quarta-feira, 8 de março de 2017

CAPÍTULO 99

CENA 1: William tenta manter a calma e não revida ao soco de Hugo, que o puxa pelo colarinho.
-E aí, bundão? Não vai encarar?
-Hugo... eu não preciso disso. Eu vim aqui em missão de paz.
Valéria desce ao ouvir barulho e se depara com William.
-Larga ele, Hugo! - ordena Valéria.
-Mas, amor... ele veio aqui querer roubar nosso filho! - argumenta Hugo.
-Não é nada disso, Valéria... eu só quero ver meu filho. Tenho esse direito como pai, não tenho? - explica William.
-Tem todo o direito, William. Hugo, eu já mandei largar ele. - fala Valéria.
Hugo, contrariado, solta William.
-Hugo, meu amor... tenta entender. O William ainda é pai biológico do Leonardo. E tem direito de conhecer o filho. De conviver com ele. Por mais que sejamos eu e você que vamos criar ele... - contemporiza Valéria.
-Obrigado pelo voto de confiança, Valéria. Hugo... eu não estou contra você, procura entender... só estou a meu favor. Entende? - fala William.
-Tudo certo. Desculpa pelo soco e pelas merdas que eu falei... - arrepende-se Hugo.
-Tá tudo certo. Eu posso subir pra ver meu filho? - questiona William.
-Por favor... - fala Hugo.
-Vem com a gente. Só procura falar baixo que ele acabou de pegar no sono, tá? - fala Valéria.
William se encanta por Leonardo.
-É realmente um encanto esse meu filho. Parece mesmo comigo... meu pai guarda as fotos de quando eu era bebê... a semelhança é impressionante... - fala William.
-Sim, mas quem tá criando sou eu... - fala Hugo, enciumado.
-Ei... que clima desnecessário, amor... - repreende Valéria.
-Sabe, gente... eu queria poder passar mais tempo com meu filho. Ver o moleque crescer... - fala William.
-Esse é um direito que não tem como ser negado. Não vamos fechar as portas pra você. Se preciso for, até a certidão de nascimento dele a gente retifica, colocando você como pai. Mas o pai que vai criar ele, junto comigo, é o Hugo. Espero que isso esteja claro. - fala Valéria.
-Tá bem claro, gente... mas sabem o que é? Meu pai queria também poder participar... e propôs que eu falasse com vocês sobre a ideia de que o Leo passasse uma temporada lá na minha casa... - fala William.
-Isso não tem a mínima chance de acontecer. Eu teria de ir junto, ele está mamando no peito... - fala Valéria.
-É, William... a gente não vai negar seus direitos, mas vamos com calma que não é bem assim que a banda toca. - fala Hugo.
CORTA A CENA.

CENA 2: Na manhã do dia seguinte, ao se acordar, William tem um choque ao deparar-se com Giovanna na sala de sua casa, conversando calmamente com Mauro.
-Bom dia, pai... eu não acredito que ocê deixou essa mulher entrar aqui de novo... - fala William, olhando para Giovanna com raiva.
-Nossa, William... esperava mais educação de um playboy feito você... não foi essa a educação que seu pai te deu... - ironiza Giovanna.
-A Giovanna tá certa, William. As brigas e diferenças entre vocês são apenas entre vocês. E ela tá tendo a elegância que ocê, meu filho, não tá sabendo ter diante disso. Peça desculpas à minha amiga. - ordena Mauro.
-Ela é sua amiga. Não devo desculpas a ela. Aliás, ela devia ir embora dessa casa agora! - fala William.
-Ficou maluco, William? Você é meu herdeiro, mas enquanto eu viver, essa casa ainda é minha! A Giovanna fica porque é minha amiga e eu preciso conversar com ela. Saia você daqui se não quer participar da conversa, mas a Giovanna fica sim senhor! - determina Mauro.
William, revoltado, se retira.
-Desculpe, Giovanna... meu filho tem o péssimo hábito de não esconder o que pensa...
-Tá tudo certo, Mauro... isso não muda a amizade que eu tenho por você.
-Mas me fala... qual é a sua ideia?
-É simples, Mauro: você tem poder financeiro e social para manter por perto o seu neto, se quiser...
-Como assim, Giovanna? Não entendi...
-Calma, eu explico...
Giovanna começa a detalhar seu plano a Mauro, que se empolga. CORTA A CENA.

