CENA 1: Flavinho segue perplexo e não consegue responder. Leopoldo se impacienta.
-Ande, rapazinho! Fale alguma coisa antes que eu desligue.
-Isso é uma pegadinha, não é? Me diz que é...
-Rapaz, você acha que eu ia perder meu tempo e minha energia fazendo pegadinha, ainda mais pra um tipo como você? Me poupe...
-Olha aqui, seu Leopoldo... até agora eu tratei o senhor com respeito. Você me faça o favor de fazer o mesmo, senão quem desliga aqui sou eu.
-Tá certo... eu vou explicar porque tou fazendo esse pedido.
-É bom que explique mesmo. Tá sem pé nem cabeça.
-Sua amiga tá passando por apuros.
-Sim, isso você já disse. Mas que tipo de situação é essa?
-O Hugo... não para de implicar com ela. Fica chamando ela de pistoleira, de golpista... o clima está pesado. Temo que se Hugo continuar com isso, ele acabe revelando que na verdade o bebê que ela espera não é de Leonardo...
-Essa é uma escolha que você fez e impôs à Valéria para que ela não ficasse desamparada e sem dar um nome ao filho. Você foi baixo, seu Leopoldo. Se aproveitou do fato dela ter sido abandonada pelo ex, que se mandou pra outro país, pra manipular o ponto fraco dela. Se tem algum golpista aqui, esse alguém é você!
-Tá... diga o que quiser, rapaz. Quem sabe você até tenha razão.
-Gente... que bicho te mordeu? Eu tou falando mesmo com você, seu Leopoldo?
-Chega de gracinha, moleque.
-Olhe lá como você fala comigo. Posso saber por que eu deveria me mudar pra casa de vocês? Você que dê um jeito de deter o seu outro filho. Meu namorado, meu noivo, minha vida era o seu outro filho... que nem entre nós está mais.
-Você faz questão de reafirmar isso... veja bem, Flávio: eu estou passando por cima do meu próprio orgulho para lhe pedir isso.
-Pelo menos reconhece que é orgulho. É um bom começo.
-Não me julgue, rapaz.
-Eu, julgando? Pensei que isso fosse hábito seu, não meu...
-Dispenso suas ironias. Será que você não percebe que sua amiga tá praticamente largada, sozinha e abandonada dentro dessa casa? É por isso que tou pedindo pra que você venha morar um tempo aqui com a gente. Pra estar ao lado dela...
-Você quer dizer pra eu segurar as pontas que você não consegue segurar, que são consequências da farsa que você mesmo fez questão de criar e alimentar.
-Que seja. Não estou a fim de discutir nem de fazer uma análise psicológica a respeito de tudo isso.
-Pois deveria. Acho que o senhor deveria procurar um psicólogo.
-Flávio, presta atenção: eu preciso que você venha. Sua amiga está sendo praticamente encurralada pelo Hugo.
-Mas ela ainda tem ao Gustavo, que é irmão dela.
-É mesmo? E quem pode dar um nome ao filho que ela espera?
-Agora você me pegou... mas seu Leopoldo, tudo isso só começou a acontecer desse jeito depois que você não desmentiu o engano da sua esposa.
-Por favor, Flávio... diga que aceita vir morar aqui conosco. Pela Valéria...
-Está certo. Eu vou... mas que fique claro que estou indo só pela Valéria. É bom que o senhor não se esqueça disso.
-Quando você vem?
-Amanhã mesmo. Só vou precisar conversar com minha chefe. Vou ter de pedir demissão do hospital.
-E ainda consegue chegar amanhã?
-Consigo, seu Leopoldo. Isso era tudo o que tínhamos a falar, não era?
-Sim.
-Então, passar bem. Nos vemos amanhã.
CORTA A CENA.
CENA 2: Cristina resolve ligar para Giovanna, que atende prontamente.
-Oi, Cris... como vai a recuperação?
