CENA 1: Nicole estranha atitude de Cristina e Sérgio tenta tranquilizar a filha.
-Eu sei, Cristina... a sua mãe não tinha nada que ter encomendado pra gráfica sem te consultar... - justifica-se Sérgio.
-Não... tá tudo certo. No meio dessa loucura toda que foram os últimos meses, é até melhor que alguém tenha tomado a frente nas coisas que eu não iria dar conta sozinha... só que é estranho. Agora que tá começando a me cair a ficha de que eu realmente vou casar com o Hugo. Isso é assustador. Até então eu tava tratando isso como algo distante... e falta tão pouco! - desabafa Cristina.
-E isso tá assustando por que, filha? Esse casamento vem sendo discutido nos últimos anos... apesar do seu erro inconsequente, tá tudo certo... - fala Nicole.
-Quer fazer o favor de entender o lado dela? Ou você esqueceu que ela ama outro homem? - fala Sérgio.
-E você não ajuda em nada lembrando disso justo agora. Que papelão, Sérgio... um pai estimulando que a filha seja adúltera... - indigna-se Nicole.
-Chega, vocês dois! Não quero saber de discussão na minha frente agora... ainda mais se essa discussão for por minha causa. Eu sei que errei e tenho errado, não preciso que você me lembre disso o tempo todo, mãe... minha consciência é suficiente. - fala Cristina.
-Eu vou pegar os convites pra você ver. - fala Nicole, entregando para Cristina.
Cristina abre e pega um dos convites, começando a chorar copiosamente.
-Filha... eu não pensei que a coisa estivesse nesse ponto... - choca-se Nicole.
-Eu avisei, Nicole... eu percebi que a Cris tava precisando repensar as coisas. - fala Sérgio.
-Pela primeira vez eu vou ter que reconhecer... talvez haja tempo de desistir desse casamento. Você não tá feliz, filha... - constata Nicole.
-Não tou nem um pouco feliz. Na verdade, estou apavorada. O que vai ser de mim se eu levar isso adiante? O que vai ser de mim se eu largar tudo? Os dois caminho me levam pra dois abismos diferentes. E a culpa disso é minha. Minha! - desabafa Cristina.
-Bem... eu não tenho estrutura pra te aconselhar a desistir. Fica aí conversando com o seu pai... ele vai saber te dizer a coisa certa... - fala Nicole.
-Nossa... eu realmente não esperava ouvir isso de você, Nicole. Fico feliz que você tenha percebido que só quero o bem da nossa menina... - fala Sérgio.
Nicole deixa a sala e Cristina começa a falar com o pai.
-Olha, pai... eu sei que a sua intenção é das melhores, que quer minha felicidade acima de tudo. Mas não posso simplesmente escolher ser feliz e passar por cima do Hugo. Ele não merece ser abandonado pela segunda vez. Se eu largasse ele pra ficar com o Fábio, você acha que eu ia conseguir ser feliz sabendo que causei mais dor sem necessidade?
-E onde sobra você nisso tudo, minha filha? Cristina... a gente não pode passar toda a vida achando que pode agradar a todos. Ou que pode sempre fazer o que esperam da gente. O que você que não conta?
-E se eu decidir pelo que meu coração manda fazer, pai? Não é só uma simples questão de agradar a todos, mas evitar dores e decepções que podem ser evitadas.
-À custa da sua dor, do seu sofrimento? Que moeda de troca é essa?
-Agora você entende que não importa qual for a minha escolha, as duas vão me levar pra algum abismo? Tou numa verdadeira corda bamba, pai... e não sei quanto tempo ainda consigo me manter equilibrada nela antes de cair.
-Se permita cair, minha filha. Se permita errar. Sabe o que vai acabar acontecendo? Dessa autocobrança toda, um dia pode nascer alguém muito amargurada aí dentro. Alguém que pode acabar tolhendo a liberdade dos filhos. Você deseja isso?
-Não, isso nunca! Liberdade é tudo na vida de uma pessoa!
-Então se escute falando com mais frequência. Pratique o que prega.
Sérgio abraça Cristina, que chora. CORTA A CENA.
