sábado, 11 de março de 2017

CAPÍTULO 102

CENA 1: Patrícia cai em si e percebe que feriu Flavinho, que olha perplexo para Patrícia e se segura na moto, antes de quase cair e ser amparado por Gustavo.
-Aguenta firme, Flavinho! Aguenta firme! Eu vou chamar uma ambulância! - fala Gustavo.
Patrícia entra em desespero e começa a chorar.
-Eu não quis fazer isso! Eu juro que não quis! Eu não sei mais o que tá acontecendo aqui! - fala Patrícia, começando a bater em si mesma.
Gustavo recosta Flavinho na parede e avança sobre Patrícia.
-Sua monstra!
-Eu não quis fazer isso, Gustavo! Eu juro!
-Como que não quis? Enfiar uma faca no meio da barriga do Flavinho não foi intencional?
-Você não sabe de nada, Gustavo...
-Mas você tá presa.
-Que? Ocê é polícia, agora?
-Sabia que qualquer cidadão pode dar voz de prisão a um criminoso?
-Você não vai fazer isso comigo.
-Estou fazendo. Você tá presa.
Patrícia tenta fugir e percebe que o estacionamento está fechado.
-Quem fechou esse estacionamento?
-O zelador viu tudo. Ocê tava tão fora de si que não percebeu nada. A polícia tá vindo te prender. E ocê reze pro Flavinho se safar dessa, porque senão sua situação vai se complicar cada vez mais!
-Você não vai ser capaz de me segurar aqui até a polícia chegar.
-Eles já estão vindo. Assim como a ambulância pra socorrer o Flavinho.
-Gente... não se preocupem comigo, eu vou ficar bem! - fala Flavinho, quase sem forças.
-Cala a boca, Flavinho. Não percebe que tá quase sem força, caramba? Vai de ambulância pro hospital sim senhor! - determina Gustavo.
-Não me prende, Gustavo! Por favor... deixa eu fugir... pelos anos que a gente se amou... - implora Patrícia.
Nesse momento, policiais chegam, juntamente à ambulância. Patrícia se desespera enquanto é algemada e levada para dentro de uma viatura. Gustavo acompanha Flavinho na ambulância. CORTA A CENA.

CENA 2: Ao chegarem na emergência do hospital, Gustavo e Flavinho são surpreendidos pela presença de Daniella. Flavinho é levado imediatamente para atendimento.
-Como é que ocê chegou tão rápido, Dani?
-Ah, Gustavo... eu ainda tava na clínica quando eu recebi sua mensagem. Como tá o Flavinho?
-Consciente. Perdeu muito sangue, existe uma suspeita de hemorragia, que algum órgão interno tenha sido perfurado no ataque...
-Gente, que loucura tudo isso... tou passada com essa situação!
-Tá vendo, Dani? Eu avisei tanto sobre a Pati!
-Mas ela tá fora de si! Não pode ser tratada como uma pessoa sã...
-O Flavinho tá quase morrendo por causa dessa maluca e ocê defendendo ela?
-Não é defender, Gustavo... só que sentir raiva dela agora não vai resolver esse problema. O jeito é torcer pro Flavinho sair dessa, né?
Poucos instantes depois. Daniella vê um médico passando e pergunta por Flavinho.
-Doutor, é você que tá atendendo Flávio Augusto de Leon? - pergunta Daniella.
-Sim, sou eu mesmo. Me chamo Marcelo. Vocês, quem são? - pergunta o médico.
-Sou o melhor amigo do Flávio, Marcelo... - explica Gustavo.
-E eu sou amiga dos dois. - prossegue Daniella.
-Vi pelos documentos dele que ele é de Minas Gerais... há familiares dele no Rio? - pergunta Marcelo.
-Não. Ele só tem a nós... é por isso que estamos aqui. - explica Daniella.
-E como ele está? - pergunta Gustavo.
-A hemorragia foi controlada. Porém ele sofreu uma perfuração significativa no intestino grosso. As próximas horas vão ser decisivas, pra saber se ele vai continuar se recuperando ou se o ferimento pode sofrer complicações. Ele tem uma boa constituição física e parece cuidar da alimentação, mas não é garantido nesse momento que ele vá se salvar. Só as próximas horas nos darão certeza... - explica Marcelo.
Daniella e Gustavo se abraçam, aflitos. CORTA A CENA.

