quarta-feira, 10 de maio de 2017

CAPÍTULO 153

CENA 1: Fábio segue falando enquanto Cristina o ouve, sem reagir.
-É isso, Cristina... eu sei que errei. Que fui desnecessariamente rude, machista... você tem todas as razões do mundo pra se sentir machucada pela minha atitude.
-Fico feliz que você tenha percebido isso.
-Então você me perdoa?
-Não é uma questão de perdão. Não é simples desse jeito, Fábio.
-Eu tou tentando facilitar as coisas.
-Fábio, não adianta tentar facilitar agora o que já ficou dificultado por sua própria culpa. Eu perdoo, de coração. Mas perdoar não basta.
-Como que não basta, amor?
-Você duvidou de mim, da minha palavra. Isso me mortifica e você sempre soube disso. Foi machista, ainda por cima. Você não confiou em mim e deixou isso bem explícito na sua dúvida. Você não confia o suficiente em mim. Sabe o que isso significa?
-O que?
-Que isso pode significar o fim definitivo do nosso relacionamento.
-De novo, isso? De novo quando você tá grávida? Eu não aguento...
-Fábio, eu te amo. Sei que você me ama, mas dessa vez o erro foi seu. Respeite meu tempo, porque você sabe muito bem como eu sou. Preciso desse tempo longe, pra colocar as ideias no lugar, entender melhor as coisas. Minha mãe não te disse nada a respeito disso?
-Claro que disse... e foi recomendação dela que eu viesse aqui.
-Recomendou errado. Fábio, eu preciso que você vá embora, que respeite a minha necessidade de ficar longe de você agora. Se tudo der certo, isso vai passar. Nem que seja pra colocar um ponto final nesse relacionamento.
-Eu realmente espero que não. Espero que resistamos a isso.
-Também espero. Mas não posso te responder agora nada definitivo a respeito. Só o tempo vai permitir isso.
-Tudo bem, eu vou. Mas eu volto.
-Espera eu te chamar, é melhor assim. Depois, nossa filha está lá. Eu vou ver a Arletinha todos os dias. Mas conversa séria é outra coisa. E não é pra agora.
CORTA A CENA.

CENA 2: Valéria chama Hugo para conversa.
-Vem, tou liberada. Me fala o que ocê precisa falar que eu ainda tenho alguns minutos...
-Então, Valéria... eu queria falar sobre nós dois.
-Nós dois? O que tem? Somos amigos, não somos? Não tou vivendo o momento mais fácil da vida, sem falar no tanto de ocupação que eu tenho. Tudo isso vai muito além de eu ser mãe.
-Eu pensei que depois de tudo...
-Tudo o que? Aconteceu muita coisa sim, mas o tempo que se passou ainda foi pouco. Eu ainda tou cumprindo o tempo que tenho que ficar na casa do pai do William pra sua família não perder tudo.
-Mas a gente podia voltar...
-Eu não sei. Hugo, na verdade eu acho que ainda sinto alguma coisa pelo William...
-Eu sabia que isso ia acontecer. Apaixonou de novo?
-Não sei. Mas indiferente eu não sou...
Hugo olha para Valéria, entristecido. CORTA A CENA.

CENA 3: Leopoldo olha com reprovação para Bernadete, que estranha.
-Ih, o que foi agora? Que eu saiba, a gente já se separou, pra que me olhar com essa cara?
-Esqueceu que a gente ainda dorme na mesma cama?
-E daí? Não tou entendendo nem um pouco direito o motivo dessa sua cara amarrada pra cima de mim...
-Pra que cê fez aquilo com o namorado do Flavinho?
-Aquilo o que?
-Não se faça de desentendida que eu te vi levantar da cama quando já passava das três da manhã. Foi quando os meninos chegaram aqui em casa.
-Deu pra ouvir a conversa dos outros?
-Não. Mas você foi grosseira com ele.
-Grosseira, logo eu? Francamente, Leopoldo... eu só tive uma conversa com ele pra saber se ele realmente leva a sério o Flavinho. Preocupação de mãe, ué... e sabe do que mais?
-O que?
-Minha intuição continua insistindo que ele não é o cara certo pro Flavinho.
-E se não for? Não é pra deixar ele mesmo perceber e tomar as providências?
-Só tou tentando evitar desgaste e sofrimento desnecessário pro Flavinho...
-Mas esse lado da vida não nos diz respeito. Entende isso.
CORTA A CENA.

CENA 4: Cristina almoça acompanhada do pai, que questiona sua dureza.
-Sabe, filha... eu entendo que cê tá ferida... mas...
-Mas o que, pai? Vai dar uma de macho defendendo macho agora?
-Cristina, não se trata disso.
-Se trata do que, então? É impressionante como homens sempre arranjam desculpas pra justificar o mau comportamento dos outros homens...
-Filha, escuta sem julgar, por favor?
-Impossível, pai. Todos nós julgamos, o tempo todo. Eu que não sou hipócrita de fingir que não.
-Pelo menos escuta...
-Fala, pai...
-Eu acho que você tá se defendendo com medo de sofrer abandono outra vez.
-O que? Isso não faz sentido! O Fábio não é nem nunca foi o tipo covarde de homem que abandona.
-Mas o Vitório foi. E eu sei que isso te marcou.
-Melhor mudar de assunto senão eu perco o apetite, me estresso e isso não vai ser bom pro bebê...
CORTA A CENA.

