrícia retornam da viagem e organizam suas roupas e pertences em casa. Patrícia resolve questionar Daniella sobre Gustavo.
-E o Gustavo?
-O que tem ele, Pati?
-Vai fazer o que em relação a ele? Vai procurar ele ainda hoje?
-Não sei. Acho que não.
-Procura ele, boba... não acha pior se deixar ele ainda mais tempo em standby? Até parece que ocê não sabe que ele nunca teve muita paciência nessa vida...
-Bem, pensando por esse lado, melhor eu ir mesmo ver ele. Acho que vou sim.
-Quando?
-Hoje mesmo.
-Na clínica mesmo?
-Onde mais haveria de ser? Quero ver ele antes de anoitecer. Acho que ele pode ter um tempo pra matar as saudades de mim durante o expediente. Isto é: se ele tiver sentido saudades...
-Deve ter sentido, Dani. A insegura-mor aqui sou eu!
As duas riem. CORTA A CENA.
CENA 5: Valéria conta a Flavinho, por telefone, sobre decisão de Giovanna.
-A Giovanna aceitou mesmo viajar com a gente.
-Gente, isso é loucura. Puta que pariu, Valéria. Cadê a aquariana escaldada que ocê sempre foi?
-Viado, não exagera... ela tá mudada.
-Ai, pelo amor de Deus... não seja ingênua, miga...
-Quem é que te disse que eu tou sendo ingênua, Flavinho?
-Claro que tá! Não era de dar esse mole.
-Isso não é dar mole, Flavinho... e na verdade pra ser bem sincera foi ocê que endureceu demais.
-Eu? Nunca nessa vida!
-Conta outra, viado. Eu entendo suas razões, por ter perdido o Leo e depois a sua mãe, sem mal ter tido tempo de ver a coitada outra vez. Mas não faça dessas dores pretexto pra ser amargo.
-Para, não é nada disso!
-E é o que, então? Acorda enquanto há tempo. Senão ocê vai acabar que nem aquelas pessoas que acham bonito torcer contra as outras!
Flavinho fica abalado. CORTA A CENA.
CENA 6: Cristina recebe alegremente Daniella em sua sala.
-Seja bem vinda de volta, mana! Que saudade!
As duas se abraçam e Daniella percebe que Cristina está triste.
-Mana, tudo isso é saudade ou tem alguma coisa te deixando bem triste?
-Cê não tá sabendo?
-Do seu relacionamento com o Vitório? Eu vi você assumir até na rede social. Não quis dizer nada que cê sabe bem o que penso... a gente já falou sobre isso antes.
-Não, boba. Não é isso. É o Fábio.
-Não entendi.
-Ele foi embora. Se mandou pra Espanha.
-Sério, isso?
-Seríssimo, Dani. Eu nunca nessa vida pensei que ele fosse ser capaz de chegar a esse ponto.
-Mas se ele chegou, é porque ele tá sofrendo com tudo.
-Ah tá... como se eu não tivesse sofrido pelo machismo dele.
-Não disse isso. Mas acho que você tá exagerando pra caramba, mana.
-Logo você me dizendo isso?
-Sim, logo eu. Tem coisas que a gente precisa aprender a superar. A não ser que você não se importe em perder o cara que ama...
-Eu não sei o que fazer, mana...
-Sei disso. Espero que as coisas possam se resolver, ainda.
CENA 7: Guilherme procura Érico.
-Acho que a gente precisa conversar sobre aquela situação de ontem...
-Sim, Gui. O Flávio disse muitas verdades ali.
-Disse. Principalmente sobre o que eu mesmo demorei a perceber, Érico. É você que eu amo, é você que eu sempre amei. Desculpa se demorei tempo demais pra perceber isso. Queria ter percebido antes.
-Podia ser tarde demais, sabia disso?
-Sei sim. Mas não é... é?
-Não.
-Volta pra mim?
-Claro que eu volto. Eu sempre te amei, Guilherme.
-Eu nunca mais nessa vida quero sonhar em te perder.
-Não vai mais me perder. Basta dizer que me ama. Demonstrar esse amor... entender minhas necessidades emocionais.
-Hoje eu entendo. Eu tou pronto pro que você precisa. Eu sinto o mesmo, nunca duvide disso. Eu te amo, te amo, te amo!
Os dois se beijam e reatam namoro. CORTA A CENA.
CENA 8: Daniella conversa com Gustavo.
-Senti tanto sua falta, amor!
-Nem fala, Gustavo. Esse tempo que eu passei fora me deixou numa saudade doida, sabia?
-Fico feliz de saber disso. Tive medo que ocê tivesse esquecido de mim.
-Nem que eu quisesse, bobo. Você faz parte da minha vida e isso nem tem como mudar.
-Então o que nos impede?
-Nos impede do que, Gustavo?
-A gente podia se casar.
-Confesso que se isso fosse dito antes, eu até te xingaria, mas... eu não sei o que anda acontecendo.
-Segue seu coração, amor...
-Eu aceito. Eu posso até me arrepender disso depois. Mas eu quero sim me casar com você!
Gustavo se emociona e os dois se beijam. CORTA A CENA.
CENA 9: Ricardo assusta Giovanna quando ela volta para sua sala e o encontra ali.
-Credo! Tá querendo me matar do coração, Ricardo? Perdeu o caminho do seu lugar?
-Eu e você sabemos porque eu tou aqui.
-A minha bola de cristal infelizmente tá quebrada. Quer fazer favor de ir direto ao ponto?
-Eu vim te dar um recado.
-Então me economiza tempo e fala logo que tou cheia de coisa pra resolver ainda hoje.
-Se você fizer qualquer coisa contra a Valéria, contra o filho dela ou contra o Hugo, você tá perdida, viu?
-Que doideira é essa, Ricardo? Nunca que eu faria nada assim...
-Eu conheço todos os seus lados. E sabe de uma coisa?
-O que?
-Não acredito em você.
-Direito seu. Isso não diminui a transformação pela qual eu tenho passado.
-Você pode enganar a todos, mas não a mim.
-Sai da minha sala, Ricardo. Sinto seu rancor de longe. E cheira mal.
CORTA A CENA.
CENA 10: Daniella e Gustavo vão à sala de Cristina e aguardam pela chegada de Flavinho. Flavinho chega.
-Chamou, chefinha? Dani! Você voltou de viagem! Bem vinda de volta, querida! Senti saudade! - fala Flavinho, abraçando Daniella.
-Eles te chamaram aqui porque tem uma novidade pra contar pra gente. - fala Cristina.
-Isso mesmo. E como ocê é meu melhor amigo de toda a vida, óbvio que a gente tinha que te chamar. - fala Gustavo.
-Então, Flavinho... é que eu senti uma falta danada do Gustavo nesse tempo que estive pela Bahia. Foi então que a gente conversou bem a respeito e decidiu que chegou o momento da gente dar um passo mais adiante. A gente decidiu se casar... e o casamento vai ser mês que vem! - dispara Daniella.
Flavinho fica chocado. FIM DO CAPÍTULO 171.
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