quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

CAPÍTULO 33

CENA 1: Cristina se encanta pelo apartamento.
-Das duas, uma: ou você é um excelente decorador, ou uma mulher se encarregou desses detalhes nesse apartamento. De qualquer forma, o mérito de ter escolhido a pessoa certa pra decorar é seu. A não ser que... não que isso seja da minha conta, mas... por acaso isso aqui é uma garçonière?
-Garçonière? Claro que não. Tenho jeito de quem faria uma coisa dessas?
-Não sei, ué. Mal te conheço, Fábio. Assim como você mal me conhece. Perguntar não ofende.
-Tudo bem, Cristina. É que eu realmente não imaginava que você fosse assim tão direta... tão sem filtros.
-Mas isso é bom, não é? Ah, eu prefiro ir dizendo logo de uma vez tudo o que me passa pela cabeça. Não tenho muito talento pra disfarçar as coisas.
-Percebe-se...
-Você parece assustado, Fábio. Como se estivesse me escondendo alguma coisa. Tem a ver com esse apartamento aqui?
-Não... quer dizer... tem. É que nem sei por onde começar a explicar.
-Você não me deve explicações. Até o momento nós não somos nada um do outro...
-Mas você tá aqui... aceitou vir. Talvez sejamos mais que nada um pro outro.
-Talvez. Mas seja o que for que você tenha a me dizer, pense bem antes de falar. E se não sabe por onde começar... que tal começar pelo começo?
-Às vezes você quase me intimida, Cristina... mas acho isso tão fascinante...
Fábio lembra de Arlete e percebe semelhanças nas atitudes de Cristina, mas nada diz, olhando para ela, admirado.
-Bem... melhor desfazer essa cara de tacho.
Os dois riem.
-Sabe o que é, Cristina? Você lembra do dia que a gente se conheceu, certo?
-Claro que sim... você disse que ficou impressionado com o caso da moça que morreu na queda da marquise aqui perto e que foi minha doadora...
-Justamente. Me solidarizei com a situação. Entrei em contato com a família dela... com o irmão e com a mãe. Descobri esse apartamento...
-Claro! Faz sentido... a decoração, o bom gosto... essa essência solar que habita aqui... era dela! Da tal da Arlete. E como você conseguiu acesso a esse apê?
-Simples: eu comprei o apartamento.
-O que? Me explica esse negócio direito... que loucura, gente...
-A mãe dela me explicou que tanto a Arlete quanto ela estavam passando por um aperto financeiro nos últimos tempos. Apesar de eu não ser rico, perguntei a ela o que podia fazer. Ela me falou do apartamento, me deu o valor e disse que estava para vender. Comprei à vista. Foi uma forma de ajudar essa família, já tão enlutada... pelo menos livrei de um perrengue bravo.
Cristina acredita na mentira de Fábio e olha para ele, apaixonada.
-Você é um cara tão bom, Fábio... eu não sabia que era tanto assim...
Fábio beija Cristina, que após alguns instantes, recua.
-Fábio... isso não tá certo... eu tenho noivo. Vou casar mês que vem... você sabe disso...
-Eu sei. Mas você veio até aqui. E eu sinto que você também quer.
-Não devia querer. Não é o que eu planejei... mas eu quero, sim...
-Então vem comigo, Cristina. Precisamos disso...
-Mas vá com calma, certo? Se fizer alguma coisa errada, eu posso me vingar.
-Posso saber como?
-Ahm... deixa eu ver... te matando de tanto rir, por exemplo.
-Vish, garota... você mal me conhece. Nem sabe o que me faz rir.
-Duvido você resistir às minhas cócegas. Você vai cansar de tanto rir, vai até perder o fôlego...
-Boba... você é linda, sabia? Em todos os sentidos...
Os dois se entregam à paixão. CORTA A CENA.