CENA 3: Maria Susana, acompanhada de Elisabete, ouve a diretora do colégio de Miguel falar.
-Então, Maria Susana... nós te chamamos para essa reunião para... - fala a diretora, sendo interrompida por Elisabete.
-Peraí... nós quem? Só tá você aqui. Que mania chata essa de se referir a si mesma no plural... - fala Elisabete.
-Bem, continuando... eu chamei você, Maria Susana, para se reunir aqui comigo porque preciso comunicar que seu filho Miguel está sendo convidado a se retirar desse colégio. - fala a diretora.
Maria Susana se espanta.
-Como é que é, Marta? A troco do que? Ele agiu com indisciplina? Qual o motivo? Me fala! - questiona Maria Susana.
-Não tem nada com a conduta dele, mas sim com a sua e a de... sua amiga. Os pais dos outros alunos estão ameaçando tirar os filhos do colégio se o Miguel continuar aqui... você sabe, eles não aceitam essa vida que vocês levam e o colégio sai perdendo se várias matrículas forem canceladas... - explica a diretora.
Maria Susana se levanta intempestivamente.
-Isso não vai ficar assim! Não vai mesmo! - fala Maria Susana.
-Nós vamos expor esse caso a público! - complementa Elisabete.
CORTA A CENA.

CENA 4: José desliga o telefone e conversa com Idina, aflito.
-Amor... foi a Susi que ligou. Algo de urgente precisa ser feito pelo Miguel...
-Calma, Zé... me explica o que tá acontecendo...
-A diretora disse que meu filho tá sendo convidado a se retirar do colégio por causa do relacionamento lésbico da Susi com a Bete!
-Não acredito! Isso dá um processo daqueles na diretora e no colégio! Não pode ficar assim, José... tá tudo errado!
-Me ajuda a encontrar uma forma de evitar que isso aconteça?
-Evidente que sim, meu amor! O que não dá pra permitir é que esse tipo de arbitrariedade aconteça por causa das bênçãos desse maldito prefeito evangélico...
CORTA A CENA.

CENA 5: Nicole nota Cristina indisposta.
-Cê tá bem, filha?
-Acho que sim, mãe... mas hoje, especialmente, tou me sentindo pesada demais, cê nem faz ideia do quanto...
-Isso não tá me cheirando nada bem, filha...
-Iih... o que foi que você pensou, dona Nicole?
-Esqueceu que a sua irmã nasceu de oito meses?
-Sim, e daí?
-E daí que pegou a mim e ao seu pai de surpresa. Um dia eu me acordei assim, indisposta, toda inchada feito você e no mesmo dia eu tava parindo a Daniella...
-Credo, vira essa boca pra lá. Acabei de fechar oito meses, mas não é hora da Arlete nascer, não...
-Eu espero que não, filha... mas não sei...
Cristina fica apreensiva. CORTA A CENA.

CENA 6: Madame Marie surpreende Daniella em sua sala.
-Ai, que susto! Como você chegou aqui e ninguém viu, Madame?
-Tenho meus meios... você anda um bocado cansada, hein Daniella?
-Nem me fala. Pra pincelar, mal ando tendo tempo de respirar.
-Você que pensa, menina... você é mais forte do que imagina.
-Bondade sua, Madame Marie... às vezes eu só queria sumir. Ficar num canto... recuperar minhas energias.
-Pois tem muito mais energia aí do que você possa imaginar.
-O que você quer dizer?
-Que você vai precisar ser duas vezes mais forte do que tem sido. E tenho boas notícias: vai conseguir. Você precisa passar por isso... pra reavaliar as coisas. Sobre as pessoas na sua vida, sobre o que você realmente quer da vida...
-Mas eu sei o que eu quero...
-Eu sei que você sabe. Mas você precisa dessas provas... agora tenho de ir. Mantenha a tranquilidade e o foco que assim você vai longe...
CORTA A CENA.

