terça-feira, 25 de abril de 2017

CAPÍTULO 140

CENA 1: Nesse momento, Hugo chega e estranha a presença de William insultando Giovanna.
-Ei, ei, ei! O que é essa palhaçada aqui? - questiona Hugo.
-Hugo, não se mete. Não atrapalha. - fala William.
-Me meto sim! A Giovanna não é nem nunca foi santa, mas eu não vou deixar um homem agredir uma mulher desse jeito! - insiste Hugo, partindo para cima de William.
William o afasta, evitando o conflito corporal direto.
-Se afasta, cara! Me escuta direito! Você foi feito de otário! Vocês todos estão sendo feitos de otários! A Giovanna se apegou a essa suposta gravidez que ela sabe que nunca existiu pra infernizar a vida da Valéria! Aliás, Hugo, não é ocê que ama tanto a Valéria? Como é que não percebeu a jogada dessa daí? O meu recado pra essa monstra já foi dado. Era só o que eu tinha a dizer. Ela que se aproxime do meu filho ou da Valéria pra ver o que acontece com ela! Desculpem o transtorno. Desculpa qualquer coisa, Hugo... ocê é um cara bom e não merece ser feito de otário por uma pilantra dessas. Eu sei que a gente ama a mesma mulher, mas se tem uma coisa que eu sou nessa vida, é justo. Abram o olho com essa Giovanna, que de frágil e inocente ela nunca teve nada!
William vai embora. Giovanna tenta se explicar.
-Vocês protegeram aquela mineirinha maldita. Eu só queria meu filho de volta. Ela fez eu perder nosso bebê, Hugo... você não vê? - fala Giovanna, desesperada.
Hugo perde as estribeiras e começa a gritar.
-Chega, Giovanna! Parou com essa palhaçada! A sua gravidez era psicológica e a gente descobriu isso na porra do dia do seu acidente, tá satisfeita? Encara essa realidade de uma vez! E para de procurar culpados, pare de culpar a Valéria! Ela não causou nada! Você tá fora de si!
Bernadete se dirige a Giovanna com firmeza.
-Querida... é melhor entender tudo isso e aceitar. Gravidez psicológica acontece. - fala Bernadete.
-Eu não aceito! Eu senti ele crescendo aqui! Meu corpo se modificou! Eu nunca vou perdoar a Valéria pelo acidente. Nunca! - insiste Giovanna.
-Você precisa se tratar, Giovanna. Se tinha alguma dúvida que você não tá em seu juízo perfeito, essa dúvida acabou aqui. - fala Hugo.
-Nenhum de vocês acredita em mim. Acreditaram naquela mineirinha maldita. Um dia vocês vão se arrepender disso... - esbraveja Giovanna.
CORTA A CENA.

CENA 2: Valentina e Peppino, já na presença de Vitório, jantam à mesa com Cristina. Valentina percebe expressão de tensão em Cristina.
-Tou sentindo você meio tensa, querida... - observa Valentina.
-Deve ser impressão sua, dona Valentina... só ando meio sem apetite. - fala Cristina.
-Ah mamma, até parece que a senhora não sabe como a Cris sempre foi preocupadíssima com essa questão da magreza... - disfarça Vitório.
Peppino percebe olhar fulminante de Vitório para Cristina, fica desconcertado, mas resolve seguir conversa.
-Besteira... essas mulheres de hoje em dia só pensam na magreza. E não é só lá no Brasil, aqui na Itália anda igualzinho... - fala Peppino.
Valentina percebe clima estranho, mas entende que Peppino se conteve por medo do próprio filho.
-Bem... esquece isso, querida. Seu corpo é lindo, se permita ao prazer de comer... - estimula Valentina.
O jantar segue em clima tenso. CORTA A CENA.

