CENA 1: Gustavo se assusta com o surgimento de Patrícia. Daniella percebe que Gustavo não está se sentindo confortável diante da situação e resolve apaziguar a situação, falando naturalmente com Patrícia.
-Oi, Patrícia... tudo bem com você? Você disse que era uma surpresa, mas sabe que eu moro aqui. Cê tá hospedada aqui perto, é isso? - questiona Daniella.
-Verdade, Patrícia... eu sei que você andou conversando com a Dani... e que foi aqui. Qual é a sua surpresa de me ver aqui? - questiona Gustavo.
-Então, gente... eu posso explicar. Vocês devem conhecer a pensão da dona Rosa, certo? Aquela que ela fez na mansão que era da melhor amiga dela. Eu ando ficando lá. E fica a uma quadra daqui, então... eu tava indo fazer algumas compras agora e vi vocês chegando. - justifica Patrícia.
-Tá vendo, amor? Não precisava ficar todo tenso desse jeito... - fala Daniella.
Gustavo não se convence.
-Me diz uma coisa, Patrícia... quantos quartos existem na pensão da dona Rosa? - questiona Gustavo.
Daniella percebe desconfiança de Gustavo.
-Nove quartos. A Daniella deve saber, não é? Me diz aí, Daniella... minha resposta tá correta? - devolve Patrícia.
-Corretíssima. Gustavo, meu amor... deu de cena pra cima da Patrícia, por favor? Ela não tá inventando... a pensão realmente tem nove quartos... - fala Daniella.
-Ponto procê, Patrícia... - desanima-se Gustavo.
-Você podia pelo menos ser mais gentil comigo, né? A gente namorou, esqueceu? - fala Patrícia.
-Tem razão. Só que isso faz parte do passado. Você não devia estar em BH? Não entendo o que ocê veio fazer no Rio... - fala Gustavo.
-Quem sabe porque eu não tenho família por lá? Porque sou sozinha no mundo, sem referências, sem ninguém? Eu vim pra cá pra arranjar um bom emprego e fazer amigos, satisfeito? - devolve Patrícia.
-Ei, ei, ei! Parem, vocês dois! Que conversa mais sem sentido pra se ter na hora do jantar! Aliás, Patrícia... você já fez suas compras? - fala Daniella.
-Ainda não... mas não tenho pressa. Por que?
-Você podia entrar com a gente. Eu gosto de você. Simpatizei de graça, sabia? Acho que você pode gostar de jantar com a gente... - propõe Daniella.
Gustavo fica tenso e perplexo.
-Daniella, você ficou doida? Convidar a Patrícia pra jantar com a sua família já é demais... forçou a barra, hein? - protesta Gustavo.
-Bem... eu não queria causar problemas. Eu vou indo nessa... tchau, gente. - fala Patrícia, fazendo menção de ir embora.
-Fica, querida. Gustavo só tá meio preocupado, mas isso vai passar. Ainda desfaço esse mal entendido que ficou entre vocês... - fala Daniella.
-Então eu fico, se não for incomodar... - fala Patrícia.
-O que é um peido pra quem tá... - fala Gustavo.
-Nem continua essa frase, amor. Relaxa, viu? Você vai ver como tudo vai ficar tranquilo. - apazigua Daniella.
Gustavo fica tenso e temeroso, mas procura disfarçar.
-Tá certo... talvez a Daniella tenha razão. Faz tempo que a gente não se fala também, Patrícia... talvez você esteja melhor hoje... - conclui Gustavo.
-Isso... maravilha! Agora vamos entrar de uma vez porque eu já tou ficando com um buraco no estômago de tanta fome e posso sentir o cheiro da comida do seu Sérgio daqui... - fala Daniella.
Os três entram. Gustavo respira fundo. CORTA A CENA.
CENA 2: Giovanna fuma um cigarro, satisfeita, após transar com Hugo.
-Ih... nem me olha com essa cara que esse cigarro aqui é aromático. Tou careca de saber que você detesta o cheiro do cigarro comum.
-Aromático ou não, vai acabar deixando cheiro na minha roupa.
