quarta-feira, 15 de março de 2017

CAPÍTULO 105

CENA 1: Gustavo tenta desconversar.
-Que ideia mais sem pé nem cabeça, Dani... ocê disse que dá pra preparar o drink com laranjas no lugar da tangerina, não disse?
-Gustavo, olha pra mim. Diz pra mim, olhando no meu olho, que você não sente nada pelo Flavinho...
-Eu não posso te responder isso.
-Claro que não... já sabe a resposta. Você ama o Flavinho e não é como um amigo...
-Não importa. Dani... ele não quer saber de mim.
-Quem disse?
-Ele mesmo, uai. E tem mais uma coisa que eu não sei se ocê lembra...
-O que?
-Dani... o grande amor da minha vida continua sendo você...
-E daí? Uma coisa exclui a outra?
-Como?
-Você não precisa matar um sentimento dentro do seu coração pra viver outro sentimento, ué... pensei que você já tivesse entendido isso...
-Não importa. Ele não iria me querer ainda assim.
-Posso saber por que?
-Ele mesmo me disse que não iria querer um cara como eu...
-Como assim? Vocês não são melhores amigos? Será que é por causa disso?
-Antes fosse, Dani... mas na verdade, é por outro motivo.
-Ué... será que é medo dele se entregar a alguém depois de viver o luto pelo Leonardo?
-Também, mas ele disse na minha cara que não confia em caras como eu.
-Gente... tudo isso porque você é bi?
-Exatamente...
-Complicado isso, Gustavo... eu acho que vocês tem tudo pra dar certo, mas pra isso as coisas precisariam mudar.
-Não acredito nessa mudança.
-Mas eu acredito. E acho que sei como posso fazer.
-Oi?
-Eu vou ajudar vocês dois a se acertarem.
-Como é que é?
-Quem ama, cuida, ué... e eu te amo pra cacete, cara...
-Então por que não luta por mim?
-Porque não é o que te faria feliz agora, vai por mim. Você e o Flavinho precisam provar o gosto um do outro... tentar pra ver se funcionam juntos...
-Você é inacreditável, Dani...
CORTA A CENA.

CENA 2: Margarida percebe que Érico está triste.
-Filho, o que foi agora? O Guilherme não disse que demorava mais um pouco pra chegar hoje?
-Sim, mãe... mas o problema não é exatemente esse.
-Engraçado que você ficou com essa cara justamente depois que falou com ele pelo telefone...
-Ah, mãe... sabe o que é? Os meses vão passando e eu vejo que nada mudou entre eu e ele, sabe?
-Mas ele não disse desde o começo que as coisas podiam ficar exatamente assim?
-Disse... mas eu sou bobo, mãe... a culpa é minha.
-Em primeiro lugar, meu filho, você não tem culpa de nada, tá me ouvindo? Você ama o Guilherme e não tem nada de errado nisso.
-O duro é saber que à maneira dele, ele também me ama.
-Tá vendo? Não tem motivo pra se entristecer... cada um faz o que pode e ele tem feito o seu melhor...
-Mas eu sofro com isso, mãe...
-Ninguém disse que a vida seria fácil, meu filho... o que importa é que vocês se gostam.
-Só que eu queria um futuro com ele... e tou cansando de acreditar nisso. Tou começando a desistir...
-Lembra de uma coisa, meu filho: antes de mais nada, vocês são amigos e não podem deixar isso se perder, certo?
-Vou tentar, mãe...
CORTA A CENA.

CENA 3: Leopoldo surpreende Mauro entrando em eu escritório.
-Leopoldo? Como você entrou?
-Seu filho, que certamente tem mais caráter que você, abriu pra mim.
-Não tou entendendo esse seu tom.
-Mas vai entender logo, porque eu tou farto, de saco cheio desses seus mandos e desmandos. O que você pensa da vida, Mauro?
-Penso que o dinheiro nos leva exatamente onde queremos chegar, simples assim...
-Eu não acredito que você se tornou isso, Mauro... pensei que você fosse nosso amigo.
-Quem disse que não sou? Mas são coisas diferentes. Se eu posso comprar tudo, pode apostar que eu compro.
-Não pode comprar a dignidade de ninguém.
-Ah, isso eu já comprei também. Você me vendeu a sua dignidade quando aceitou os termos.
-Você é um sociopata, Mauro.
-Não, não sou. Você que é um fracassado sentimentaloide. E tem mais uma coisa: eu tenho direito de conviver com meu neto. Tive de usar do meu poder pra isso? Sim, mas faz parte...
Leopoldo encara Mauro incrédulo. CORTA A CENA.

CENA 4: Cristina liga para Fábio, que a atende surpreso.
-Não achei que você fosse me ligar tão cedo.
-Temos uma filha, né...
-Isso é verdade. Como vai a Arletinha?
-Cada vez melhor, mas ainda inspira alguns cuidados... nada que não se resolva rapidamente.
-Graças a Deus...
-Eu tou ligando pra te chamar pra vir aqui.
-Sério?
-Claro que sim. Você merece ver sua filha, paparicar ela...
-Que horas fica bom pra você?
-Qualquer hora. Se quiser vir agora, já pode.
-Perfeito...
-Você vem?
-Claro que sim. Só preciso organizar umas coisas por aqui. Não me demoro. Beijo!
Fábio se anima. CORTA A CENA.

