CENA 1: Bernadete se assusta com reação intempestiva de Leopoldo no enterro do filho e questiona o esposo.
-O que foi isso, Leopoldo? Será possível que você não consegue entender que essa dor não é só nossa?
-Bernadete, você não entende nada...
-Claro que eu entendo, querido. Não me subestime. Já não basta a Valéria não poder estar aqui, ainda? A pobrezinha ainda convalesce numa cama de hospital. Não torne as coisas piores do que elas já são. É nosso filho que se foi... pro Flavinho, é um grande amigo que se vai... você não vê? Não percebe a dor?
-Mas, querida... eu só quero evitar... deixa pra lá...
Leopoldo desiste de falar. Flavinho toma coragem de falar.
-Seu Leopoldo... eu peço desculpas se de alguma forma tou sendo demais aqui, se incomodo de alguma forma. Não é minha intenção, de verdade. Esse é um dia triste pra todos nós. É uma despedida que eu jamais pensei na vida que teria de passar... - fala Flavinho.
Leopoldo fica sem resposta. Bernadete se emociona com as palavras de Flavinho.
-Querido... você é um menino especial. Nunca duvide disso ou permita que questionem isso... Leopoldo, meu amor... deixa a rosa com o Flavinho. Deixa a gente se despedir do Leo como o coração da gente pede. Só temos esse momento. Não vai haver uma segunda oportunidade...
-Tá certo... Flávio, desculpe qualquer coisa, rapaz. Não ando bem do juízo. Não é fácil passar por tudo isso... não sei se consigo te pedir um abraço, mas não quero deixar uma impressão ruim...
Leopoldo estende a mão para um aperto de mãos. Flavinho se comove com o gesto espontâneo de Leopoldo e aperta sua mão. Leopoldo, num impulso genuíno ao perceber que logo o filho será enterrado, abraça Flavinho, chorando.
-Desculpa qualquer coisa, Flávio...
Flavinho se emociona. Leopoldo logo se refaz e se esquiva do abraço que ele mesmo teve o impulso de dar. Bernadete e Flavinho colocam suas rosas sobre o caixão de Leonardo. O enterro prossegue. Todos se despedem de Leonardo em silêncio.
Após alguns instantes, as pessoas que compareceram ao enterro se dispersam e Flavinho faz menção de ir embora, sendo antes abordado por Bernadete.
-Querido... fica. Já está ficando tarde... vai ficar ruim pra você voltar pra sua terra uma hora dessas...
-Eu agradeço, Bernadete... você foi uma querida em todos os sentidos. Mas preciso voltar ainda hoje pra minha casinha... arrumar todas as coisas por lá.
-Flavinho... todos nós estamos num momento de muita dor... eu adoraria que você passasse pelo menos essa noite na nossa casa...
Leopoldo olha para Flavinho de forma ameaçadora e Flavinho compreende o recado.
-Bernadete... eu agradeço de coração pelo convite, mas realmente não posso ficar. Minha vida tá toda lá em BH...
-Mas você parece exausto, precisa de um desanso.
-Não se preocupe, querida. Eu descanso no ônibus. Inclusive preciso ir logo, a tempo de comprar uma passagem na rodoviária.
-Tudo bem... eu apreciei muito que você tenha vindo de sua terra até aqui. Tenho certeza que Leonardo, de onde estiver, também se alegrou pela sua vinda. Sinto que vocês foram muito próximos...
Flavinho abraça Bernadete, sem nada dizer.
-Te desejo força, dona Bernadete. Você merece força, paz e felicidade nessa vida...
-Obrigada, meu querido... não sei se a felicidade um dia volta. Mas espero estar forte, daqui em diante. Afinal de contas, tem um netinho vindo logo...
Flavinho encara Leopoldo com olhar de reprovação...
-Preciso ir...
-Liga pra mim, Flavinho? Não quero perder contato com você. Gostei de verdade de você...
-E eu de você... não vamos perder contato. Tenha certeza disso...
Flavinho parte. CORTA A CENA.