CENA 2: Ao amanhecer do dia seguinte, Valéria se surpreende ao despertar e se deparar com Hugo em seu quarto.
-Hugo? O que ocê tá fazendo aqui? Tá sonâmbulo? Perdeu o rumo do seu quarto?
-Desculpa se te assustei... eu só tava precisando conversar. Se quiser, eu saio daqui...
-Não... agora fica. Só não tou entendendo o que você tem a falar comigo. Até outro dia ocê tava me atacando e me chamando daquele monte de coisa que eu prefiro nem citar...
-Eu vim em missão de paz, Valéria. Juro que não quero brigas... e eu sei que você não é nada do que eu disse de cabeça quente.
-Bem, pelo menos estamos aprendendo a nos suportar. Já é um começo, afinal a gente vive debaixo do mesmo teto...
-Me sinto muito só às vezes, sabia? Acho que o primeiro amigo de verdade que apareceu na minha vida foi o Flavinho.
-Ei... se ocê tá pensando que vai ter minha amizade, assim, do nada, pode tirar seu cavalinho da chuva. Uma coisa é a gente se tratar bem, se suportar... outra coisa é ser amigo. A gente não se bicava até outro dia... e eu não esqueci de nada disso.
-Só quero poder conversar de vez em quando. Saber que sou ouvido... e que não sou julgado.
-Impossível não te julgar, Hugo. Eu sei do seu caso com a Giovanna.
Hugo fica perplexo.
-Meu Deus... como você soube?
-Por acidente. Foi dia desses... tava saindo do quarto do Flavinho e acabei ouvindo sem querer uma discussão sua por telefone. Eu sei, eu errei quando parei pra ouvir... mas ali, eu entendi tudo. Você não tem vergonha de enganar a Cristina? Não tem peso na consciência de deixar a Giovanna ser falsa desse jeito com ela?
-Sim, eu me envergonho. Sim, eu tenho peso na consciência. Valéria, eu poderia me justificar com mentiras, mas eu não quero mais isso pra mim. Eu tou exausto...
Valéria se surpreende.
-Menino... eu nunca esperava que a sua reação fosse ser essa.
-Mas é. Eu cansei. Não é de hoje que eu cansei, não. Descobri que eu não sei quem eu sou, Valéria. Me olho no espelho e não reconheço o meu próprio reflexo. O pouco que vejo não me orgulha. Quais são as minhas vontades? O que eu quero da vida? Eu não sei... sempre deixei que decidissem por mim.
-Gente... eu nem sei o que dizer.
-Não precisa dizer nada. Se não quiser me ouvir também, eu vou entender. Sei que sou um merda.
-Você não é um merda. Hugo... só tá perdido. Vai se encontrar em algum momento, eu sei que vai. Você se acostumou com tudo isso... e agora não sabe mais como sair disso. Se tornou dependente da Giovanna, não foi?
-Foi... e eu penso em pular fora. De tudo. Do compromisso que ela me enfiou goela abaixo com a Cristina... do domínio dela. Mas tudo o que tenho, devo a ela... tou farto de tanta mentira... mas eu faço parte dessas mentiras.
CORTA A CENA.