-Quer deixar de ser fresco, Hugo? Tem dias que você mal termina o serviço e já desanda a reclamar.
-Não tou reclamando, você sabe muito bem que não curto cigarro...
-Ai... tá bem. Eu apago. Posso fumar depois... não tenho tanta pressa assim. Foi bom pra dedéu esse sexo nosso de hoje, hein? Nossa senhora. Acho que tive uns sete orgasmos...
-Nossa, tudo isso? Você realmente tem tesão em mim, pelo visto.
-Meu querido, a única coisa capaz de me “prender” a um homem é o tesão. Pensei que você tivesse entendido isso.
-Entender eu entendo... há pelo menos doze anos. Não significa que eu ache legal. Um dia você vai sentir falta de um amor.
-Amor é pros românticos... e gente romântica é gente fraca. Eu gosto é da adrenalina. Do proibido... do risco, do perigo. De rir na cara das convenções.
-E rir pelas costas de quem você engana também, vamos ser sinceros.
-Você nunca se opôs a isso...
-Até agora.
-Você anda distante, Hugo... isso não é de agora. Isso vem acontecendo desde que seu irmão morreu.
-Conhece luto? Prazer, luto.
-Você já teve mais paciência comigo. Está claro pra mim... tem mais coisa nisso.
-Não pira, Giovanna. Quem não tá te reconhecendo sou eu... você nunca teve saco, paciência ou disposição pra DR...
-Quem disse que isso aqui é uma DR, Hugo?
-Não, Giovanna... isso aqui é aula de educação sexual...
-Aprendeu a ser irônico depois dos trinta, foi? Quem te viu e quem te vê... mas sabe de uma coisa? Eu até gosto... aliás, adoro essa sua nova faceta. Tava precisando desse oxigênio, sabe?
-Oxigênio? Do que cê tá falando?
-Ora... não é óbvio? O nosso relacionamento vinha caindo na mesmice há pelo menos três ou quatro anos... e o melhor sexo é sempre o sexo que vem depois da briga.
-Só você, Giovanna. Não vou mentir... fico doido de tesão depois das brigas. Mas não gosto de brigar, pra ser bem sincero.
-Não entendo. Você diz uma coisa e se contradiz ao mesmo tempo.
-Só tou avisando... ou a gente muda os termos da nossa relação, ou vai chegar o dia que nem sexo mais vai existir aqui. E você sabe muito bem que a única coisa que sustenta a gente é o sexo. Acabando isso, não resta mais nada.
-Até parece... você fala como se nós não fôssemos amigos.
-Eu sou seu amigo. Só não sei quanto a você.
-Hugo... cala essa boquinha, vai. Me beija, só.
-Agora não. Não tou disposto.
-Então vira pro lado e dorme, desgraça!
Giovanna se impacienta. CORTA A CENA.
CENA 3: Guilherme surge na sala com sua mochila nas costas e uma mala nas mãos. Humberto se desespera.
-O que é isso, meu filho? Você vai embora? Não vai, por favor! Você nem tem pra onde ir! - argumenta Humberto.
-Qualquer lugar vai ser melhor do que ficar aqui essa noite ou esses dias. Desculpa, mãe... mas esse sujeito aí não sabe quem eu sou. Não sou eu que vou mostrar depois de tanto tempo. - fala Guilherme.
-Eu já liguei pra Margarida, filho. Imaginei que você fosse querer passar essa noite ou até uns dias longe daqui. Ela concordou em te receber na casa dela. Você não vai ficar sem abrigo. - fala Armênia.
-Vocês estão conversando como se eu nem estivesse aqui. Alguém quer fazer favor de me escutar? - reclama Humberto.
-E o que você espera que eu diga, seu Humberto? Nem de pai eu consigo mais te chamar. Não sei quem é você. E quer saber de uma coisa? Acho justo dizer tudo isso na sua cara, afinal de contas, você nunca soube ou nunca fez questão de saber quem eu realmente sou. Estamos quites, não? - devolve Guilherme.
-Também não precisa falar assim com seu pai... - tenta apaziguar Armênia.