CENA 2: Flavinho chega radiante em casa e Valéria vai atrás dele,
-Como foi o primeiro dia lá na clínica, Flavinho?
-Menina, se eu pudesse, te agradecia mil vezes por ter me dado essa ideia. Amei tudo! Ser contratado na hora me assustou, mas poder voltar ao batente com o que eu sei fazer é maravilhoso demais da conta!
-Ai, que bom, amigo! Fiquei tão feliz quando ocê me ligou contando! É só uma pena que a dona Bernadete já esteja no décimo sono agora... senão ela com certeza vinha te dar um daqueles abraços demorados que ela gosta de dar.
-Nem me fala, Valéria. Tudo isso é louco, sabe? De repente é como se essa casa fosse realmente minha, sua, nossa... e aqui, a nossa família. Não é louco, depois de tudo o que a gente passou?
-Nossa... sinceramente nem sei o que pensar ou dizer. Apesar de todos os perrengues, de todas as barras que a gente anda segurando, no meio dessa tempestade toda, aparecem coisas boas. Sinal de que a gente nunca pode perder a esperança, né? Esse sopro que é a vida sempre dá um jeito de surpreender a gente.
-Pro bem e pro mal. Mas sabe, Valéria... apesar de toda a dor que eu passei por perder meu grande amor, tem um lado meu que insiste em viver otimista. É algo maior que eu...
-Ah, amigo... vem cá me dar um abraço de uma vez que ocê tá merecendo demais! Depois de tudo o que ocê passou, esse emprego na clínica tá sendo uma maravilha!
Flavinho e Valéria se abraçam. Nesse momento, Hugo chega e se satisfaz com o entrosamento de Valéria e Flavinho.
-Será que tem espaço pra um intruso nesse abraço? Parabéns pelo emprego, Flavinho... já fiquei sabendo. - fala Hugo.
Hugo se junta ao abraço e logo depois Flavinho se levanta.
-Bem, eu adoraria continuar esse papo, mas tou precisando descer pra comer alguma coisa antes de dormir... fiquem à vontade... - fala Flavinho, se retirando.
Valéria fica constrangida.
-Ói... ocê desculpa aí a falta de sutileza do Flavinho... ele tá forçando uma barra...
-Só uma barra, Valéria? Acho que ele tá forçando uma ferrovia!
Valéria e Hugo riem.
-Mas sabe, Hugo... no fim das contas essas coisas são engraçadas. Leves, apesar do peso que cerca a gente.
-Não é? Essas sacadas do Flavinho pelo menos deixam tudo mais tranquilo... foda é ter que acordar pra realidade logo depois...
-Nem me fala, Hugo... ainda não engoli aquele topete da Giovanna comigo.
-Já dei um jeito nela. Ela não vai te incomodar... mas você vê se colabora, né! Não tinha nada que ter cutucado ela com aquelas ironias...
-Ah, Hugo... eu não me seguro. Você devia se revoltar com ela também. Essa mulher te domina por completo...
-E acho que só comecei a ter real dimensão disso agora... não sei se tenho condições de escapar disso...
-Vamos mudar de assunto? Daqui a pouco o Flavinho volta e esse papo já tá começando a ficar pesado...
CORTA A CENA.
CENA 3: Na manhã do dia seguinte, Glória vai à sala de Giovanna.
-Já tá precisando da minha ajuda, Glória? Quem te viu, quem te vê...
-Na verdade eu vim conferir se isso aqui era mesmo real.
-Não ando com saco nem disposição para adivinhar suas charadas, sua fofoqueirinha de bairro...
-Olha ela! Tá sem paciência, fofa?
-E quem você pensa que é pra me tomar desse jeito? Tá de combinação com a pistoleirinha da Valéria, é? Até falando parecido com aquela mineirinha de mer...
-Vai se tratar, Giovanna. Você tá ficando paranoica. Nem conheço essa menina. Mas achei curioso... ontem você saiu desarvorada daqui logo cedo pra ir atrás do Hugo... hoje não tá nem ligando pro atraso dele. Ou será que tá sendo forçada a não ligar pra isso? Será que ele te colocou no seu lugar? Ah, Giovanna... eu pagava pra ver uma cena dessas!