CENA 3: Daniella está saindo de casa, quando se depara com Patrícia no portão.
-Ai, que susto, garota! O que você tá fazendo aqui, Patrícia? Achei que você tinha voltado pra Minas...
-Eu não posso voltar, Daniella. Não enquanto eu não esclarecer tudo.
-Comigo? Estranho. A gente nem amiga é... você não deve me esclarecer nada...
-Já entendi tudo... você caiu de novo na lábia do Gustavo... tá apaixonada, claro...
-Olha aqui, Patrícia... eu sou feminista, não brigo com mulher por causa de macho não... mas não te dei liberdade pra me tomar desse jeito. Vamos colocar limites aqui, certo? Aliás, adoraria que você me desse licença, porque eu vou acabar me atrasando.
-Atrasando pra que? Eu sei que você já entregou a clínica pra sua irmã...
-Garota, você me assusta. Como você fica sabendo de tudo isso? Tá me seguindo?
-Eu posso explicar...
-É bom que saiba. Mas, pro seu governo, eu continuo tendo meus compromissos. Só que agora, eles são artísticos. Trabalho é trabalho.
-Eu queria desfazer qualquer mal entendido que tenha ficado entre nós. Eu simpatizo com você.
-Não sei se devia, Patrícia... mas também vou com a sua cara. Você tem potencial pra ser uma pessoa boa.
-E quem disse que eu não sou?
-Mas não tem feito coisas legais. Não engoli você ter mentido pra mim sobre o fim do seu namoro com o Gustavo. Vocês tinham terminado tudo antes dele ir embora de BH... e você sabe disso. Por que me escondeu isso? Por que distorceu os fatos?
-Você não sabe o que eu passei na mão desse cafajeste, Daniella... ele usou e abusou da minha boa vontade. Eu sabia que ele me traía... mas por amor, fingia não ver. Eu aceitei calada muita coisa. Até o dia que ele disse que tinha enjoado da minha cara... assim, do nada. E me largou. Sem rumo, sem referência... sozinha no mundo e na vida. Sem ninguém.
-E por qual razão eu devo acreditar nisso, Patrícia?
-Olhe nos meus olhos, Daniella. O que você vê?
-Sinceramente? Eu não sei o que eu vejo. Patrícia, eu adoraria conversar com você em outras oportunidades. De verdade. Mas preciso ir nessa... senão me atraso pro ensaio.
-Pensa em tudo o que eu disse, tá?
-Pode deixar...
Daniella vai embora e Patrícia sorri, maliciosa.
-Tonta. Se acha tão esperta, mas cai no primeiro apelo emocional que vê pela frente...
CORTA A CENA.

CENA 4: Guilherme ajuda Humberto e Armênia na abertura do Ilha de Malta pela manhã, antes de ir à universidade. Humberto se admira com a prestatividade do filho.
-Não sei como você consegue, filho... sempre disposto, sempre cheio de gás e energia... - admira-se Humberto.
-Ah, pai... pra que eu vou ficar parado se posso ajudar meus velhos? - devolve Guilherme, enquanto organiza as coisas.
-Isso é a juventude, Humberto... a energia tá aí, em todo o potencial. Quase inesgotável... - fala Armênia.
-Vocês falam como se nunca tivessem sido jovens, ora essa... mas ó, já já eu vou ter de zarpar, senão perco a condução, daí já viu: me atraso bonito. - continua Guilherme.
-Ah, filho... você nunca se atrasa. Não sei como consegue. Com tanto estudo, com tantos encontros, tanta coisa... - fala Humberto.
-Não entendi, pai... - estranha Guilherme.
-Você sabe, filho... pessoas como você... como é que chama atualmente? LGBT, não é isso? - fala Humberto, forçando uma naturalidade que ele não consegue.
Guilherme fica constrangido.
-Humberto, seu doido! Não tá vendo que deixou o menino constrangido? Toma, filho... pega esse dinheiro pro lanche e esquece isso que seu pai disse... - fala Armênia, entregando dinheiro ao filho.
-Deixa eu conversar com o meu filho, por favor, Armênia? Eu, hein... o filho não é só seu.
Guilherme se diverte com o início da discussão dos dois.
-Adoraria ficar mais aqui com vocês, mas realmente preciso ir. Não se matem enquanto isso, tá? Beijo pra vocês... até mais tarde.
Guilherme parte e Armênia olha para Humberto o recriminando.
-O que foi agora, Armênia? Não fiz nada de errado.
-Você não tem um pingo de tato, Humberto... impressionante. Deixou nosso filho constrangido. Você realmente não faz a mínima ideia de quem é o Guilherme. Mas ó... nem quero continuar essa conversa com você. É inútil. Você só vai entender melhor no dia que cair do cavalo. Escreve o que tou dizendo...
CORTA A CENA.

