CENA 1: William joga Giovanna no sofá da sala e ela se assusta com violência.
-Credo, William! O que foi isso?
-O que ocê veio fazer aqui?
-Eu sou amiga do seu pai. Pergunta pra ele! Ele conhecia meus pais desde que eu era criança. Foi uma presença constante quando fiquei órfã... ah, já sei porque você não lembra: tava sempre na mansão de BH.
-Tá, que seja... só que eu e você sabemos que não é por essa velha amizade com meu pai que ocê veio aqui hoje...
-Ah é? E por acaso tem como provar isso? Ora, me poupe, se poupe e nos poupe dessa ladainha sem sentido. O Mauro é meu amigo sim e você não tem nada a ver com isso!
-Eu não teria, se não soubesse dos seus reais interesses nisso tudo.
-Você não sabe nada sobre os meus interesses.
-Tem certeza? Quer que eu recapitule a nossa última conversa? Se eu fosse ocê, eu dava um jeito de falar pro meu pai que precisa sair e caía fora. Antes que eu...
-Antes que você o que? Eu podia ter chamado a polícia quando você me jogou nesse sofá, sabia disso?
-Olha, ela é perigosa, ela...
-Tá duvidando? Tenta me agredir pra ver o que te acontece.
-Fica tranquila. Não agrido mulheres. Mas tou pensando que podia agredir ratas... não vale a pena, mesmo assim.
-Posso sair?
-Antes eu quero deixar uma coisa clara.
-Pois deixe claro o que quiser, só me deixa ir depois...
-Você tá proibida de contar pro meu pai que Leonardo é meu filho, entendeu? Quem decide a hora sou eu.
-Nossa, que controlador, você!
-Você entendeu?
-Entendi. Mas é inútil tudo isso, William. Cedo ou tarde o Mauro vai acabar se deparando com a verdade.
-Que seja através de mim.
-O neto é dele...
-Mas o filho é meu! Quem é que tem direito de falar sobre essa criança, senão eu? Quem é o pai do Leonardo? Eu sou o pai do Leonardo, então sou eu que vou contar pro meu pai que aquele bebê é neto dele. E você saia dessa casa!
Mauro escuta a conversa e interrompe os dois.
-Como é que é? Eu ouvi bem? Leonardo é meu neto? - questiona Mauro, atônito. CORTA A CENA.
CENA 2: Valéria observa Flavinho paparicando Leonardo.
-Sabia que ocê leva jeito com criança, Flavinho?
-Ah, eu adoro criança...
-Já pensou em adotar uma quando for casar?
-Uai, mas que pensamento sem sentido, Valéria... como se eu tivesse alguém na mira pra casar...
-Tem sim. Só tá se recusando a enxergar o que tá estampado diante dos seus olhos, seu taurino empacado...
-Ah tá, vai começar de novo com esse papo do seu irmão?
-A bicha se entrega é nessas horas. Toquei no nome do Gustavo, por acaso?
-Bandida. Isso não se faz.
-Ah, se faz sim, que é pra ver se ocê cai na real e deixa de ser trouxiane deixando o tempo passar!
-Falando em tempo, amiga... e essa situação do William pressionando vocês?
-Nem fala, Flavinho... eu tou tão apavorada que acho quer até os cabelos do fiofó estão arrepiados...
-E eu, então? Esse prazo que ele deu... eu tenho tanto medo do que vai acontecer...
-Ai, amigo... independente do que for acontecer, a gente não tem outra opção a não ser encarar tudo isso de frente. A gente protelou isso por tempo demais, se agarrando nas desculpas que eram convenientes pra continuar sustentando essa farsa toda.
-Mas ocê não tem medo?
-Flavinho, eu fico apavorada... fico com medo por todos nós, porque a reação da Bernadete pode ser a melhor ou a pior... é completamente imprevisível.
-Então ocê percebe o tanto que isso pode respingar em mim?
