sexta-feira, 21 de abril de 2017

CAPÍTULO 137

CENA 1: Flavinho se arrepende no momento seguinte de dizer o que disse, ao perceber falta de reação em Gustavo.
-Desculpa. Eu não devia ter dito isso.
-Era tudo o que eu queria e precisava ouvir de você, Flavinho.
Gustavo toma a iniciativa de beijar Flavinho, que corresponde imediatamente ao beijo. Após o beijo, os dois se olham com ternura e desejo.
-Eu senti, Flavinho.
-O que?
-Que ocê me ama também. Que me quer. Me deseja. Não é só delírio ou sonho meu. É real. Diz que é real...
-Sim. Eu te quero. Agora.
Os dois se beijam novamente e vão lentamente ao quarto de Gustavo, onde continuam se amando com paixão e desejo. Depois de transarem, Flavinho se abraça a Gustavo. Os dois estão sorridentes. Gustavo é o primeiro a falar.
-Cara! Esperei tanto por isso! E pode ter certeza, Flavinho: foi muito melhor do que eu possa ter sonhado.
-Nem fala. Eu fugi e neguei por tanto tempo tudo isso que fico até besta em pensar como fui capaz. Foi tudo tão intenso, forte... maravilhoso de um jeito que nem sei explicar. Nunca senti nada parecido, nem mesmo com... bem, deixa pra lá. Vai soar doido eu dizer...
-Fala...
-Nem mesmo com o Leonardo. E isso me deixou impressionado.
-Não fica assim. Tudo o que quero é ser feliz ao seu lado. Mais que isso: te fazer feliz. Isso é o mais importante. Se ocê tá bem, então eu tou bem...
-Acho que eu tou te amando, Gustavo. E não é de hoje.
-Esperei tanto pra ouvir isso, Flavinho! Eu sei que eu te amo. E se ocê deixar, eu vou sempre fazer o meu melhor pra te ver bem, feliz...
-Nem sempre eu consigo ser feliz. Ocê sabe o tanto de dor que eu carrego aqui em mim...
-Eu quero te ajudar a respirar quando o ar faltar. Deixa...
-A gente fala sobre isso depois... vamos ficar aqui, assim. Só nós dois. Nós dois e esse momento. Esse silêncio. Esse abraço... isso é real. O resto a gente vê depois.
Os dois adormecem abraçados. CORTA A CENA.

CENA 2: Cristina circula de madrugada pela casa e olha para o relógio.
-O tonto do Vitório deve estar capotado numa hora dessas. Já passa das quatro e ele não acorda antes das oito... a minha chance é agora.
Cristina sai andando pela casa quando percebe que tem alguém lhe seguindo.
-Ah, não! Esse Vitório não dorme nunca?
Uma voz feminina se faz ouvir.
-Não é o Vitório. Ele tá dormindo agora. Sou Margarete.
-Você é brasileira?
-Sim. Brasileira e italiana. Não se assuste. Eu estou ao seu lado.
-E por que não pulou fora desse mausoléu aqui?
-Tenho contas pra pagar e três filhos pra criar sozinha aqui em Milão. Sou viúva.
-Entendo. E por que é que você veio atrás de mim se tá a meu favor?
-Pra te alertar. Se você sair por qualquer porta daqui, cê tá perdida.
-Como assim?
-Essa casa tá cercada de seguranças, câmera pra tudo quanto é lado, microfones também. Eu sei comno te ajudar. Mas vamos precisar de tempo. E você, de paciência.
-Senti firmeza em você.
-Pois pode sentir. Eu vou dar um jeito de te ajudar.
CORTA A CENA.

CENA 3: Giovanna se acorda de um pesadelo gritando e Hugo vai acudí-la.
-O quer foi, Giovanna?
-Tive mais um daqueles pesadelos horrorosos.
-Como assim?
-Sonhei de novo com um berço vazio.
-De novo?
-Sim. Sensação horrorosa. Parecia que não existia bebê nenhum, que nunca houve bebê aqui...
Hugo fica sem saber como reagir diante de palavras de Giovanna, que percebe.
-Assustou com o que eu disse?
-Ah... sim. Mas fica sossegada. Quer que eu traga um chá pra você voltar a dormir?
-Por favor...
CORTA A CENA.