-Tenho que falar sim. Que é pra ver se ele cai em si. - conclui Guilherme.
-Eu só quero que você me perdoe, filho... só posso pedir por isso... pelo seu perdão. - fala Humberto.
-Perdão? Você tem coragem de falar em perdão agora? Você não sabe o que é perdão. Não me perdoou nunca por eu ser bissexual. Não quis entender. Fingiu que acolheu, que aceitou, que apoiou. Era tudo mentira. Você é uma mentira, seu Humberto. Não sabe o que é perdão. Não perdoa nem a si mesmo por supostamente ter falhado comigo... e ainda joga a culpa disso em cima da mãe! Você é falso. Duas caras. Mentiroso!
Humberto perde a paciência e dá um tapa em Guilherme. Guilherme permanece imóvel.
-Tá vendo? Agora a sua máscara de madalena arrependida caiu, de novo. Bate mais, bate! Faz o que você sempre quis fazer. Dá a surra que você diz que me faltou, anda! - desafia Guilherme.
Humberto segue olhando para Guilherme, imóvel.
-Anda, covarde! Prova a sua covardia! Bate em quem te diz a verdade, mas bate de uma vez, seu covarde! - prossegue Guilherme.
Humberto se ajoelha diante de Guilherme, caindo em prantos e se agarrando nas pernas dele.
-Por favor, meu filho... me perdoa por eu ser esse homem horrível. Me perdoa! - implora Humberto.
-Vai ser difícil perdoar alguém que vê maldade em tudo... até onde não tem. Me dá um tempo... eu preciso sair daqui. Esfriar a cabeça. Ficar longe de você. - conclui Guilherme.
Armênia acompanha o filho até a porta.
-Eu lamento por tudo isso, meu filho... vê se volta logo, se conseguir...
-Eu vejo isso depois, mãe... tou muito ferido.
CORTA A CENA.
CENA 4: Após jantar, Patrícia deixa casa de Nicole e Sérgio. Daniella olha para Gustavo com reprovação. Sérgio e Nicole percebem que os dois precisam ficar a sós.
-Bem... já que todo mundo já comeu e a garota foi embora, eu vou lavar a louça... - fala Sérgio.
-Eu vou com você, amor... - fala Nicole.
Gustavo começa a falar.
-Nem vem me olhando com essa cara. Não falei nada demais durante o jantar.
-Precisava falar? Você ficava o tempo inteiro olhando com um misto de medo com raiva pra Patrícia. A mãe e o pai perceberam, só não disseram.
-E você queria que eu agisse como? Eu não sei do que essa garota é capaz.
-Será que você não tá fazendo tempestade num copo dágua, não? Poxa vida, Gustavo! A Patrícia foi super educada, não pisou na bola uma única vez que fosse e você chegava a tremer toda vez que ela abria a boca!
-Eu tremi foi de raiva. Você não sabe o tanto que essa maluca já me infernizou! Você não tinha que ter convidado ela pra jantar com a gente. Esse era um momento que era pra ser nosso. Lembra disso?
-Você não pode me julgar por eu ser receptiva com as pessoas.
-Mas com ela não devia! Vai por mim!
-Fala aí, Gustavo: do que você tem medo? De que ela te desmascare?
-Você não sabe com quem está lidando.
-Então tá tudo certo. Eu também não sei quem é você de verdade. Com quem eu estou lidando? Quem é Gustavo Varela de Andrade? E se você só tem medo que se ela aproxime porque ela pode fazer essa sua máscara de bom moço cair? Hein? Fala, Gustavo!
-Você me ofendeu, agora. Não esperava ouvir essas coisas de você.
Gustavo se levanta e Daniella vai atrás dele.
-Espera. Fica!
-Não tem condição de ficar mais um segundo aqui dentro. Tchau, Daniella.
Gustavo explode em choro do lado de fora da casa. Daniella teme estar sendo injusta com ele.
CORTA A CENA.
CENA 5: José conversa com Idina animadamente, no pub.
-Que bom que você tá animado, José... dá pra ver que você tá se empolgando nessas lutas diárias.