-Sinceramente eu não sei o que te deu nesses últimos tempos pra implicar com a minha relação profissional com o Hugo.
Glória gargalha.
-Ai, ai... profissional? Você pensa que engana quem com esse papo furado, Giovanna?
-Você não se cansa de brincar com fogo, Glória? Ninguém te ensinou quando você era pequena que é feio se meter no que não é da sua conta?
-Não seria da minha conta se essas suas atitudes impensadas não respingassem na reputação da Natural High.
-Me diz uma vez que eu queimei a reputação dessa agência, só uma vez! Quem sabe assim, eu me calo e te dou razão.
-Prejudicar ainda não prejudicou. Mas fica sempre nessa corda bamba. Você acha que sou só eu que percebo que essa sua proximidade com o Hugo vai muito além do profissional? E pior: você se descontrola por ele.
-Você não sabe de nada, Glória. Eu sou a pessoa mais controlada desse mundo.
-É mesmo? Engraçado... não é o que eu me lembro, sobre aquele dia.
-Que dia, sua louca?
-Aquele que você quase voou no meu pescoço.
-Do jeito que você provoca... não tem como ficar séria.
-Acontece que não tou te provocando.
-Então tá fazendo o que, jogando esse veneno todo pra cima de mim?
-De veneno você bem que entende, né... engana tanta gente e ainda sai limpa de tudo isso... entende uma coisa, Giovanna: isso não é uma provocação. É só pra te dizer, pra te mostrar que eu tou de olho. E que eu não vou deixar você afundar essa agência.
-Bravata. Você dá voltas, fala que eu posso queimar a Natural High, mas não tem nada pra dizer a não ser essas teorias malucas que você criou aí na sua cabeça de fofoqueira de vizinhança.
-Tá dado o recado. É bom você andar na linha.
-É mais fácil eu exigir que você ande na linha. Ainda sou sua superior.
-Por enquanto, minha querida... um dia esse castelo de areia cai. E eu vou assistir de camarote...
Glória deixa a sala e Giovanna se irrita. CORTA A CENA.
CENA 4: Ricardo percebe que Glória está estressada.
-Discutiu com a Giovanna de novo?
-O que cê acha, Ricardo? A falsidade dessa mulher me tira do sério.
-Pra você ela é falsa... mas pode ser que não seja pros outros. Isso aqui ainda é um ambiente de trabalho, esqueceu?
-É justamente por ser ambiente de trabalho que não posso me calar diante do que vejo.
-São suposições, Glória. Tenha cuidado ao falar sobre isso.
-Até você, Ricardo? Você realmente tá cego de amor por essa mulher... é mais grave do que eu pensava...
-Eu sei que não é justo, Glória. Mas ninguém manda no coração. Eu amo essa mulher... mas se eu pudesse, eu ainda te amaria. Como foi na nossa juventude... infelizmente eu não consigo. A chama apagou.
-Admiro essa sua sinceridade. Mas não vou mentir que tudo isso não me dói... porque machuca aqui dentro, saber que de alguma forma eu não fui mulher suficiente pra você... e que você acabou se apaixonando justamente por essazinha...
-Querida... não tem a ver com ser mulher suficiente. Isso você sempre vai ser. Tem a ver com os sentimentos...
-Eu sei. E isso é o que mais me maltrata nisso... bem, eu vou ali pegar um café e já volto...
Glória sai de onde está e chora. CORTA A CENA.
CENA 5: Daniella ouve a campainha tocar e abre a porta. Ao abrir, se depara com Madame Marie.
-Madame Marie! Quanto tempo... tudo bem com você?
-Tudo indo, como sempre... sua mãe e seu pai estão aí?
-Deram uma saída. Foram fazer compras... imagino que você queira falar com a Cristina... mas você chegou um pouco atrasada... faz uns vinte minutos que ela foi pro trabalho...
-Não, querida... meu papo é com você.
-Ai... não me assusta. Olha, eu sei que tenho sido injusta, mas...