CENA 4: Margarete explica a Cristina sobre mentiras de Vitório.
-Cristina, o Vitório mente pros pais, é por isso que eu sei como te ajudar.
-Como é que é? Que negócio é esse?
-Simples: ele mentiu pros pais dele que ia ao Brasil pra te reconquistar. Pra te trazer pra morar aqui em Milão. Entendeu agora?
-Quer dizer que eles não fazem a mínima ideia do sequestro que ele armou?
-Claro que não. Eles acreditam que você veio por vontade própria.
-Tá tudo fazendo sentido. Por isso que ele forçou que eu escrevesse o bilhete e a carta. Não era só pro Fábio ler. Era pra despistar qualquer possível investigação!
-Dessas coisas complexas eu já não sei nem posso afirmar. Mas tá entendendo como eu posso te ajudar?
-Acho que sim. Explica...
-Eles não sabem que se trata de um sequestro. O Vitório vai agir no sentido de despistar os dois. É nisso que nós, principalmente você, que conhece eles, pode ganhar terreno, entendeu? Ter mais gente te apoiando, pensando numa maneira de escapar daqui sem levantar suspeitas...
As duas seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 5: Na manhã seguinte, Flavinho desperta surpreendido por Gustavo, que lhe serve café na cama.
-Bom dia, Flavinho...
-Não precisava disso... gente, até da geleia de damasco ocê lembrou!
-Nem tinha como esquecer. Foi sua preferida desde que te conheci.
Flavinho olha encantado para Gustavo.
-O que foi, Flavinho?
-Esse momento. Nós dois. Nunca pensei...
-Mas tá sendo real. E eu me sinto tão feliz por isso que tenho até medo que isso tudo seja um sonho...
-Ai, para... assim eu fico até sem jeito...
-Flavinho... eu não quero mais fugir nem adiar nada. Quer namorar comigo?
-Gustavo... a gente se conhece faz uma vida inteira... tenho medo de estragar essa amizade que a gente sempre teve.
-É tudo amor, não é? Ele só se transforma... mas ainda é amor.
-Mas eu não sei se tou pronto...
-Isso é um não?
-Não. Mas também não é um sim. É um talvez. Eu quero ver até onde a gente vai. Eu acho sim que a gente vai acabar namorando. Mas vamos com calma, Gustavo... por esse amor que existe aqui. É precioso demais pra se quebrar.
CORTA A CENA.

CENA 6: Daniella, na clínica, chama Flavinho e Gustavo para fazer um comunicado.
-Queridos, eu só esperei vocês chegarem porque preciso muito conversar com vocês. - fala Daniella.
-Eu imaginei que ocê ia falar sobre isso. Tem a ver com a Cris, não? - questiona Gustavo.
-Exatamente. Eu não tenho condições psicológicas, muito menos físicas, de ficar aqui na clínica hoje, tomada pela preocupação e sabendo que provavelmente minha irmã tá sequestrada fora do país... é por isso que eu chamei vocês dois. Porque confio em vocês mais do que em qualquer um que trabalha aqui. E preciso que vocês assumam a clínica hoje pra mim. Desculpa colocar essa responsabilidade absurda em vocês, mas não tenho condições de ficar aqui hoje. Conto com a compreensão e com a ajuda de vocês...
-Comigo ocê pode contar sempre, Daniella. Ainda mais depois de todo o apoio que ocê sempre me deu. - fala Flavinho.
-Digo o mesmo. Vai tranquila. Descansa. - fala Gustavo.
-Bem que eu queria descansar, mas sei que vou ficar uma pilha de nervos atrás de qualquer informação sobre o paradeiro da Cris... vai ser difícil... - fala Daniella.
-Justamente por isso. Fica despreocupada. Vai pra sua casa que a gente cuida de tudo aqui sem problema nenhum. - fala Flavinho.
-Eu digo o mesmo que o Flavinho disse. E digo mais: procura se tranquilizar. Tenha fé que tudo vai dar certo. - fala Gustavo.
-Vocês são uns maravilhosos. Obrigado por tudo! - fala Daniella.
Flavinho e Gustavo abraçam Daniella. CORTA A CENA.