CENA 5: Margarida elogia Carla, durante café da manhã.
-Você é mesmo uma menina de ouro, sabia, minha filha?
-Vish, mãe... o que te deu pra me falar isso a essa hora da manhã?
-Devia ter te falado antes... no dia que aconteceu tudo.
-Olha, se você for falar daqueles merdinhas que tentaram agredir o Érico, eu não fiz mais que minha obrigação de correr aqueles babacas dali...
-O que você fez foi nobre, filha. Mostrou que você ama seu irmão, acima de tudo. Apesar das brigas e diferenças. Sabe, filha... eu te amo demais, assim como amo seu irmão. São amores diferentes, porque vocês são pessoas diferentes. Vocês vivem realidades diferentes, cada um com a sua perspectiva dela. E isso é lindo... a sua atitude só prova que esses mundos tão diferentes podem conviver em paz.
Carla se emociona.
-Ah, mãe... eu nunca deixei de amar meu irmão... você sabe disso. Só que fui intolerante, não compreendi e ainda não compreendo muita coisa. Mas naquele dia, diante daquilo, vi o tamanho da futilidade que é minha implicância... e vou tentar fazer o meu melhor pra não implicar mais com o Érico. Ele não merece isso... ninguém merece.
-Ah, minha filha.
Margarida afaga Carla. CORTA A CENA.

CENA 6: Leopoldo surpreende Flavinho ao procurá-lo enquanto Flavinho toma café no quintal.
-Seu Leopoldo? A Bernadete tá bem?
-Ela vai ótima. Sabe, Flávio... eu queria te pedir desculpas.
Flavinho quase cospe o café, ao se engasgar.
-Como é que é? Mas me pedir desculpas pelo que?
-Por tudo, Flávio. Desde o começo. Eu fiz muita besteira, muita coisa errada. Nesses últimos dias eu fiquei pensando no quanto eu deixei que as coisas desembocassem na morte do Leonardo... e acho que me arrependi de muita coisa que fiz. De muito do que deixei de fazer.
Flavinho se emociona.
-Claro que eu desculpo, seu Leopoldo.
Leopoldo se incomoda com o sorriso de Flavinho.
-Tá, mas não precisa dessa viadagem de sorrisinho todo feliz pra cima de mim.
-Oi? Você acaba de me pedir desculpa e quer regular o jeito que eu reajo a esse pedido? Acho que eu devia ter pensado melhor antes de aceitar.
-Baixa a sua bola, Flávio. Você só tá aqui dentro dessa casa porque eu preciso que você esteja aqui. Mas você não passa de um viadinho nojento. Tudo em você me dá nojo... o seu jeito sempre solícito demais, amoroso demais, carinhoso demais. Ninguém é simpático assim o tempo todo.
-Eu não vou tolerar esses insultos calado, Leopoldo. Se você não sabe ser gentil com as pessoas, o problema não é meu. É seu.
Bernadete flagra tensão entre os dois. Flavinho vê Bernadete e se retira. CORTA A CENA.

CENA 7: Bernadete vai atrás de Flavinho até seu quarto. Flavinho está tremendo de nervoso.
-Flavinho... não fica assim. Eu sei que o Leopoldo fala besteira da boca pra fora... ele não entende gente como você...
-Desculpa, Bernadete... mas eu não posso aceitar ser insultado e ficar calado. Não posso deixar barato e baixar a cabeça só porque a casa é dele.
-Querido... releva! A casa não é dele, é minha. Está no meu nome. Mas se eu digo isso na frente dele, cai o mundo...
-Não entendo como pessoas tão opostas podem estar casadas a tanto tempo... vocês não tem nada a ver um com o outro.
-A vida endureceu o Leopoldo. Ele não está lidando bem com o luto. Ele já foi um homem gentil, doce e carinhoso. Comigo, ainda é. Mas não consegue ser com mais ninguém...
-Eu entendo que luto não seja fácil. Eu também ainda vivo um pouco do luto. Mas isso não serve de justificativa pra ele me tratar dessa maneira. Só não vou embora dessa casa por consideração à Valéria e a você. Você pode não acreditar, mas eu gosto muito de você.
-A recíproca é verdadeira, querido. Deixa a poeira disso tudo baixar. Você vai ver como as coisas vão melhorar com o tempo...
-Quanto tempo? Desculpa, Bernadete, mas eu não sou pacífico o tempo todo. A atitude do seu Leopoldo me pegou de surpresa... primeiro ele vem me pedindo desculpas. Eu me emocionei, mas só sorri de volta pra ele. Ele começou a recriminar meu sorriso, Bernadete... meu sorriso! Como é que eu vou lidar com isso?
-É difícil, eu sei... mas vai melhorar, você vai ver.
CORTA A CENA.