-Ainda não engoli a morte da minha irmã. Aquilo ali foi um crime! Responsabilidade da prefeitura, que superfatura obras e entrega material de quinta. Aquela marquise nem teria caído se não fosse essa maracutaia toda.
-Você fica tão cheio de si falando dessas coisas. Nunca pensou em entrar na política? Acho que você ia se dar bem, viu?
-Nunca pensei. E nem me apraz essa ideia.
-Pois deveria pensar... mais pra frente. Você é um homem bom. Eu acho até que te admiro... só precisa melhorar a questão do racismo.
Os dois se olham, encantados um com o outro e acabam se beijando. Idina recua.
-José... nós somos amigos, antes de mais nada. Isso não podia ter acontecido.
-Mas você também quis.
-Sim, eu quis. Mas não posso querer.
-Bem... eu não quero que fique um clima pesado entre nós...
-Não precisa haver clima pesado... mas isso não deve se repetir.
CORTA A CENA.
CENA 6: Na manhã do dia seguinte, Maria Susana recebe Idalina em sua casa, assim que deixa Miguel na escola.
-Chegou bem na hora, dona Idalina... acabei de chegar.
-E o Miguel, como tá diante de tudo isso?
-Mal sente... claro, isso porque eu e o seu filho tratamos de conversar e explicar tudo da melhor maneira possível. Ele só anda sentindo saudade do pai... normal.
-Eu queria te pedir desculpas... por tudo o que o José fez com você nesses anos.
-Não precisa disso, dona Idalina... o menos sofrido desse processo todo foi separar. Acredite: essa separação nos libertou. Salvou nossa relação de amizade, que podia ter acabado. Você sempre vai ser a minha sogrinha do coração. Minha segunda mãe... o nosso vínculo jamais vai deixar de existir. Eu não quero que deixe de existir. Gosto muito sa senhora e do seu filho. Ele, apesar de tudo, é um amigo muito querido. Quando a dor ficar quietinha no seu canto, tudo vai ficar bem.
-Ah, minha querida... saiba que a recíproca é mais que verdadeira. Eu sempre tive você como uma filha, desde a época que você namorava com o José... agora, então... depois da morte da Arlete, eu fiquei meio “órfã” de filha. É reconfortante saber que você não vai se afastar.
-Imagino a sua dor... como mãe, eu posso imaginar. Me dói fisicamente só de pensar em perder o Miguel...
-Você ainda pode ter mais filhos, se quiser...
-Não sei se quero, dona Idalina... claro que eu tenho medo que o Miguel fique mimado por ser filho único, mas por outro lado, eu não sei se daria conta de mais um filho. Gosto de me dedicar o máximo que posso. Não perder nenhum detalhe do crescimento dele...
As duas seguem conversando. CORTA A CENA.
CENA 7: Gustavo liga para Valéria.
-Oi, mano... que bom que ocê ligou!
-Não te acordei?
-Sabe que não? Era pra eu estar dormindo, mas me acordei com uma fome danada hoje... coisas da gravidez... como cê tá?
-Péssimo.
-O que aconteceu?
-Eu e a Daniella brigamos. Quer dizer... eu fiquei ofendido com um trem que ela fez... com as coisas que ela disse.
-Tem a ver com o que eu tou pensando? Ói... se essa Patrícia continuar se metendo, eu esqueço que tou grávida e vou eu mesma dar uma lição nessa maluca!
-Não, mana... fica fora disso. Ela teve o desplante de aparecer do nada e jantar na casa da Daniella... com todo mundo junto!
-Gente do céu... e você não quis voar no pescoço dessa falsiane, não?
-Me segurei pra não fazer isso. Juro que não fiz nada... mas a Daniella começou a duvidar de mim, ocê acredita?
-Eu queria poder fazer alguma coisa por vocês... pra acabar com essa merda toda. E tudo isso é culpa da Patrícia, mais uma vez. Vem cá, essa louca não vai cansar de te atrapalhar a vida? Já empatou outros lances seus...