CENA 5: Maria Susana se impacienta com Elisabete.
-Eu tou ficando de saco cheio disso, Bete...
-Ah sim, você fala como se fosse a pessoa mas contida desse mundo, né? Precisava ficar arreganhando os dentes daquela maneira na reunião de pais?
-Bete, pelo amor de Deus, qual a dificuldade que você tem de entender o que é ser diplomática e política nessa vida?
-Sei, mas tenho certeza que os homens dali não pensaram isso de você.
-O problema é deles, não é meu. Para com esse ciúme infundado, pelo amor de Deus! Isso tá se tornando repetitivo e, principalmente: tá me cansando. Foi pra isso que a gente casou?
-Eu vou tentar melhorar.
-Tou cansando dessas promessas, Bete. Não preciso que você tente. Preciso que você não aja mais assim.
-É que eu tenho medo de te perder, sabe?
-Eu sei. Mas vai acabar me perdendo se continuar com esse ciúme descabido e sem a mínima noção das coisas.
-É que eu te amo tanto que chega a doer...
-Também te amo. Mas não dá pra deixar a nossa relação se tornar algo tóxico.
As duas se abraçam. CORTA A CENA.

CENA 6: Daniella percebe que Gustavo permanece melancólico.
-Amor... que cara é essa?
-Acho que não recuperei ainda do cansaço dos últimos meses.
-Pode falar a verdade...
-Que verdade? A verdade é essa...
-Não. Não é... e eu preciso que você me diga com honestidade porque eu não vou te julgar. É do Flavinho que cê tá sentindo falta?
-Não... desse jeito que ocê tá pensando, não.
-De que jeito que eu tou pensando? Cê não pode dizer, Gustavo... na verdade, isso faz com que eu perceba que sim, você ainda pensa nele. E tá tudo certo com isso.
-Me sinto horrível confessando isso p'rocê...
-Não se sinta. Eu sabia desde o começo em que barco estava entrando. Nada disso me surpreende, nem faz com que eu considere que seja algo pra colocar em xeque o nosso relacionamento. A não ser que você não queira continuar, daí a questão já muda de figura...
-Fica tranquila. É com você que eu tou. E eu te amo.
-Sei que me ama. Mas também ama o Flavinho...
-Isso não importa mais.
-Mas se for importar em algum momento, vê se me avisa, viu?
-Pode deixar, mas vamos deixar isso pra lá...
CORTA A CENA.

CENA 7: Mauro critica William.
-Ocê é mesmo um perfeito panaca, filho.
-Pra que isso agora?
-William, ocê não percebe que tá sendo permissivo demais com a Valéria?
-Permissivo, eu? Pensei que era ocê que tinha dado plenos poderes a ela.
-Mas cabia a você, meu filho, colocar rédeas nela, uai!
-Engraçado, não lembro disso ter sido falado...
-Precisava falar? Eu não costumo dar ponto sem nó. E essa situação tá fugindo do controle.
-Você tá perdendo o controle do que ocê mesmo definiu. Eu não tenho nada a ver com isso.
-Tem mais do que imagina.
-O que isso significa?
-Se eu quiser, eu acabo com esse projeto de relacionamento de vocês...
-Mas pai... eu não entendo. Não é ocê mesmo que queria que a gente voltasse?
-No momento que isso me causa prejuízos, não me interessa mais.
-Você é pior que eu pensava...
CORTA A CENA.

CENA 8: Giovanna e Hugo circulam pelo shopping.
-Não é meio arriscado sair assim no meio do expediente logo agora que você voltou?
-Nada, Hugo. Tá tudo certo.
-Não é o que parece. Cê tá meio abatida.
-Abatida não é a palavra. Triste, sim.
-Por que?
-Às vezes eu fico cansada, sabe?
-Do que?
-De tentar provar pras pessoas que eu realmente sou outra Giovanna. Tirando a Mônica, ninguém mais acredita minimamente na minha mudança.
-Isso é normal. Cada pessoa percebe as coisas de uma maneira muito particular.
-Será possível que nunca mais vão acreditar em mim?
-Nunca mais é tempo demais... mas as pessoas precisam de tempo. Você precisa compreender isso.
-Compreender eu compreendo. Difícil é aceitar e ver que tudo isso aconteceu por culpa minha.
-Não se culpe. Assuma a responsabilidade que já tá de bom tamanho.
CORTA A CENA.

CENA 9: Vitório fica surpreso ao saber que tem visita e se deparar com Valentina.
-Mamma... eu não sabia que a signora ainda tava no Brasil...
-Resolvi ficar por aqui até a sua pena acabar.
-Pensei que pelo menos ia ficar na nossa casa de São Paulo...
-Pra que? Pra viajar mais de uma hora todo dia? Não... eu tou negociando a compra do imóvel que eu aluguei. Seu pai também tá tentando agilizar com o proprietário.
-Onde?
-No Recreio dos Bandeirantes...
-Por que ele não veio, mamma?
-Ele ainda tá envergonhado, filho...
-Com razão. Eu sofro todos os dias pelo que fiz. Pela vergonha que dei a vocês...
-Um dia tudo isso vai passar. Você vai ficar. Sua essência também.
-Nunca vou conseguir passar uma borracha nisso.
-Ninguém falou em borracha. A gente vai aprendendo a conviver com isso...
CORTA A CENA.
CENA 10: Nicole se surpreende ao ouvir a campainha.
-Ué... será que o Fábio esqueceu da chave, gente? Que genro mais avoado que eu arranjei...
Nicole abre a porta e se depara com Leopoldo.
-Tudo bem, Nicole?
-Ahm... sim. Tudo bem... como é que cê veio aqui? E pra que?
-Eu peguei o endereço com o Sérgio.
-Pera... você falou com o Sérgio?
-Claro que sim, somos amigos, ué...
-Verdade.
-Nicole... eu já adiei por tempo demais. Acho que chegou a hora da gente ter uma conversa séria.
FIM DO CAPÍTULO 153.

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