CENA 8: Em sua sala na clínica, Cristina liga para Fábio.
-Esperei pela sua ligação desde que você saiu daqui...
-Fábio... eu liguei pra te dizer que o que aconteceu com a gente essa noite não vai se repetir.
-O que? Cê tá falando sério? Você saiu daqui toda feliz...
-Sim. Saí daí feliz... estou feliz. Grata por esse nosso encontro. Mas preciso aterrisar... voltar à realidade. Não posso me dar ao luxo de fazer sempre tudo o que quero.
-Mesmo que isso signifique abrir mão de quem você tá começando a gostar? Não adianta negar... o que a gente teve foi especial.
-Foi especial. Mas Fábio... é melhor cortar tudo isso pela raiz agora, antes que a gente acabe sofrendo mais ainda... eu vou casar com o Hugo. Falta pouco pra isso acontecer. Você acha justo com você que eu siga te vendo? Eu não posso abrir mão desse casamento. Eu já pisei na bola com o Hugo antes.
-Mas você ainda tem tempo de desistir, não tem?
-Tempo eu tenho. Mas não é simples como parece.
-Posso saber por que?
-Você não entenderia.
-Se você não disser, aí mesmo que não vou entender.
-Eu já abandonei o Hugo antes. Por um impulso, uma insanidade. Nossos pais são amigos de toda uma vida, que se reencontraram graças a eu ter conhecido Hugo...
-Sei. Então pelo que tou entendendo, você tá mais preocupada com os outros do que com você mesma...
-Fábio... esses outros são os meus pais. Os pais do Hugo. E principalmente os pais dele... o irmão do Hugo morreu há pouco tempo. A família vive uma situação de luto, ainda. Quando eu cometi a loucura, essa tragédia ainda não havia acontecido. Se antes já era difícil sair disso, agora é impossível.
-Só é impossível se você quiser. Eu largaria tudo por você.
-Pra você é fácil dizer isso, Fábio... está se separando. Não deve nada a ninguém... está com a vida ganha, livre e desimpedido.
-E o que nos difere? Sua vida também não está ganha? Cadê a sua independência, Cristina?
-Eu preciso desligar, Fábio. Por favor, não me ligue. Adeus.
CORTA A CENA.

CENA 9: Daniella come um sanduíche numa lanchonete e lembra das palavras ditas por Patrícia, mais cedo.
Você não sabe o que eu passei na mão desse cafajeste, Daniella... ele usou e abusou da minha boa vontade. Eu sabia que ele me traía... mas por amor, fingia não ver. Eu aceitei calada muita coisa. Até o dia que ele disse que tinha enjoado da minha cara... assim, do nada. E me largou. Sem rumo, sem referência... sozinha no mundo e na vida. Sem ninguém.”
-Será possível que tudo isso que ela disse tenha um fundo de verdade? - fala Daniella, consigo mesma.
O atendente pensa que Daniella fala com ele.
-Falou alguma coisa, moça?
-Nada não, moço... pensei alto uma coisa, aqui...
O atendente dá atenção a um cliente que chega. Daniella segue absorta em seus pensamentos.
-Se houver alguma verdade nisso... o Gustavo pode ser abusivo... meu Deus! Em que buraco eu posso estar me metendo...
CORTA A CENA.

CENA 10: Hugo é surpreendido por Cristina, durante horário de almoço.
-Veio comer comigo? Não avisou nada antes...
-Decidi de última hora, Hugo... a gente precisa conversar.
-Sobre os detalhes da festa? Já encarreguei a Giovanna disso...
-Não... não é bem sobre isso... eu acho que a gente precisa ter uma conversa definitiva.
Giovanna se aproxima e percebe tensão de Cristina.
-Desculpa interromper o romance de vocês, mas será que tem espaço pra madrinha na mesa?
Cristina fica tensa. FIM DO CAPÍTULO 33.

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