-Maravilhosa, já estou enxergando relativamente bem, Giovanna... incomodo de ligar a essa hora? Espero não ter te acordado...
-Nada disso, amiga. Sou uma mulher noturna, às vezes custo a dormir. E nesse momento eu nem deixei a agência ainda, acredita? Tá quase todo mundo aqui, ainda. Tá precisando conversar, querida?
-Na verdade sim. Não vou atrapalhar o trabalho?
-De forma alguma... diga.
-Então... eu andei pensando sobre tudo... e agora que já tou me recuperando do transplante, eu acho que já tenho mais certeza sobre o que quero da vida...
-Sei. Imagino que isso tenha a ver com o Hugo. Acertei?
-Em cheio, Giovanna. Eu acho que o melhor a ser feito é mesmo casar com ele.
-Que maravilha, amiga! Que bom que você se deu conta disso!
-Pois é... claro que não existe aquela paixão avassaladora, mas... ele é o homem certo pra mim. E eu posso aprender a ser a mulher certa pra ele.
-Assim é que se diz, Cristina. Adorei!
-Nossa, você se empolgou mesmo, hein?
-Sempre me empolgo quando as coisas terminam bem... não é pra isso que os amigos servem?
-Ah, sem dúvida. Mas então, Giovanna... agora eu tava pensando que você poderia me dar algumas dicas, alguns toques, sobre como eu posso organizar a festa de casamento, após a cerimônia, essas coisas.
-Vou ter o maior prazer em poder ajudar você nisso, Cris... mas espera aí, pra quando cê tá pensando em marcar o casamento? Parece apressada.
-Não, bobinha... não tenho pressa alguma. Na verdade, me sinto bem tranquila quanto a prazos, por enquanto...
-É, mas não se esqueça que o Hugo talvez não fique esperando toda a vida... ainda mais depois de... bem, você sabe.
-Se sei! Mas espero que pelo menos ele tenha paciência comigo.
-Quer um conselho? Eu sei que se conselho fosse bom, a gente vendia, mas...
-Pode falar, Giovanna...
-Se eu fosse você, marcava pra no máximo dois meses. Seria o tempo perfeito de organizar todos os detalhes da festa após a cerimônia, não acha?
-É uma boa ideia. Vou pensar com carinho a respeito.
-Por favor, pense com carinho mesmo, viu? Afinal de contas, eu aposto que o Hugo vai vibrar com esse casamento de vocês.
-Não tenho nenhuma dúvida disso. Bem, desculpa ter ligado pra você pra te alugar com isso. Obrigada, Giovanna.
-Que isso, Cris... não me alugou, não. Fico feliz em poder ser útil. Eu que agradeço pela confiança. Um beijo!
Giovanna desliga. CORTA A CENA.
CENA 3: Glória surpreende Giovanna chegando em sua sala sem bater na porta.
-Ai, credo, Gloria! Parece assombração! Custava bater antes? Nem sabia que cê tava aqui ainda... achei que já tinha encerrado o expediente.
-Já tou encerrando, Giovanna... mas sabe o que me intriga, de verdade?
-Intrigar? Do que raios você tá falando? Se não for pra falar de trabalho, melhor dar o fora.
-Quem não te conhece que te compre, Giovanna. Quem olha de fora até pensa que você só pensa em trabalho, que só vive pra trabalho. Mas você sabe que não é isso...
-O que? Glória... cuidado com o que você insinuar.
-Cuidado? Não sei porque eu devo ter cuidado. Euzinha não devo nada pra ninguém, já quanto a você...
-Quer ser mais direta, por favor?
-Quem não tem sido direta aqui é você, Giovanna. Posso saber porque você faz tanta questão que o Hugo se case com a Cristina?
-Em primeiro lugar, isso não é da sua conta. Em segundo lugar, que coisa feia, Glória! Deu pra ouvir atrás da porta, agora? Bem que eu sempre achei você com uma carinha de fofoqueira... pois tá perdendo seu tempo, aqui.