CENA 3: Gustavo liga para os di Fiori e quem atende é Leopoldo.
-Alô?
-Boa noite, é o seu Leopoldo?
-Eu mesmo. Quem deseja?
-Aqui é Gustavo, irmão da Valéria. Estou ligando para dar uma notícia chata...
-Que notícia, meu Deus?
-Flavinho sofreu um atentado, levou uma facada e está na emergência agora...
-Meu Deus! Ele vai sair dessa?
-Acreditamos que sim, mas não temos certeza ainda...
-Em qual hospital ele está? Acho que a Bernadete vai querer visitar ele...
Gustavo passa as informações. Leopoldo anota.
-Obrigado. Qualquer coisa, liga de volta, tá?
Leopoldo desliga e vai diretamente a Bernadete, que se assusta com expressão dele.
-Credo, amor! Que cara é essa?
-Flavinho levou uma facada e tá no hospital em estado grave...
Bernadete se preocupa, mas disfarça.
-Não vai dizer nada, Bernadete?
-Ele buscou esse caminho, só lamento...
Bernadete sai andando, preocupada. CORTA A CENA.

CENA 4: Daniella vai ao quarto em que Cristina está internada na clínica.
-Mana, não vai arrumar as suas coisas?
-Por que eu arrumaria, Dani?
-Porque a Júlia te liberou pra ir pra casa e você tá de alta...
-Ah, mas não vou pra casa mesmo!
-Pra que isso, Cris?
-Não posso. Não enquanto a Arletinha não for liberada...
-Mana... é justamente por ela que cê tem que ir pra casa.
-Por ela? E quem é que vai cuidar dela? Quem é que vai dar colo de mãe?
-Mana, será que você não percebe que pode colocar a sua saúde em risco dessa forma?
-Não vai acontecer. Longe da minha filha eu não fico. Essa clínica é minha e ninguém pode me impedir de ficar aqui enquanto a minha filha estiver precisando de cuidados.
-Então tá ótimo... quem corre por prazer não cansa. Mas eu não me responsabilizo por nada.
-Sem problemas, Dani... eu não exigiria isso de você. Assumo tudo isso, por conta e risco.
CORTA A CENA.

CENA 5: Ricardo tenta transar com Giovanna, antes deles dormirem, mas Giovanna se esquiva.
-Hoje não, amor...
-Por que? Mais cedo cê tava toda cheia de vontade...
-Tava mesmo... mas passou. A gente foi longe hoje. Fiquei cansada.
-Você me ama de verdade, Giovanna?
-Mas que pergunta, Ricardo... é claro que eu te amo!
-Às vezes acho que não...
-Mas acha errado. Você sabe como eu sou cheia de coisas, todos os dias.
-Metade delas eu nem sei o que são...
-Cara... não começa. Olha a hora, você não quer discutir relação agora, quer?
-Deixa pra lá...
-Acho bom, mesmo...
Giovanna se vira para o lado e Ricardo segue desconfiado. CORTA A CENA.

CENA 6: Na manhã do doa seguinte, Gustavo desperta no corredor do hospital e ao se levantar, vê o médico que atendeu Flavinho.
-Então, Marcelo... como está o Flávio?
-Estava indo te procurar agora mesmo, rapaz.
-Ele tá bem?
-Acordado e fora de perigo. Estava indo nesse exato momento dar alta para ele. Vim te avisar justamente disso.
-Que maravilha! Como foi que ele se recuperou tão rapidamente?
-Ele é forte. Claro que ainda inspira cuidados e repouso, mas não tem mais necessidade de ficar internado. Já receitei um analgésico para ele tomar durante uma semana e, depois disso, é vida normal que segue...
Gustavo se alivia. CORTA A CENA.