CENA 3: Hugo chega com Giovanna a uma clínica de repouso. Giovanna demonstra contrariedade.
-Eu aceitei me tratar sim, mas não vir pra uma espelunca dessas. Cê quer que eu me interne?
-Não sou eu quem vou determinar isso. Só se pode saber disso depois que você for ouvida e avaliada, examinada... o que for necessário. É pro seu bem.
-Meu bem ou seu bem? Confessa aí que você tá feliz que tá se livrando de mim... confessa!
-Não vou confessar nada. Não é verdade. Você precisa de acompanhamento, de tratamento.
-E se eu não aceitar isso?
-É pro seu bem. Aceita...
Giovanna suspira, sentida.
-Não tenho alternativa, né? Eu sei que eu andei batendo pino, acho que é hora de aceitar isso...
CORTA A CENA.

CENA 4: Cristina e Valentina acabam indo para o pátio interno da mansão e Valentina se surpreende ao ver Cristina acendendo um cigarro.
-Não sabia que você tinha começado a fumar, querida. Que pena.
-Eu não sou fumante, mas às vezes sinto vontade e pego dos cigarros do Vitório.
-Sempre falei pro meu filho parar com esse vício... mas parece que ele não quer nem saber de nada. E agora você acompanhando ele nisso... que pena...
-Não vou viciar. É que ando meio tensa nesses dias...
-Eu percebi isso, querida. Ainda sentindo muita falta do Brasil?
-Sim. É como se estivesse faltando um pedaço, uma parte de mim. Acho que vou demorar pra me acostumar...
-Eu percebi isso.
-Percebeu?
Vitório chega e interrompe a conversa delas.
-Acho que tá ficando tarde pra vocês, aqui fora. Está ficando frio. - fala Vitório.
-Mas filho, é primavera... - retruca Valentina.
Cristina fica tensa. CORTA A CENA.

CENA 5: Vitório se fecha com Cristina no quarto.
-Ficou maluca? Achou mesmo que ia pedir socorro logo pra minha mãe?
-Eu que pergunto, ficou maluco? Eu não pedi socorro nenhum! Para de delirar um pouco, Vitório!
-Te conheço, Cristina! Te conheço desde que a gente era garoto. Não me subestime. Nem me desafie.
-Vai fazer o que? Me matar?
-Isso não. Mas posso mandar meus homens no Brasil fazerem um servicinho.
-Nem pensa em mandar fazer alguma coisa contra o Fábio.
-Quem disse que eu pensei nele?
-Nem com a minha filha!
-Eu mando matar a ranhenta. Basta eu desconfiar que você tá me passando pra trás.
-Cê tá falando em matar um bebê! A Arlete é só um bebê!
-Mas é minha moeda de troca. Então trate de ficar quieta e fazer tudo o que mando.
Cristina se apavora. CORTA A CENA.

CENA 6: Fábio se encontra com Idina.
-Nem sabia que cê tinha voltado de Fernando de Noronha.
-Nem passei em casa ainda, Idina...
-Fala pra mim... tem alguma novidade?
-Nada, Idina. Eu perdi a viagem.
-Como assim?
-Não há testemunhas.
-Confirmou isso? De repente podia haver, mas foram silenciadas.
-Não, Idina. Não tinha mesmo.
-Não consigo confiar. Tenho certeza que elas foram subornadas. Acho que o sequestrador pagou caro pelo silêncio delas.
-Só se fez isso muito bem feito, porque eu apertei até onde pude cada um...
-Tá certo. Não temos como ficar eternamente tergiversando sobre isso. Precisamos de outras pistas, caso contrário não tem investigação que se possa seguir dessa forma.
-O duro é saber que ela foi sequestrada...
-Eu sei, Fábio. Mas precisamos de cautela. Ter provas desse sequestro é fundamental. Não se abre uma investigação sem nenhum rastro de evidência.
-A carta e o bilhete tinham que servir de evidência!
-Sim, era o ideal. Mas isso não cabe a nós determinar, mas sim ao grafologista. É a palavra dele que tem peso e valor nisso.
-Mas grafologista é humano e também erra.
-Esse é um fato. Mas nessa relação de hierarquia, nesse momento, dependemos do que ele avalia. E se ele disse que a análise não foi suficiente para determinar que se trata de um sequestro, então não temos constatar.
-A menos que se mande pra outro grafologista analisar...
-É uma possibilidade, mas já perdemos muito tempo...
Os dois seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 7: Giovanna conversa com uma psicóloga.
-Venha, Giovanna. Me chamo Jade.
-Você é psicóloga?
-Sim.
-É você quem decide se fico ou não aqui?
-Não. Eu apenas repasso a informação para nossa junta de especialistas.
-Especialistas no plural?
-Sim. Psicólogos e psiquiatras. Estamos sempre aptos para atender todos os casos que se apresentarem por aqui.
-Sei. E eu preciso mesmo dessa conversa com você?
-Precisa. Primeiro porque eu preciso saber exatamente das razões que te trouxeram aqui.
-Sei. Que mais?
-É nos baseando nisso que vamos decidir ou não pela sua permanência aqui.
-Certo. Tenho mesmo que falar tudo? Detalhe por detalhe?
-É o que se espera.
-Bem, se é o que me resta... vamos ao sacrifício.
Giovanna começa a relatar o que lhe ocorreu nos últimos meses. CORTA A CENA.