-Olha aqui, Giovanna... em primeiro lugar eu não sou fofoqueira. Segundo que eu ando te sacando não é de hoje. Você e o Hugo. Sempre grudados... sei não, viu?
-Isso que você tá insinuando é grave, Glória. Eu posso acabar te processando...
-Nossa, que medo! Processar pelo que? Calúnia e difamação? Eu e você sabemos que não existe nenhuma calúnia aqui.
-Engraçado... você também não pode provar nada do que diz.
-Tem razão. Não posso provar nada... por enquanto.
-Glória, Glória... cê tá mexendo com a pessoa errada. Eu posso demitir você, esqueceu que eu sou sua superior aqui dentro?
-Poder você pode. Mas com qual justificativa, querida? Você tem de prestar contas ao Hugo... e ao pai dele. Não é tão simples assim. Então pense bem antes de me ameaçar, queridinha. Não vai ser fácil me derrubar. É mais fácil eu te desmascarar.
-Qual o seu interesse nisso, Glória? Nunca te fiz nada.
-A mim nunca fez, de fato. Mas eu vejo você manipulando e enganando as pessoas. Inclusive o Hugo... ele é só mais uma vítima sua.
-Cê tá delirando, garota... vá pra sua casa, você precisa é de descanso.
CORTA A CENA.
CENA 4: Daniella, já em casa, conversa com Cristina antes de elas dormirem.
-Sabe, mana... eu nunca pensei que ia dizer uma coisa dessas, mas eu tou completamente apaixonada.
-Que? Eu ouvi direito? Eu que faço um transplante pra não ficar cega e você que fica?
-Boba... pior que isso não é brincadeira.
-Falei pra descontrair. Mas é realmente surpreendente ouvir isso, vindo de você.
-Se você acha surpresa, imagina eu? Tou apavorada!
-Mas com medo do que, exatamente, Dani? Amar é bom...
-É... mas definitivamente não estava nos meus planos. Você sabe muito bem o motivo.
-Quem sabe agora não é hora de esquecer essas coisas que você definiu pra sua vida?
-Impossível, mana... impossível não lembrar que a nossa tia se foi daquele jeito trágico por causa de um macho que ficou obsessivo nela...
-Foi com ela, não foi com você.
-É, mas você esquece que carrego o mesmo nome e o mesmo signo que ela?
-E daí? Vocês continuam sendo pessoas diferentes.
-Ela sempre foi minha inspiração, Cristina... você sabe disso, não sabe?
-Claro que sei. Mas você não acha que pegou pesado nessa defensiva toda, a vida inteira?
-Talvez eu tenha pegado pesado. Mas hoje isso já faz parte de mim, Cris... não posso evitar.
-E como você se sente, estando apaixonada? É pelo Gustavo, pelo menos?
-Claro que é, boba. Ele é meu namorado, quem mais seria?
-Ué... a gente nunca sabe...
-Mas é ele... o fato é que me sinto completamente vulnerável. Sinceramente não ando sabendo lidar com isso. De repente tudo o que eu acreditei começa a perder sentido. Isso é meio maluco...
-Maluco por que?
-Porque eu continuo convicta que não desejo uma vida a dois, como casada, por exemplo. Só que por outro lado, eu sinto falta dele... todo o tempo.
-Deixa o tempo responder certas coisas, Daniella... às vezes você tenta racionalizar demais seus sentimentos... e acaba se afobando. Tenha calma...
-É tudo o que quero ter. Calma.
-Vai conseguir... só precisa aprender a dar tempo ao tempo.
-Engraçado ouvir você me dizer isso...
-Ué... nunca ouviu que a vida é essa coisa de “faça o que digo, mas não faça o que faço”? É por aí...
As duas se abraçam, com cumplicidade.
CORTA A CENA.