CENA 2: Dois dias depois. Após receber alta, Valéria chega acompanhada de Leopoldo, Bernadete e Hugo à mansão dos di Fiori. Valéria se surpreende com a casa e fica sem graça ao sentar-se no sófá da sala.
-Gente... essa casa é gigante, é realmente uma mansão... não quero parecer interesseira, nem dar trabalho pra vocês... - fala Valéria.
-Ah, é mesmo? Interessante, Valéria. Não quer parecer interesseira e ficou impressionada com a riqueza da casa... curioso, não é? - provoca Hugo.
-Hugo, não fale desse jeito com a garota! - repreende Leopoldo.
-Não entendi essa sua má vontade com Valéria. Ela carrega seu sobrinho no ventre. Você deveria ser mais gentil, meu filho... - fala Bernadete.
-Desculpa, gente... eu entendo o Hugo. Sei que ele deve estar passando pela dor de perder o irmão... é normal que ele ache estranho tudo isso. Eu mesma nunca pensei que ia acabar dentro dessa casa... - apazigua Valéria.
-Ah, não diga... nunca pensou na vida que podia comer de graça e ter todas as mordomias do mundo? Nossa, que desapegada, ela... - continua Hugo.
-Chega, Hugo. Você está sendo inconveniente com a garota! Valéria, me desculpe, querida... Hugo deve estar digerindo essa situação toda com mais dificuldade que a gente. Não deve ter entendido o que é o milagre da vida, ainda... - fala Bernadete.
-Sim, claro... eu não sei de nada. Mas talvez vocês também não saibam. Eu acho no mínimo uma temeridade colocar uma quase desconhecida dentro dessa casa, mas... quem sou eu pra questionar, né? A casa é de vocês. Eu vou trabalhar, porque tenho mais o que fazer. Boa sorte aí, Valéria. Vai precisar. - fala Hugo, se retirando.
Leopoldo vai atrás de Hugo antes dele alcançar seu carro.
-Filho, dá pra ter um pouco mais de gentileza e paciência com a menina? Por Deus! Será que você não percebe que faço isso pela sua mãe?
-Será mesmo que é pela mãe, pai? Ou será que é pra não ferir a sua reputação de pai de família que criou bem os filhos no caminho de Deus? Quem não te conhece, que te compre, seu Leopoldo. Você sabe que não estou falando nenhuma mentira.
-Não me provoque, Hugo. Esse não é o melhor momento pra esse tipo de conversa.
-Claro. Afinal você precisa do controle absoluto de tudo... de todos. Cuidado com o coração, viu?
-Dispenso sua preocupação, Hugo. Essa situação é temporária. É um mal necessário... pelo menos, enquanto sua mãe não estiver completamente boa do coração.
-Ah, sim... mas até quando isso vai? A garota tá grávida. E a mãe pensa que o bebê é filho do Leonardo... você tem noção do tamanho do estrago que a verdade pode causar? Por sua culpa! E da Valéria, que aceitou tudo isso. Quer saber? Não tem conversa possível sobre isso, agora. Tudo já é suficientemente nojento pro meu estômago...
Hugo parte em seu carro, deixando Leopoldo pensativo a respeito de suas decisões. CORTA A CENA.
CENA 3: Maria Susana organiza gavetas do seu quarto pela manhã quando se depara com uma sacola que não tinha visto antes na gaveta de José.
-Mas que raios uma sacola de supermercado faz toda enrolada aqui? Só falta o Zé ter desembestado a dar uma de acumulador agora, parece que não tem nada aqui dentro... - fala Maria Susana, consigo mesma.
Maria Susana abre a sacola e encontra dentro dela um pequeno pacote plástico com um chumaço de cabelo, que identifica imediatamente.
-Peraí... esse cabelo é do Miguel! Não é possível... ah, mas o Zé vai me ouvir! Se ele pensa que vou dar refresco pra ele porque a Arlete morreu há pouco, tá muito do enganado!
Maria Susana vai até a sala e encontra José tomando café da manhã, silenciosamente. Levando em suas mãos o pequeno pacote, Maria Susana coloca-o sobre a mesa. José gela ao ver que Maria Susana encontrou o que ele escondeu.