CENA 7: Durante café da manhã, Giovanna conversa com Hugo, que demonstra preocupação com ela.
-Ei, não precisa me olhar com essa cara de preocupação, foi só mais um pesadelo que eu tive...
-Fico preocupado sim. Desculpa... mas vai que isso é um sinal?
-Sempre te achei cético. Estranho esse seu lado supersticioso.
-Não é superstição, mas será que seu inconsciente não tá querendo te alertar de alguma coisa através desses sonhos recorrentes?
-Sinceramente? Não acho.
-Mas pode ser...
-Duvido. O primeiro pesadelo foi antes do acidente. Agora esse é compreensível também. Pode ter a ver com o trauma que eu sofri, não?
-Olhando por esse lado...
-Tenho mesmo uma sorte danada, né?
-Ah, isso com certeza. Mal se arranhou no acidente...
-E tenho mais sorte ainda de não ter perdido o nosso bebê. O meu filho... eu sinceramente não sei como ficaria se ele tivesse morrido naquele acidente estúpido causado pelo meu próprio destempero...
Hugo fica penalizado e tenta não demonstrar diante de Giovanna.
CORTA A CENA.

CENA 8: Fábio arruma as malas e Maurício o surpreende.
-Caramba, filho. Eu nem vi que cê chegou...
-Pai, tem certeza que o melhor é voltar lá?
-Qual alternativa eu tenho, Maurício?
-Não sei... de repente ela fugiu mesmo...
-Nem você acredita nisso, meu filho... dá pra ver que falou da boca pra fora.
-Eu tenho medo do que você possa descobrir, pai. Qual é a garantia que as testemunhas vão falar a verdade?
-Como assim, Maurício?
-Já parou pra pensar que o Vitório é um cara rico? Ele pode ter calado a boca das testemunhas com dinheiro.
-Entendo, filho. Mas parado eu não posso ficar, entende? Eu tenho que ir. Mesmo que seja pra perder a viagem.
CORTA A CENA.

CENA 9: Horas depois, Gustavo vai atrás de Flavinho.
-Não entendi porque ocê fechou a cara do nada pra mim...
-Ocê ainda me pergunta, Gustavo? O que foi aquela palhaçada de ocê pedindo pra eu não te abraçar na frente das crianças, me diz?
-Isso aqui é ambiente de trabalho. Deu pra entender?
-Ah tá... pra cima de mim? As crianças não tem maldade.
-Mas os nossos colegas tem!
-Pensei que ocê tivesse dito ontem que me ama.
-Mas eu amo!
-Então prova.
-Flavinho... quantos anos ocê tem? Vinte e oito ou oito? Vê se entende que isso aqui ainda é ambiente de trabalho. Ainda mais hoje, que estamos em posição de liderança. Cresce!
-Nossa, precisava ser grosso?
-Desculpa. Mas tenta entender que não foi por mal...
CORTA A CENA.

CENA 10: Giovanna procura Hugo.
-Incomodo?
-Não. Pode falar.
-Eu quero saber como fica a gente. Ainda mais que tou morando nessa casa...
-Do mesmo jeito de antes. Bons amigos, Giovanna.
-Eu pensei que depois do acidente alguma coisa tivesse mudado entre a gente...
-Pensou errado. Nada mudou.
-Como é que você é capaz?
-Giovanna... para com isso.
-Não... fala... eu preciso saber. Eu preciso entender.
-O que?
-Você vai mesmo ser capaz de me deixar ser uma mãe solteira em vez de casar comigo? Vai só assumir o filho e pular fora?
Hugo gela. FIM DO CAPÍTULO 137.

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