sábado, 4 de fevereiro de 2017

CAPÍTULO 72

CENA 1: Cristina fica indignada com a presença de Fábio em seu quarto.
-Você fica parado aí, Fábio. Eu já converso com você. Mas antes vou acertar as contas com duas alcoviteiras!
Cristina vai até a sala e encontra Nicole e Daniella conversando ali.
-Maravilha, peguei as duas juntas. Assim, o recado é de uma vez só: olha aqui, vocês não tinham o direito de se meter na minha vida e interferir nela desse jeito, tão me ouvindo? Eu resolvo as minhas coisas, tá? Eu resolvo por mim e não preciso da mão de ninguém! Querem ajudar? Então não atrapalhem, valeu?
Cristina sobe, indignada. Nicole e Daniella riem. Fábio encara Cristina, intrigado.
-Que foi isso que acabou de acontecer aqui?
-Enquadrei a minha mãe e a minha irmã. Agora o papo é com você... mas não se preocupa que não vou te enquadrar... não ainda. Eu quero ouvir o que cê tem a me dizer. Ah, eu já sabia que cê tava de volta. Não te procurei porque não quis. Mas... enfim, prossiga.
-Eu antecipei a minha volta, Cristina... meu plano era ficar uns seis meses por lá.
-Bom pra você...
-Você não entendeu ainda, né? Eu voltei porque não aguentei de saudade. Porque te amo. Porque me arrependo de ter escondido de você por tanto tempo o relacionamento que eu tive com a Arlete.
-Só relacionamento? Você fala como se fosse casual. Você separou da Bete pra ficar com ela. Ia casar! Compraram aquele apartamento. O mesmo apartamento que você me possuiu! O que cê quer que eu pense? Que você me ama? Desculpa, fica difícil...
-Mas é a mais pura verdade!
-Me prove! Se tiver uma forma de provar, eu juro que acredito nas suas palavras.
-Provar como? O que você espera que eu diga ou faça?
-Não sei, ué... se vira. Quem é que tá interessado em provar alguma coisa aqui, mesmo?
-Cristina... olha pra mim. Nos meus olhos. E me diz se você vê qualquer coisa diferente de amor por você aqui, dentro de mim... me diz!
Cristina fica balançada, porém ainda confusa.
-Fábio... eu te amo. E vejo amor no seu olhar. Mas não sei se é por mim. Percebe como seria torturante conviver com essa dúvida o tempo todo martelando na minha cabeça? Eu sei, eu sei... é insegurança minha, mas não consigo evitar. A sombra da Arlete tá viva demais. E no meio de nós... entre nós. No meio do caminho... me impedindo de acreditar em você. Será que agora cê entende como é complexo tudo isso pra mim? Eu te amo, mas por mais que te ame, não é suficiente. Não enquanto Arlete viver entre a gente.
-A gente pode tentar fazer essa sombra desaparecer.
-Não tem como, Fábio. Não depende de você... depende de mim, mas não tenho sido forte. Eu não consigo conviver com a ideia de estar com você e convivendo com a sombra da Arlete entre nós o tempo todo... isso me faz temer inclusive pela minha sanidade, entende?
-Meu eu te juro, me ajoelho se você quiser... eu juro que te amo por você mesma! É você, Cristina Blanco Oliveira, quem eu quero pra mim, na minha vida, pra dividir as felicidade, as dores... pra ter filhos... sabe, esses dias eu sonhei que ia ser pai de novo.
Cristina se emociona, mas não revela gravidez.
-Não torne as coisas piores do que elas são, Fábio... eu te imploro. O melhor é nos mantermos separados. Eu não consegui digerir ainda que você mentiu pra mim.
-Omiti, não menti...
-E por acaso não foi mentira aquela história que cê me contou lá no começo de tudo? Que você era só um cara que tinha se impressionado com a história da morta? Eu lembro de tudo, Fábio... não queria lembrar, mas lembro.
-Eu sei que errei... mas foi porque me apaixonei por você desde que te vi.
-Até nosso primeiro encontro foi uma farsa. Sabe como é duro constatar isso?
-Posso imaginar.
-Fábio, por favor... vai embora. Eu ainda tou muito machucada por isso tudo...
Fábio começa a chorar. Cristina chora junto.
-Não faz assim, Fábio... não faz assim que você me quebra.
-Eu posso pelo menos te abraçar bem apertado?
Cristina, emocionada, assente com a cabeça. Fábio a abraça e os dois choram abraçados. Cristina o afasta suavemente, se refazendo do choro.
-Melhor parar por aqui. Eu sei que tá doendo em você também... mas vai embora, Fábio... por favor, vai embora.
CORTA A CENA.