-Pode fazer o favor de me explicar que palhaçada isso daqui significa, Zé?
-Susi... eu posso explicar.
-Nossa, que argumento brilhante... eu me pergunto o que levaria você a pegar escondido um chumaço de cabelo do nosso filho... acho que eu sei a resposta, mas faço questão de ouvir da sua boca. Isto é: se você tiver a coragem de dizer na minha cara o motivo de ter feito isso daqui.
-Eu vou dizer o motivo... é que eu precisava de um jeito de me certificar de que o Miguel é realmente nosso filho. Só que eu não contava que você fosse mexer nas minhas coisas por esses dias. Não era pra você saber.
-Claro... porque você pensa que esse filho é meu, mas não seu. Não tente me enganar, José... eu já estou farta dessa sua desconfiança.
-Não é bem isso, Maria Susana... você sabe muito bem que nosso verdadeiro filho pode ter sido trocado na maternidade.
-Que merda é essa que cê tá falando, cara? O Miguel é a sua cara. Mas eu sei o que te incomoda: ele é preto, por isso. Você mal consegue disfarçar esse seu racismo...
-Não é nada disso, querida...
-Não me chama de querida, porra! Você não vê o tamanho da gravidade disso? Pelo visto não...
-Mas, Susi...
-Chega. Eu não tou com cabeça pra ouvir suas desculpas agora, José. Tenho mais o que fazer. Vou levar o meu filho pro colégio, já que você insiste em pensar que ele não é seu...
CORTA A CENA.
CENA 4: Fábio espera Maurício ir embora e tenta conversar com Elisabete sobre a consumação do divórcio.
-Bete... acho que chegou a hora da gente conversar sobre aquele assunto.
-De certa forma, já esperava por isso, Fábio. Estou ciente que o divórcio é inevitável dessa vez. Fique tranquilo.
-Por mim eu fico tranquilo. Mas não sei se me tranquilizo por você.
-Por que, querido? Tive tempo de sobra pra entender que somos antes de mais nada amigos... e você sabe que pode ficar aqui o tempo que quiser, enquanto não se sentir preparado pra voltar pra sua casa, tão cheia de lembranças...
-Meu medo é que você esteja entendendo alguma coisa errado. Bete, eu sei que pode ser bobeira, mas tenho medo que você ainda ache que o divórcio possa não acontecer.
-Besteira, Fábio. Eu entendi que nosso casamento não tinha mais salvação antes mesmo da Arlete partir, pode acreditar no que eu digo.
-Fico receoso, ainda assim. Sua boca diz uma coisa, seus olhos dizem outra...
-Fábio, meu querido... nesse momento, o que menos importa é o que se passa ou deixa de se passar nos meus olhos, alma ou coração. Conscientemente eu sei que a única alternativa racional pra nós dois, inclusive pela manutenção da nossa amizade, é o divórcio. Eu já entendi isso... há muito mais tempo do que o tempo que eu levei pra admitir isso a mim mesma.
-Eu amo você, Elisabete. Por isso me preocupo. No que depender de mim, nós sempre vamos ser amigos.
-Eu sei disso, Fábio. Mas talvez depois que nosso divórcio for oficializado, eu precise de um tempo, uns dias, semanas, talvez mais de mês, tomando alguma distância de você. Esse é o único motivo de protelar, nesse momento. Eu sei que você ainda não tem condições de voltar pra casa. Assim que você tiver, o nosso divórcio sai. Eu prometo.
CORTA A CENA.
CENA 5: Idalina chega ao encontro de José a pedido do filho.
-Que bom que você veio, mãe... não tou conseguindo nem me concentrar no trabalho, hoje... tá difícil racionalizar qualquer coisa depois de tudo o que a Maria Susana me disse.
-Eu entendo seu abalo, filho. Mas não posso deixar de te dizer o que realmente penso a respeito.
-Nem eu espero o contrário da senhora, mãe... espero sempre sinceridade, por mais que doa.
-Então se prepare... porque talvez doa.