CENA 5: Nicole paparica Arlete.
-Mãe... já falei pra lavar as mãos antes de tocar na sua neta!
-Quem disse que não lavei, Cristina?
-Eita... desculpa.
-Sabe, filha... eu ouvi você ligando pro Fábio e fiquei pensando aqui.
-Pensando no que?
-Que você já arranjou todo tipo de desculpa e pretexto pra não voltar pra ele... mas agora, eu sinceramente, não vejo nada que impeça realmente vocês dois de ficarem juntos outra vez...
-Você acha isso mesmo, mãe?
-Tenho certeza. Não existe motivo racional ou concreto pra insistir nesse afastamento.
-Concordo... mas emocionalmente ainda sou insegura em relação a isso...
-Tenta resolver isso logo, viu? Tá na cara que vocês ainda se amam e merecem ser felizes...
CORTA A CENA.

CENA 6: Ao passear com Mônica, Sérgio relembra juventude.
-Sabe, Mônica... eu tou longe de ser um cara saudosista. Aliás, detesto aquele papo de que as coisas eram melhores antigamente...
-Ainda bem, né? Quer coisa mais chata que aquilo? Um bando de gente que nunca superou a infância, totalmente infantilizada, detesto!
-Justamente... mas sabe o que é? Um pedaço de mim ficou pra trás, lá por 1984...
-Tem a ver com o seu grande amor?
-Tá tão na cara, isso?
-Sim. E sabe de uma coisa? Acho que você deveria considerar a possibilidade de lutar por esse amor.
-Trinta e três anos depois?
-E por que não? Ela morreu?
-Não... mas a Bernadete acabou casando com meu amigo Leopoldo, não posso trair um amigo dessa forma...
-Mas você é livre e desimpedido. E até onde eu sei, as coisas não andam nem um pouco harmônica pro lado dos di Fiori...
Sérgio fica pensativo. CORTA A CENA.

CENA 7: Hugo visita Valéria e Leonardo enquanto Valéria conversa com ele.
-Amor... eu tenho um plano pra livrar a sua família dessa situação horrorosa.
-Como é que é? Não tem escapatória, Valéria... infelizmente...
-Hugo, você confia em mim?
-Claro que eu confio!
-Então vai por mim... eu tenho pesquisado muita coisa sem que eles percebam. Não se esqueça que eu estudei muito sobre muita coisa quando tava grávida...
-O que exatamente é o seu plano?
-Ainda não tem um plano... mas as ideias estão começando a surgir, entende? Só peço que confie em mim.
Os dois seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 8: Maria Susana desabafa com Elisabete.
-Amor... eu sei que não devia trazer esses problemas, mas não pararam com o bullying contra o Miguel.
-Como que cê não vai trazer esse problema pra cá? Ele é nosso! Por favor, querida... desabafa sim!
-Me corta o coração ver ele chegar em casa com aquela carinha triste, sabe? Parece que tá sempre devendo algo a alguém.
-Mas não tá... e a gente precisa fazer ele entender isso.
-Não sei como...
-Susi... primeira coisa que a gente precisa superar é esse seu próprio sentimento de culpa.
-Que sentimento de culpa? Eu não tenho...
-Então por que não consegue encorajar seu filho?
-Bem, eu... eu não sei...
-Tenta deixar de achar que cê deve alguma coisa pra essa gente, viu? Não é verdade...
-Só você mesmo pra me deixar mais calma...
-A força existe aqui, dentro do seu coração... acredite nisso!
CORTA A CENA.

CENA 9: Leopoldo chega em casa furioso e Bernadete o questiona.
-Que foi que aconteceu, Leopoldo?
-Você não entenderia, Bernadete.
-Chega disso, Leopoldo. Chega! Eu tou cansada dessa coisa de você sempre me esconder as coisas, querendo me poupar. Você é egoísta!
-O que é isso, amor?
-O que cê tá vendo. Eu tou farta. Farta da sua hipocrisia. Farta das suas mentiras e das manipulações ao longo de todos esses anos...
-Mas eu pensei que a gente tinha se...
-Pensou errado. Você é o grande responsável, o grande culpado pela morte do nosso filho! Não pense que esqueci disso, ou que perdoei!
Leopoldo começa a chorar.
-Não é justo você me dizer essas coisas.
-Nem foi justo tudo o que você fez em nome da reputação. Veja só onde paramos... por sua causa, por sua culpa!
Bernadete parte intempestiva para seu quarto e Leopoldo, perplexo, desaba chorando de joelhos, na sala. CORTA A CENA.

CENA 10: Giovanna é surpreendida pela chegada repentina de Mauro em sua sala na Natural High.
-Mauro? Como é que você sabia que eu tava sozinha aqui a essa hora?
-Eu sempre sei das coisas, minha amiga...
-Tá precisando falar sobre algo do seu interesse?
-Sim. Sobre o nosso plano.
-Por que? Alguma coisa deu errado?
-Não... até aqui tá tudo indo bem.
-Então qual é o problema?
-Eu não sei mais o que fazer pra Valéria parar de resistir ao meu filho sem que os dois percebam que eu quero mais é que os dois se acertem logo pra ficarem juntos, entendeu?
-Não se preocupe, Mauro. Eu tenho um plano.
Giovanna olha com maldade para Mauro. FIM DO CAPÍTULO 105.

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