-Nem me fala, mana. Mas não quero que ocê faça nada, tá me ouvindo? Nem é só pela gravidez, mas é que essa coisa toda, quem precisa resolver sou eu, no final das contas.
-Mas bem que essazinha podia tomar o rumo dela, né?
Os dois seguem conversando ao telefone. CORTA A CENA.
CENA 8: Hugo chega em casa para se arrumar para o trabalho e Valéria o segue.
-Oi, Valéria... nem vi você chegar. Dormiu bem?
-Eu dormi. Duvido que você tenha dormido. Tou sentindo o cheiro de cigarro barato daqui...
-Não tou entendendo, Valéria... você sabe que eu não tou nessa situação porque eu gosto. Eu não me sinto bem fazendo essa palhaçada toda com a Cristina.
-É, mas basta a Giovanna estalar o dedo que você vai correndo e abanando o rabo.
-Eu sei que isso não tem defesa. Eu queria poder explicar... queria saber explicar. Mas não sei.
-A mim, você não deve explicações, Hugo. Sabe por que? Porque nada disso me diz respeito. Eu nem sei porque eu vim aqui falar com você, pra ser sincera.
-Pelo menos me escuta um pouco, Valéria... só tenho você e o Flavinho pra desabafar.
-Ah, legal. Não sabia que agora meus ouvidos tinham virado penico.
-Não é assim, Valéria.
-Então é como? Você se resolva com essas questões. Euzinha que não vou me meter. Não é da minha conta.
-Eu queria pelo menos a sua amizade. Me enganei em relação a você.
-Eu também me enganei em relação a você. Você não é um completo cafajeste. Mas precisa comer muito feijão com arroz pra se tornar um cara digno.
-Me sinto culpado, sabia?
-Transforma esse sentimento de culpa em algo melhor, Hugo. Culpa não muda nada.
-Valéria...
Valéria desce. CORTA A CENA.
CENA 9: Leopoldo observa Bernadete ainda dormindo e acaba passando pelo quarto de Flavinho, que está com a porta entreaberta. Leopoldo flagra Flavinho olhando álbum de fotografias, sem se fazer visto.
-Ah, Leo... eu sonhei tanta coisa pra nós dois. Aquela casa, a nossa história... o futuro que nunca vai ser. Os filhos que a gente nunca vai adotar... onde ocê tá agora, meu amor? Por que tudo teve que acabar assim? Por que ocê fez isso com a gente? E quando o seu aniversário chegar, como vai ser? Os vinte e oito anos que nunca vão ser... nem os vinte e nove, nem mais nada...
Flavinho fecha o álbum, o toma em seus braços e chora de saudades de Leonardo. Leopoldo observa a tudo calado e comovido.
Ao sair da frente do quarto de Flavinho, Leopoldo murmura consigo mesmo:
-Essa dor, essa saudade... é algo que sempre vai nos unir... quer queira eu isso, ou não...
Leopoldo quase chora, mas engole o choro e segue andando até a escada.
CORTA A CENA.
CENA 10: Cristina chega mais cedo em casa e Nicole estranha.
-Mal voltou pra clínica e já tá saindo mais cedo? Deixou aos cuidados de quem, filha?
-Do Gustavo. Nele, eu confio. Mãe... o pai tá aí? Eu precisava de um papo particular só com você...
-Ele tá aqui, sim... mas tá no banho... cê sabe como ele é. Fica mais de meia hora debaixo daquele chuveiro. Acho que a gente vai poder conversar com tranquilidade.
-Menos mal...
-O que tá acontecendo, filha? Ando te notando estranha... e temo saber o motivo.
-É sobre o Fábio, mãe... eu encontrei com ele outra vez.
-Quando?
-Naquela noite que eu disse que ia pernoitar na clínica.
-Minha filha... você foi pra casa dele?
-Fui. Pro apartamento dele... rolou. Com direito a tudo. O mais grave disso é que eu tou apaixonada por ele.
Sérgio desce as escadas.
-Como é que é, filha? Apaixonada por outro? - pergunta Sérgio.
Cristina se apavora ao perceber que o pai ouviu conversa. FIM DO CAPÍTULO 35.
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