-Que seja... vá em frente, dona Idalina...
-Eu, como mulher, entendo perfeitamente a Maria Susana. E me sentiria igualmente insultada se o seu pai, se ainda fosse vivo, viesse me questionar a paternidade da Arlete ou sua. Aliás, você lembra como era quando a sua irmã era viva? Sempre duvidavam que vocês fossem irmãos. Você loiro, de olhos claros e ela morena, de olhos castanhos. Filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Você não percebe o tamanho do insulto à sua mulher, meu filho? Poxa vida...
-Mas, mãe... o Miguel é negro! Você entende? Não há negros na nossa família...
-Mas houve e há na dela, pombas! Qual é a dificuldade de você entender isso, José? Filho, suas suspeitas contra sua mulher são graves. Ela tem todo o direito do mundo de se sentir ultrajada diante disso. E você ainda resolve armar essa presepada de tentar recolher material genético do seu filho escondido dela pro exame de DNA. Raciocine, meu querido! Isso é errado em muitos sentidos... e faz de você um racista.
-Faz?
-Não sei se posso afirmar isso, ainda assim. Filho, eu e você somos brancos, de origens brancas. Não sabemos o que é racismo. Maria Susana sabe. Ela pode dizer o que é racismo, pois vem de uma família preta. Escute o que a sua mulher te diz, meu filho... antes que seja tarde.
-Você acha que tou arruinando meu casamento, mãe?
-Sinceramente? Não tenho a mínima dúvida disso...
-Só que não aguento mais viver na dúvida, mãe...
-É um direito seu. Só que pagamos um preço pelas nossas escolhas e atitudes.
CORTA A CENA.
CENA 6: Horas mais tarde, Maria Susana chega em casa e José pede para eles conversarem.
-Amor... nós precisamos conversar.
-Ainda bem que você sabe disso, Zé... do jeito que as coisas estão, elas não podem mais ficar. De jeito nenhum.
-Eu sei disso... minha mãe esteve aqui mais cedo. E te deu razão.
-Não esperava outra atitude vindo da dona Idalina. Ela é uma mulher sensata. Coisa que você não tem sido... nem parece filho dela.
-Por favor... não me maltrate, querida...
-Agora sou sua querida? Pelo visto a conversa com sua mãe operou algum milagre...
-Maria Susana, por favor... entenda. Eu preciso deixar de viver na dúvida.
-O problema é esse, Zé... essa sua dúvida. Essas meias palavras... essas verdades que você nunca diz por completo porque tem medo de dizer.
-Não coloque palavras na minha boca, Susi...
-Eu não preciso fazer isso por você. Seu silêncio já é suficientemente ensurdecedor. E está destruindo nosso casamento de vez.
-Você precisa entender que eu preciso acabar com essa dúvida. Já são seis anos me atormentando com isso.
-Ah, sim... você está atormentado. E eu estou como? Aguentando tudo calada, esse silêncio matando entre nós durante esses anos tudo de bom que a gente construiu nesses quinze anos de casamento... como você acha que me sinto?
-Não faço ideia.
-O problema é justamente esse, José. Você não faz ideia, nunca quis saber. Nunca se colocou no meu lugar. Desde que Miguel nasceu, só pensou em você mesmo. Você acha isso justo?
-Não sei... eu realmente não sei. Mas sei que não é justo passar a vida toda com essa dúvida martelando na minha cabeça.
-Quer saber? Você é um homem adulto... responsável pelas suas escolhas e atitudes. Quer levar adiante a ideia de fazer o teste de DNA? Pois que leve. Faça o que quiser.
-Mesmo?
-Sim. Mas isso vai ser o nosso fim. Esteja certo disso.
-Você está me pressionando... me colocando contra a parede.
-É mesmo? E o que você tem feito comigo durante seis anos? Como você chama isso? Faça o que quiser, José. Mas entenda que vai haver consequências... porque vai.
CORTA A CENA.
CENA 7: Horas depois, Hugo, já em casa, vai ao quarto de Valéria e a confronta.
-Quer dizer que você não teve coragem de falar a verdade, né? Engraçado que eu já esperava por isso...