-Claro que percebo, Flavinho... e é isso que me apavora ainda mais. Não ter certeza de poder te poupar do que vier...
CORTA A CENA.
CENA 3: William, tentando lidar com a situação, tenta se explicar ao pai.
-Pai... não era p'rocê saber assim, desse jeito. Eu ia te contar... - fala William.
-Ia contar quando? Quando meu neto completasse a maioridade? - devolve Mauro.
-Eu acho melhor eu ir embora, Mauro... - fala Giovanna.
-Vai mesmo, sua falsa! - grita William.
-Desculpe a grosseria do meu filho, minha amiga... volte aqui em outro momento, porque agora meu papo é com ele! - fala Mauro.
Giovanna vai embora e William começa a explicar situação.
-Sim, pai. Leonardo é meu filho. É isso mesmo que ocê ouviu. Só que eu ia contar isso p'rocê na hora certa... e não era agora. Eu dei um prazo pra Valéria e pro Hugo contarem toda a verdade sobre a paternidade do Leonardo pra família.
-Não me interessa o que ocê decidiu, esse assunto agora é do meu interesse.
-Não! Eu sou o pai!
-E eu sou o avô, caramba! Tenho direito de conviver meu neto!
-E eu não tenho direito de ser pai dele? Deixa que eu resolvo. Eu sou o pai. Eu sou o maior interessado que isso tudo se resolva. E precisa ser do meu jeito.
-Negativo! Vai ser do meu jeito!
-Pai... pelo amor de Deus, dessa vez não. Sou eu quem dá as cartas nessa situação. Tá vendo porque eu não queria te contar ainda? Por isso! Sempre essa mania de querer resolver tudo do seu jeito! Era p'rocê saber só depois que eles se acertassem com os di Fiori!
-Não quero saber do que foi decidido antes. Agora esse papo também é comigo.
-Pai, não faça isso...
-Nem adianta tentar me impedir. Amanhã mesmo eu resolvo essa questão todo e coloco as cartas todas na mesa. Nem tente me impedir, ocê sabe que eu faço mesmo!
William se apavora. CORTA A CENA.
CENA 4: Bernadete estranha ver Flavinho andando pela casa inquieto e vai atrás dele.
-Tá tudo bem, querido?
-Ai, Bernadete... não consigo dormir. Nem relaxar.
-Tem alguma coisa te deixando assim?
-Não vou mentir... tem sim.
-Desabafa comigo, querido... cê sabe que é um filho pra mim, não sabe? Pode colocar pra fora... você nunca está sozinho.
-Meu medo é justamente esse... de ficar sozinho. De perder o pouco que eu tenho, sabe?
-Impossível de acontecer isso, Flavinho. Eu te amo, sabia? E vou estar ao seu lado em qualquer circunstância...
-Qualquer circunstância?
-Qualquer. Menos se você mentir ou me enganar. Mas isso eu sei e sinto que cê não faria...
Bernadete abraça Flavinho, que fica ainda mais tenso. CORTA A CENA.
CENA 5: Hugo percebe que Valéria fica se revirando na cama.
-Tá achando que o Leozinho vai acordar com fome ou cólica? Relaxa, amor... descansa tranquila que o seu leite tá separadinho se ele sentir fome...
-Não é isso, Hugo... eu tento descansar, mas tou com um pressentimento ruim...
-Eu chamo isso de sofrer por antecedência.
-Motivos eu tenho de sobra. Aliás, nós temos. Esse prazo do William tá me botando doida. Mas não é só isso, sabe? Tou com um aperto no peito... com uma sensação de que vem mais coisa aí...
-Ai meu Deus... quer parar de ser pessimista? Vai dar tudo certo, cê vai ver!
-Queria ter essa certeza, amor... poder dormir tranquila e saber que tudo vai continuar numa boa... mas a volta do William me deixou sem chão...
-Só a você? A mim também... mas pra gente só resta esperar que tudo dê certo.