CENA 2: Ao adormecer, Bernadete se vê transportada para um sonho onde novamente vê Leonardo caminhando ao longe. Bernadete chama o filho.
-Leo! Cê consegue me ouvir?
Leonardo se vira para trás e rapidamente, porém suave, se aproxima de Bernadete. Os dois sentam em um banco.
-Não esperava te encontrar tão cedo, querido...
-Presta atenção, mãe... eu vim te ver pra te falar sobre amor.
-De novo? Mas filho, se tem uma coisa que eu sei fazer nessa vida, é amar.
-Sim, mãe... você é cheia de amor. Tem uma capacidade incrível de amar. Mas ainda não aprendeu todas as lições que envolvem isso.
-Não entendi, filho... tem alguma coisa pra acontecer, ainda? Eu não se se aguento outra perda...
-Fique tranquila. Ninguém vai deixar o seu plano. Não agora... pelo menos, ninguém efetivamente próximo da gente.
-Do que exatamente cê tá falando, filho? É pra eu entender?
-Não é exatamente uma compreensão racional. É pro coração sentir.
-Agora mesmo que eu fiquei confusa. É alguma espécie de provação?
-Só vai ser provação se você escolher assim. Você sabe quem é seu outro filho, além do Hugo, não sabe?
-Claro que sei. É o Flavinho.
-Ele ainda vai precisar muito de você. E você vai precisar aprender a não julgar.
-Julgar o Flavinho? Impossível, meu filho... eu o amo como se ele tivesse saído de dentro de mim.
-Será, mãe? Olhe com atenção para dentro de si. Eu não questiono seu amor. Mas questiono a incondicionalidade dele.
-Não, filho... não seja injusto.
-Não estou sendo injusto. Esqueceu que daqui de onde estou, eu vejo o seu coração melhor que você mesma?
-Ah, isso é verdade...
-Então me escuta com atenção, mãe: julgue menos e acolha mais. Há verdades ocultas.
-Que verdades?
-Coisas que envolvem medo. Mas não é por ser errado... é por ser considerado errado no mundo material. Flavinho sofre, sabia?
-É pela sexualidade dele, não é? Eu não o julgo por isso.
-Mentira. Você finge não ter preconceitos, mãe. Mas algumas situações ainda vão colocar esse seu preconceito à prova... não se preocupe, mãe... no final das contas, o que vai falar mais alto sempre vai ser o amor. Mas vê se não esquece desse nosso encontro. Ame, ame, quando achar que é o suficiente, ame ainda mais!
Bernadete abraça Leonardo, emocionada. CORTA A CENA.

CENA 3: No dia seguinte, Gustavo se surpreende ao encontrar Daniella na clínica.
-Uai, aqui de novo?
-Cancelaram o ensaio de hoje. Vim aqui pra não ficar sem ter o que fazer, porque sou dessas.
-Num sábado? É pedir pra mofar, né... é o dia que os pais esquecem dos próprios filhos aqui, por causa do horário reduzido.
-Nem fala, Gustavo... é de cortar o coração. São poucos os pais que ficam aqui no fim de semana. Se soubessem como os pequeninos sofrem de solidão com esses tratamentos todos...
-Eles sabem, Dani. Mas são egoístas. Enxergam mais a dor deles do que dos próprios filhos. Grandes são os que ficam.
-Verdade. Mas tou notando que cê tá meio preocupado... ou tou vendo coisa?
-Sabe o que é? Eu tento confiar na Patrícia... mas não consigo. Não dá. Tem alguma coisa que me acende o alerta. Não queria, mas é o que acontece.
-Não te julgo por isso, Gustavo. Você tem mais motivos que eu. E são completamente compreensíveis, diga-se de passagem. Ela já te sacaneou muito em nome de um suposto amor.
-Exatamente. Nunca aceitou minha bissexualidade. Tenho até medo de me envolver com um cara e colocar a vida dele e a minha em risco, sabe?
-Cê acha que é pra tanto?
-Acho sim. A Pati precisa de acompanhamento psiquiátrico.
-Talvez isso seja exagero. Ela tem se esforçado um bocado em evoluir, sabia? Até anda me perguntando bastante coisa sobre feminismo. Tem estudado sobre o tema, inclusive.
-Queria ter esse seu otimismo em relação a ela. Mas não consigo. Ainda fico com o pé atrás.
-Tenta vencer isso, Gustavo. Tenho certeza que cê não vai se arrepender.
-Eu espero não me arrepender. Mas a dúvida ainda é maior que a boa vontade.
-Questão de tempo, querido... esse é o tipo de coisa que não se pode forçar... e eu entendo isso.
CORTA A CENA.