-Ei, quem disse que eu vim aqui te julgar? Melhor dizendo: quem disse que eu vou ditar alguma regra? Até parece que não me conhece desde pequena...
-Sei lá... é que eu ando com um peso na consciência ultimamente. Por uma série de coisas.
-Eu sei disso, Daniella. Mas você também sabe que eu nunca vou estimular sentimento de culpa em nenhuma pessoa nessa vida.
-Só não entendi porque você se abalou da sua casa até aqui, só pra falar comigo...
-Primeiro, não se assuste. Não tem nada de misterioso ou sobrenatural nisso. Intuição é uma coisa que existe em todos nós. A única coisa que nos difere é a frequência dessa vibração.
-Bem, se você tá dizendo... quer um café?
-Prefiro um chá verde, daqueles que sua mãe gosta.
-Tá certo... já venho com o chá...
-Nada disso, Daniella. Apenas me mostre onde está que eu mesma faço.
CORTA A CENA.
CENA 6: Bernadete conversa com Leopoldo enquanto os dois tomam café da manhã no quintal.
-Essa casa tá começando a ficar vazia, de novo...
-Do que cê tá falando, querida?
-Flavinho trabalhando, a Valéria com o sono irregular por causa da gravidez...
-Olha, se você estiver se sentindo sozinha, pode esquecer, porque nunca está.
-Não é isso, Leopoldo... na verdade, eu ando pensando que essa talvez seja a oportunidade pra gente ter mais... liberdade, você entende?
-Peraí... logo você me falando uma coisa dessas?
-E por que não? Eu sou mulher, Leopoldo... tenho minhas necessidades. Sinto falta de nós dois, mais próximos. De você... dentro de mim.
-Querida, você sabe que eu te amo, não sabe?
-Ama... mas já faz um bom tempo que não me deseja. Tá certo, eu ando doente, mas não estou moribunda. Tou bem viva, na verdade. E cheia de desejo. Você ainda me deseja, amor?
-Claro que te desejo... você sabe disso.
-Sei? Então por que faz meses que você não me procura mais?
-Você sabe... primeiro veio o cuidado com a sua saúde... depois a tragédia com o Leo...
-Leopoldo, remoer a morte do nosso filho não vai trazê-lo de volta. Até eu já entendi isso. Eu sinto sua falta. Sinto falta de me sentir mais mulher, mais plena.
-Não é o momento de pensar nisso, Bernadete...
-E quando vai ser? Parece que você fica arranjando desculpas pra não ter que transar comigo, sinceramente...
-Querida... a gente fala sobre isso outra hora, tá? Não quero que isso vire uma discussão.
-Mas não é uma discussão. É você que não aceita críticas de nenhuma natureza sem levar pro lado pessoal...
Leopoldo, sem dizer nenhuma palavra, se levanta e sai. CORTA A CENA.
CENA 7: Madame Marie conversa com Daniella.
-Presta atenção, Daniella... você é e sempre foi uma pessoa boa, de coração puro. Mas às vezes se acha mais esperta do que realmente é. Não percebe a própria ingenuidade.
-Isso é ruim, Madame?
-Nem bom, nem ruim... é uma das lições que você precisa aprender, vivendo...
-Então eu posso ser enganada pelas pessoas...
-Mas não por quem você pensa. Você tem o lado positivo de ver o lado bom das pessoas, o potencial delas. Mas às vezes você enxerga tão além que investe no potencial de quem ainda habita nas trevas. Você está sendo injusta com seu namorado. Ele é uma pessoa que escolheu a luz desde muito jovem e dela não sai. Já aquela outra menina, a que namorou com ele, tem muito potencial de melhorar. Mas não é agora... não nesse momento. Ela vai precisar de algumas duras lições, ainda. Vai crescer, mas antes pode causar problemas.
-Que tipo de problema?
-Isso não ficou claro. Mas se eu fosse você, não desconfiaria mais de seu namorado. Vai chegar um momento que ele não vai mais aguentar... e se você continuar a desconfiar dele, cedo ou tarde um novo amor pode aparecer na vida dele, bem debaixo do nariz. E dar a ele o que você se nega a dar...