-É isso que me maltrata... e me sufoca... essa pressão sobre a gente. A certeza de que tudo isso aqui pode desabar nas nossas cabeças...
-Mas não vai.
-Queria ter essa sua confiança.
-Confiança eu não tenho... mas prefiro acreditar que tudo isso só tá assim porque a gente tá impressionado com tudo o que vem acontecendo...
-Eu só queria que o William sumisse...
CORTA A CENA.
CENA 6: Na manhã seguinte, Nicole se surpreende pela chegada de Sérgio.
-Tão cedo aqui? Pensei que ia curtir com a Mônica...
-A gente terminou...
-Sério? Que pena...
-Não foi uma pena. Chegamos ao fim com paz... ficou o que vivemos de bom.
-Melhor que seja assim, né?
-Com certeza. Mas me fala sobre você...
-Eu?
-Sim...
-Ah, vou indo...
-Falo da sua parte afetiva... você não pensa em refazer sua vida afetiva?
-Ai, Sérgio... que pergunta, hein?
-No fundo você sabe a resposta.
-Eu? Não sei de nada... eu hein...
CORTA A CENA.
CENA 7: Fábio fica feliz ao receber Cristina.
-Não esperava te ver aqui, mas confesso que fico feliz de te receber na minha casa...
-É justo com você que você saiba tudo sobre a nossa filha...
-E o nome dela?
-Ah, isso é segredo de estado, ainda...
-Você que sabe.
-Enfim, vim te dizer que tá tudo certo comigo e com sua filha.
-Você já vai embora?
-Sim.
-Não antes de me dar um beijo.
Fábio beija Cristina e ela se entrega. Logo depois, ela recua.
-Não entenda esse beijo como nada diferente entre nós. Nada mudou.
Cristina vai embora. CORTA A CENA.
CENA 8: Valéria se acorda bem disposta e acorda Hugo aos beijos.
-Que maravilha, amor... bom dia...
-Maravilha o que, Hugo?
-Você acordar assim, bem disposta...
-Ah, acho que eu precisava mesmo é descansar...
-Viu? As coisas ainda estão todas no seu devido lugar.
-Ai. Tou morta de fome. Traz umas torradas pra mim?
-Claro!
CORTA A CENA.
CENA 9: William se acorda e procura por seu pai em casa, mas não o encontra em lugar algum. William tenta discar para o celular de Mauro.
-Anda, pai... atende!
O celular cai na caixa postal.
-Ai, meu Deus... eu não acredito que ele realmente tá fazendo o que eu tou pensando...
CORTA A CENA.
CENA 10: Valéria e Hugo paparicam Hugo no quintal de casa e ganham a companhia de Bernadete e Leopoldo, que se encantam com a criança.
-É impressionante... um bebê tão jovem e tão sorridente, tão calmo... parece que faz mais tempo que nasceu... - derrete-se Leopoldo.
-Esse nosso netinho é realmente uma bênção nas nossas vidas... uma graça, uma calmaria sem fim... um ser iluminado que honra o nome que carrega... - emociona-se Bernadete.
De repente, Mauro surge e surpreende a todos. Bernadete é a primeira a falar.
-Mauro? Não avisou que vinha... - fala Bernadete.
-Ah, desculpem, queridos... é que eu tinha urgência e nem pensei em avisar vocês. Vim ver meu neto. - fala Mauro.
Valéria se apavora e Hugo compreende a situação, mas se cala e a abraça.
-Como é que é? - surpreende-se Leopoldo.
-Isso mesmo que vocês ouviram. Eu quero ver meu neto... - insiste Mauro.
-Isso deve ser um engano... - fala Bernadete, sem entender nada.
-Não é um engano... - fala Valéria.
-É isso mesmo, mãe... não tem engano nenhum aqui... desculpa pai... acabou a farsa. Acabou tudo. - fala Hugo.
Bernadete fica perplexa e sem entender nada. FIM DO CAPÍTULO 93.
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