CENA 5: Gustavo se prepara para dormir quando toca seu celular.
-Ué... será que a Dani ia me ligar logo agora?
Gustavo, estranhando, verifica que o número que liga para ele não é reconhecido pela sua agenda de contatos. Na dúvida, resolve atender.
-Alô?
Silêncio na linha.
-Olha aqui, se isso aqui for um trote, vá catar o que fazer que eu sou um trabalhador, tá legal?
De repente, escuta-se uma voz feminina do outro lado.
-Ui, ficou esquentadinho rápido, hein? Assim que eu gosto de você... com paixão em tudo o que faz e diz...
-Não acredito... Patrícia? Como é que você descobriu esse meu número, sua maluca?
-Ah, agora eu sou maluca? Não é o que você dizia quando a gente namorava.
-Sim, só que nosso relacionamento acabou. Já tem mais de três anos. Custa você entender e aceitar isso? Anda, me fala: como é que ocê descobriu esse número aqui?
-Cê acha mesmo que eu não sabia que ocê ia fugir de mim? Eu previ tudo. Ainda não sei onde você tá morando, mas vou descobrir.
-Você tá cada vez mais fora de si, garota...
-É o que eu posso fazer. Não importa como consegui seu celular. Eu sempre descubro o que eu quero... as coisas sempre chegam a mim.
-Se fosse assim, você já saberia onde eu moro.
-Não é difícil de descobrir. Eu posso me infiltrar facilmente. Esqueceu que eu sei quem é sua namorada?
-Patrícia... você precisa se tratar. Isso não pode ser normal. Isso não é normal.
-Vish, virou psicólogo e eu não sei de nada? Até onde sei, você ainda é um enfermeiro, ou eu perdi alguma coisa?
-Vai dormir, Patrícia... já tá tarde.
-Não vai querer saber ao menos onde eu estou?
-Garota, a última coisa que me interessa saber na vida é onde ocê tá? Boa noite, paz.
Gustavo desliga, apreensivo. CORTA A CENA.
CENA 6: No dia seguinte, no começo da tarde, Flavinho surge de surpresa no quarto de Valéria.
-Flavinho? Que cê tá fazendo aqui, amigo? Você não faz ideia do quanto eu precisava de você por aqui...
-Eu sei... eu vim pra ficar.
-Que? Morar aqui? Seu Leopoldo vai deixar? Gente...
-Foi ele que me ligou e me contou do perrengue todo.
-Menino... tou passada! Me conta melhor esse trem doido que eu tou completamente de queixo caído!
-Ele ligou pra mim ontem, de noitinha. Disse que precisava que eu viesse pra cá, pra apagar esse incêndio que o Hugo anda causando, basicamente.
-E é bem isso. Menino, esse cara resolveu implicar forte comigo desde o começo. Desde que eu tava lá, internada no hospital, me recuperando do acidente. Só que ele fica me atazanando, o tempo todo! Me chamando de golpista, de interesseira, de pistoleira pra baixo...
-Nossa... que empenho em te colocar pra baixo esse sujeito tem, hein? Que paixão!
-Oi? Paixão? Ai, Flávio de Leon... menos, bem menos!
-Não nesse sentido, sua tonta. Mas o que importa é que agora eu tou aqui. Vou fazer o possível pra te proteger. Agora esse Hugo vai precisar se ver comigo se quiser te insultar...
-Ai, amigo... me dá um abraço! Senti tanto sua falta...
Flavinho abraça Valéria.
-Que situação que você acabou se metendo, Valéria... que situação! Não bastasse a morte do Leo já ser uma dor horrorosa pra gente, o fim da nossa família... agora mais essa.
-Mas você vai ficar quanto tempo aqui, Flavinho?
-O tempo que for preciso. Fica tranquila. Nada de ruim vai te acontecer comigo por perto.
CORTA A CENA.