-Do que se trata, isso?
-Me responda você. Melhor, não me responda. Escute o seu coração, as necessidades da sua alma. Desligue um pouco o racional. E você vai saber...
CORTA A CENA.
CENA 8: Giovanna observa Hugo trabalhando e ele percebe seus olhares.
-Quer parar de ficar me encarando desse jeito? Tá desconfortável, Giovanna.
-Nossa, tá bravinho? Não sabia que olhar tirava pedaço ou que atrapalhava seu trabalho. Pra cima de mim com isso, Hugo?
-Vai catar coquinho, vai... você realmente anda disposta a me encher o saco ultimamente.
-Já engoli o seu atraso ontem...
-Você não engoliu, pelo contrário: foi até minha casa e ainda tentou intimidar a Valéria... já esqueceu disso?
-É, mas hoje eu fiquei quietinha no meu canto. Aguentei e tolerei seu atraso sem dizer nenhuma palavra até agora.
-Não faz mais que a sua obrigação. Se esqueceu quem é majoritário aqui, foi?
-Não precisava jogar isso na minha cara desse jeito também, né! Olha só, Hugo: eu sei que tem alguma coisa acontecendo. Que alguma coisa vem acontecendo... só não sei o que.
-Que bom pra você. Era só isso que você tinha a dizer?
-Você anda fugindo de mim. Quem é ela, Hugo?
-Do que cê tá falando, sua maluca? Me deixa trabalhar, cacete!
Giovanna encara Hugo com desconfiança. CORTA A CENA.
CENA 9: Érico conversa com Guilherme.
-Você não tem aula hoje?
-Não... quer dizer... eu tenho, sim. Mas ando tão adiantado com todas as matérias que ir ou não ir hoje, tanto faz...
-Que bom que você resolveu ficar...
-Não entendi, Érico...
-Sabe, às vezes eu me sinto muito sozinho. Sem amigos, sem ninguém além da minha mãe e muito raramente a minha irmã pra me dar uma força, me apoiar... essas coisas.
-Eu sei como é... quer dizer... saber, eu não sei. Sempre tive amigos, desde sempre. Mas posso imaginar...
-Não é fácil remar contra a maré, Guilherme...
-E você diz isso pra mim, Érico? Eu achei que vivia uma realidade completamente diferente do que ela realmente sempre foi. Quando eu assumi minha bissexualidade, tudo aparentemente tava bem... meus pais me apoiando e me compreendendo. Mas era só a minha mãe que tava ali, de verdade. Descobri da pior forma que meu pai é um falso, um hipócrita duas caras que falou absurdos de mim pelas costas. Diz ele agora que se arrepende... mas eu não acredito a menos que ele possa provar isso.
-Pelo menos você ainda se encaixa nos padrões da normalidade estipulada pela sociedade. Você é lido como um homem certinho... eu mesmo pensei que você fosse insuportável de tão certinho. E agora me sinto um bosta por ter te julgado. Eu sempre estive fora desses padrões... e não fiz de propósito, não foi uma coisa deliberada. Esse sou eu... não faço questão de ser masculino, nem de ter um visual certinho pra atender ao que esperam de mim... mas isso me custa um preço caro demais... me sinto excluído pelas pessoas, todo dia, toda hora...
-Não fica assim, Érico... você tem um amigo em mim. E pode ter certeza que eu vou fazer o possível pra te empoderar nesse sentido de se aceitar completamente como você realmente é...
Os dois se abraçam. CORTA A CENA.
CENA 10: Cristina escuta batidas na porta de sua sala na clínica e pensa se tratar de Flavinho com dúvidas.
-Entra, Flavinho... - fala Cristina, olhando para a tela de seu computador.
-Não é Flavinho. - fala Fábio.
Cristina levanta a cabeça e se surpreende ao perceber que se trata de Fábio.
-Você aqui, cara? - espanta-se Cristina.
-Não ficou feliz em me ver? - questiona Fábio.
FIM DO CAPÍTULO 39.
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