CENA 7: Patrícia é liberada da prisão preventiva e é recebida por Daniella.
-Peraí... foi ocê que pagou a minha fiança?
-Eu não disse que ia fazer isso?
-Disse, mas... eu pensei que ocê tava me odiando...
-Pati, você cometeu um crime, mas só eu nessa cidade sabe que é muito por conta do seu transtorno.
-E o Flavinho? Vai ficar bem?
-Já deve estar indo pra casa. Tirou de letra.
-Graças a Deus!
-Mas que jamais se repita nada disso. Você precisa de um tratamento sério.
-Tipo internação?
-Exatamente.
Patrícia se assusta com a possibilidade de acabar sendo internada para poder se tratar. CORTA A CENA.

CENA 8: Antes de ir para casa, Flavinho lancha com Gustavo na cantina do hospital e desabafa com ele sobre incidente.
-Gustavo... eu tou até agora tonto, sem entender nada...
-E eu, Flavinho? Que a Pati é louca, eu sabia... mas assassina? Nunca pensei.
-Nem eu, Gustavo...
-Agora é bola pra frente...
-Só não entendo uma coisa...
-O que, Flavinho?
-Por que eu? O que é que eu fiz pra Patrícia me atacar daquele jeito, com tanta raiva? Eu podia ter morrido!
-Eu acho que sei... mas se foi o que eu pensei, é bem absurdo...
-Ocê acha que foi ciúme da gente?
-Vamos pra casa? Depois a gente conversa sobre isso...
CORTA A CENA.

CENA 9: Júlia repreende Cristina por permanecer na clínica.
-Cristina... você devia ir para casa...
-Júlia... quem é a sua chefe?
-Você... mas é um risco desnecessário que você tá correndo...
-Como é que eu vou ter tranquilidade de voltar pra casa?
-Cristina, para e pensa: você sabe como funciona tudo aqui, não sabe?
-Sei.
-Então, boba... sabe que a Arlete vai estar bem cuidada, não sabe?
-Sei. Mas e se ela sentir fome? E precisar do meu calor? Como fica?
-Já vi que vai ser inútil argumentar com você...
-E eu ainda sou a chefe aqui. Desculpa o mau jeito, Júlia... mas no dia que cê for mãe, vai me entender....
-Tá certo. Você fica. Mas só se aproxima da sua filha quando eu disser que tá liberada, ok?
-Claro! Eu sei que ela ainda tá frágil por ter nascido um mês antes da hora certa.
-Exatamente. Se você colaborar, pode ser bom pra recuperação dela.
-Ótimo. Vou voltar para meu quarto e você dê um jeito de me manter baixada aqui, ok?
-Certo.
CORTA A CENA.

CENA 10: Flavinho e Gustavo chegam ao apartamento de Gustavo.
-Gente... juro por Deus que se não fosse por essa dor na barriga, eu nem ia lembrar dessa coisa toda...
-Fico tão aliviado por saber que ocê tá bem, Flavinho... foi um susto e tanto.
-Se eu pudesse, apagava da memória essa coisa toda, sabe?
-Uai, mas ocê não disse que queria entender a motivação da Pati?
-Queria. Mas não quero mais. O que importa é que tou vivo... e logo vou estar cem por cento outra vez.
-Flavinho... agora que a gente chegou em casa, acho que é momento sim da gente falar sobre isso.
-Pra que, Gustavo? Tá tudo bem, sabe? Eu tou vivo, apesar do susto, apesar de todo o medo...
-Mas a culpa disso tudo foi minha!
Flavinho se surpreende pela afirmação de Gustavo. FIM DO CAPÍTULO 102.

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