CENA 7: Cristina conversa com Hugo ao telefone. Hugo se queixa de Valéria para Cristina.
-Olha, amor... sinceramente eu não entendo essa implicância toda com a garota... ela é uma boa pessoa.
-Boa pessoa? Você nem conheceu a peça ainda!
-Mas sinto. Tenho intuição pra isso... você tá irritado por outros motivos.
-Deu pra ser clarividente, agora? Essa menina é uma pistoleira. Aceitou a farsa que meu pai criou pra não desfazer o mal entendido que minha mãe começou.
-Ela não tem culpa disso.
-Mas foi conivente.
-Você se coloca no lugar dela? Ela foi abandonada pelo pai do filho dela! Tem noção do que é nascer uma criança sem pai nesse mundo? Seja mais generoso com ela, por favor...
-Vou tentar. Preciso desligar agora. Eu te ligo mais tarde. Beijo, te amo.
CORTA A CENA.
CENA 8: Bernadete chama Flavinho para lhe acompanhar.
-Onde a senhora tá me levando?
-Já falei que pra você eu sou Bernadete... me chame de você, querido.
-Tudo bem... é que demoro a me acostumar.
-Venha comigo... vou te mostrar o quarto que cê vai ficar.
Bernadete leva Flavinho ao quarto que era de Leonardo, Flavinho percebe imediatamente que o quarto era de Leonardo, ficando emocionado...
-Mas, dona... digo, Bernadete... esse era o quarto do Leonardo... tem certeza que a senh... que você não cometeu um engano?
-Engano nenhum, querido. Eu sei que você e meu filho eram muito amigos, muito unidos mesmo. E se alguma forma sei que ele iria querer que você ficasse aqui, se pudesse se comunicar e me dizer o que quer...
-Eu... sinceramente nem sei o que dizer. Leonardo realmente foi importante pra mim...
-Sei disso. Vejo nos seus olhos, na sua emoção. Vocês certamente foram grandes amigos...
-Ah, sim... fomos... muito amigos, mesmo.
-Não se acanhe, Flávio... deixei tudo arrumado assim que Leopoldo me disse pela manhã que você vinha morar conosco.
-É estranho me chamarem pelo nome... prefiro pelo apelido.
-Então tá feito... te chamo de Flavinho sempre, fechado?
-Fechado.
-Desfaça as suas malas, meu querido... agora essa casa também é sua.
CORTA A CENA.
CENA 9: Durante horário de descanso, Daniella estranha atitude evasiva de Gustavo.
-O que tá pegando, amor? Desde que começou o dia você tá com essa cara, monossilábico. Foi alguma coisa que eu fiz?
-Não. Com certeza não tem nada a ver com você.
-Mas então porque raios você tá com essa cara? Parece que tá querendo se esconder, sumir...
-Você não iria entender.
-Se você não disser, eu realmente vou ficar sem entender nada. Confia em mim, Gustavo...
-Eu confio em você. Mas você não vai poder fazer nada.
-Tá me deixando preocupada, amor... me dá a impressão que tem algo grave por detrás disso...
-Tira isso da cabeça, Daniella. Só tou num dia ruim. Agora, cê me dá licença que eu preciso voltar ao trabalho.
Daniella fica intrigada. CORTA A CENA.
CENA 10: Horas depois, Bernadete organiza o quarto para Flavinho e vê em suas coisas um álbum de fotografias.
-Olha só... que delicadeza! Ele tem um álbum de fotografias!
Bernadete olha, encantada, para as primeiras fotos.
-Que querido! Esses três realmente foram muito unidos!
Bernadete se emociona ao ver fotos com Leonardo. Flavinho chega ao quarto e estranha ver Bernadete sentada em sua cama. Analisando com atenção, percebe que ela está olhando o álbum de fotografias e fica tenso.
-Dona Bernadete! Descobriu meu álbum, foi?
FIM DO CAPÍTULO 23.
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