-Hugo, eu tou cansada dessa sua atitude comigo. De verdade. Você não tem empatia pela sua mãe, não? Não viu que ela tá com a saúde fragilizada? Você lembra como ela ficou quando tentei contar...
-Ah, claro... e você usa como desculpa um mal estar aleatório que ela teve. Você é mais desonesta do que eu pensava. Golpista profissional... vem cá, quanto você quer pra vazar dessa casa?
Valéria se sente ultrajada e dá um tapa em Hugo. Nesse momento, Leopoldo flagra discussão entre eles e chama Hugo.
-Hugo, saia já daí. Venha comigo.
-Mas pai, eu não aguento o descaramento dessa pistoleira...
-Segura a onda, moleque! Não bote tudo a perder! Cê tá maluco, Hugo? Imagina se sua mãe vê vocês discutindo? Tolere a presença da Valéria... pelo bem da sua mãe!
-Mas...
-Não tem opção. Você está tornando as coisas mais difíceis do que já são. Não me obrigue a tomar medidas drásticas.
CORTA A CENA.
CENA 8: Cristina, em seu quarto, começa a perceber que sua visão está se recuperando e fica emocionada e empolgada.
-Mãe, pai! Venham aqui, por favor! - grita Cristina.
Nicole e Sérgio vão, alarmados, ao quarto.
-Ai, meu Deus... aconteceu alguma coisa? - preocupa-se Nicole.
-Fala o que tá acontecendo, filha... - fala Sérgio.
-Calma, gente... é coisa boa. Eu tou começando a enxergar as luzes outra vez. Minha visão tá se recuperando... eu não vou ficar cega! - comemora Cristina.
Nicole e Sérgio abraçam Cristina, emocionados.
-Viu, filha? Eu sabia que ia dar certo! - fala Sérgio.
-Graças a Deus e aos médicos que realizaram esse transplante com tanto cuidado... - vibra Nicole.
-É, gente... eu tou bem empolgada e feliz. Mas ciente de que isso ainda pode não ser definitivo. Agora o jeito é manter os cuidados e o pensamento positivo. - vibra Cristina.
CORTA A CENA.
CENA 9: Leopoldo chama Hugo para uma conversa.
-Filho... nós precisamos conversar. Precisamos falar sobre Valéria...
-Lá vem você de novo falando dessa pisto...
-Nem continua, Hugo... pelo amor de Deus! Você precisa colaborar.
-No que depender de mim, essa garota não vai ter paz. Não vou colaborar coisa nenhuma.
-Quem você pensa que é, Hugo? Dono da verdade universal?
-Ué... pensei que fosse você que se sentisse assim... afinal quer definir a vida de todo mundo, controlando cada coisa... se decida, seu Leopoldo...
-Eu ainda sou seu pai. Exijo respeito.
-Só respeito quem se faz respeitar. Não é seu caso.
-Realmente... é difícil qualquer diálogo com um cabeça dura feito você...
-Olha só quem fala.
-Hugo... o que quero dizer é que você não pode intervir dessa maneira na vida da Valéria. Pelo menos, não agora. Nem nos próximos meses.
-Ah, sim... e você pode, né? Dois pesos e duas medidas, pai? Não entendo essa sua lógica.
-Cê tá me obrigando a tomar uma medida drástica...
-E o que seria?
-Você vai ver...
CORTA A CENA.
CENA 10: Flavinho tenta descansar em sua casa, mas não consegue deixar de pensar em Leonardo. De repente, ouve seu celular tocar.
-Mas será que a Valéria ia me ligar uma hora dessas? Ela sabe que volto pro trabalho amanhã...
Flavinho olha no visor do celular e estranha.
-Número desconhecido... tomara que não seja trote...
Flavinho atende.
-Alô?
-Olá, Flávio. Aqui é o Leopoldo, pai do Leonardo. Nós estamos em apuros por causa de Valéria. Eu preciso que você venha morar na nossa casa.
Flavinho fica perplexo com inusitado do pedido. FIM DO CAPÍTULO 22.
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