CENA 8: Érico liga para Flavinho.
-Oi! Que surpresa a sua ligação...
-Atrapalho, Flavinho?
-Nada! Hoje o dia de trabalho tá supertranquilo. Por que?
-É que eu pensei que a gente podia se ver hoje depois que você sair aí da clínica... o que cê acha?
-Eu saio aqui quase às onze, Érico...
-Não tem problema. Cê pode vir pra minha casa. Aliás, é justamente essa a ideia.
-Bem... se for assim...
-Diz que topa, vai! Eu gosto de conversar com você. Me faz bem.
-Tá certo. Ocê me faz bem também. Eu vou. Se quiser passar aqui, eu agradeço.
-Eu fico ali na frente daquela lanchonete e a gente vai dali pra minha casa, pode ser?
-Combinado. Preciso desligar agora, querido. Até mais tarde!
-Até.
CORTA A CENA.

CENA 9: Após jantar, Bernadete conversa com Hugo.
-E a Giovanna, filho?
-Ficou internada. Recebi a informação antes do jantar.
-Foi melhor assim. O que eu vi dela ultimamente me causou mais que uma péssima impressão... me deixou com medo.
-A todos nós, mãe. Eu nunca pensei que ela chegaria a esse ponto.
-Eu fico com medo por todos nós.
-Que exagero, mãe!
-Exagero? Nós vimos muito bem como ela ficou fora de si. E ainda foi ameaçar a Valéria...
-Mas agora ela vai estar sob tratamento.
-Meu medo é que ela saia de lá pior do que entrou, entende?
-Entendo, só não acho que seja pra tanto, mãe...
-Queria estar nessa sua calma, Hugo... mas tá difícil, filho...
CORTA A CENA.

CENA 10: Horas depois, Flavinho e Érico andam calmamente em direção à casa de Érico.
-Quer dizer que ocê gosta mesmo é da manguaça, é?
-Sim, Flavinho. De bom moço eu só tenho a cara. Mas não posso ver uma piña colada que já fico todo ouriçado!
-Quem diria, hein? Canceriano e todo cheio das coisinhas...
-Até parece que você é todo certinho, né?
-Ah, eu adoro uma cerveja, não vou negar.
-Dá pra perceber pelo shape.
-Que direto você, hein?
De repente, Érico vê Guilherme se aproximando. Flavinho percebe tensão de Érico, mas fica sem entender o que acontece.
-O que foi, Érico?
-Nada... na verdade eu tava pensando em como eu acho você um cara bonito...
-Ah, você também é...
Érico aproveita momento que Guilherme o vê e beija Flavinho, que fica surpreso.
FIM DO CAPÍTULO 140.

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