CENA 7: Mauro chama William para uma conversa.
-Olha, pai... se for pra me dar bronca, pode esquecer. Não gosto da Giovanna e deu...
-Eu sei, filho... não vou te dar bronca nenhuma.
-Não?
-Na verdade eu tenho uma solução em relação ao seu filho e meu neto.
-Como assim?
-Você já vai entender, meu filho...
-Foi pra isso que aquela maluca da Giovanna veio aqui? Pra enfiar ideias na sua cabeça?
-Quem disse que as ideias foram dela?
-Ora, pai... eu te conheço.
-Mas não completamente, uai. Vai ou não vai querer ouvir o que eu tenho a dizer sobre a solução que eu encontrei?
-Tá... fala.
Mauro começa a explicar plano ao filho. CORTA A CENA.

CENA 8: Maurício tenta animar o pai.
-Ei, que isso, seu Fábio?
-Ah, filho... eu não sei se quero falar.
-Já sei... tá com medinho que eu aponte o dedo, que eu julgue e fale as verdades que a mãe não tem coragem de te dizer, não é?
-Você sabe, filho... não é só isso... é que eu já nem sei mais o que fazer.
-Então fala comigo, pai! Tou vendo que cê tá sofrendo e sou capaz de apostar que é pela Cristina.
-Sim, é. Mas não posso fazer nada. Ela insiste que quer ser deixada em paz.
-Será mesmo?
-Como assim, filho?
-Ela é sagitariana como eu... e às vezes pode ser meio dona da verdade. Acho que se você insistir e procurar ela mais uma vez, a coisa pode ir mudando. Cê não lembra da Letícia? Ela passou quase dois anos insistindo comigo até conseguir namorar comigo...
-Bem, isso é verdade.
-Vai em frente, pai. Não pensa muito. Quer procurar a Cristina? Então vai fundo, não se acanhe!
CORTA A CENA.

CENA 9: Bernadete ouve a campainha tocar e, ao atender a porta, se depara com Mauro.
-Mauro? Eu não imaginava que você viesse aqui tão cedo...
-Eu sei, Bernadete. Compreendo o seu constrangimento também.
-Nada disso... bem ou mal, você é avô de Leonardo. Merece conhecer o neto.
-Sim. E eu mal posso esperar pra paparicar meu neto...
-Quer que eu chame a Valéria?
-Ainda não. Antes eu preciso falar com o Leopoldo.
-Sobre o que?
-É um assunto sério.
-Pode falar comigo também?
-Depois. Por enquanto, é algo para ficar entre eu e ele.
-Compreendo. Ele tá saindo do banho, então pode demorar um pouco.
-Sem problemas, eu não tenho pressa.
Bernadete fica apreensiva. CORTA A CENA.

CENA 10: Nicole atende a porta e recebe Fábio.
-Não esperava que você viesse, Fábio...
-Nem eu planejei vir. Mas sinto tanto a falta da sua filha... ela está?
Cristina surge.
-Infelizmente estou. E muito embora eu não esteja me escondendo ou fugindo, eu adoraria saber porque você veio aqui sabendo que eu pedi pra que a gente não se visse tanto por esses dias... - fala Cristina.
Nicole deixa a sala para que os dois conversem.
-Cristina, eu... senti sua falta.
-Mas foi egoísta.
-E você não tem sido?
-Fábio... eu quero que você vá embora. Se é por falta de adeus, tchau... mas me deixa.
Cristina sente uma forte contração e se segura nos ombros de Fábio.
-Me acuda... acho que chegou a minha hora!
Fábio se assusta. FIM DO CAPÍTULO 99.

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