CENA 4: Valéria estranha que Hugo não tenha ido trabalhar.
-Amor... cê não vai se atrasar?
-De jeito nenhum. Hoje o dia é seu.
-Oi? Como assim? Mas e as suas responsabilidades?
-Deixei tudo com a Glória.
-Mas... você vai passar o dia inteiro de folga?
-Sim. Tenho planos pra nós dois...
-Ai meu Deus... olha lá o que ocê tá aprontando, viu?
-Acho que você vai gostar. Vem comigo.
-Eu vou, mas... onde?
-Pro quintal.
Valéria é guiada por Hugo.
-Isso. Agora para aí. Em frente à piscina.
-Gente, pra que isso?
-Tá vendo essa bolsa aqui do lado?
Hugo tira uma câmera fotográfica da bolsa.
-Não acredito!
-Você vai ter seu book de grávida. Produzido por mim. E tudo feito em casa. Não é uma maravilha?
-Já te falei que ocê é incrível, Hugo?
-Não. Você que é incrível, Valéria. Você mudou a minha vida. Me tirou de um buraco que eu pensei que nem fundo tivesse...
-É doido pensar nisso...
-Por que?
-Logo no começo a gente se odiou. Você implicou comigo... eu acabei não indo com a sua cara.
-Sabe que eu acho que a gente sempre se amou? A diferença é que a gente não tava preparado pra entender isso.
-Eu não sei. Mas sei que não consigo mais imaginar como as coisas iam ser se ocê não estivesse aqui, comigo...
-Tá, chega de falar. Vamos posar pras fotos, por favor?
Valéria posa para Hugo. CORTA A CENA.

CENA 5: Maria Susana recebe José e Idina em sua casa.
-Entrem, queridos! Vieram buscar o Miguel? Ele tá jogando online agora... - fala Maria Susana.
-Ele pode esperar. Queria conversar um pouco com você... aliás, nós gostaríamos de falar com você, Susi... - fala José.
-Bem... na verdade eu acho que é uma conversa que é melhor vocês dois terem a sós... eu posso ir olhar o Miguel lá dentro? - pergunta Idina.
-Claro, Idina... só tenta não perturbar se ele estiver concentrado... - fala Maria Susana.
Idina deixa José e Maria Susana a sós.
-Ai, Zé... do jeito que cê fala, parece que eu cometi um crime...
-De jeito nenhum! Mas sabe o mais irônico disso? A única pessoa que tá se sentindo criminosa aqui é você.
-Ai, não é fácil... tenta entender, Zé... eu nunca parei pra pensar nessa vida que podia também gostar de mulheres. Vou me envolver logo com quem? Com a ex do Fábio!
-Melhor ainda, não? Fica tudo meio em família...
-Cê tá falando sério, José? Que bicho te mordeu?
-Bicho nenhum. Só que amor é amor.
-Eu sei. Mas e o nosso filho?
-Não é mais nenhum bebê. Melhor se habituar com a diversidade desde já. Ainda mais sendo negro...
-Olhando por esse lado, é fundamental a gente aprender a acolher as diferenças... se não tivemos isso, podemos conceder isso ao nosso filho.
-Sim. Se permita, Susi... o amor tá batendo na sua porta. Não deixa escapar, tá? Se tiver que ser com a Bete, que seja.
-Você me surpreende cada vez mais, Zé... obrigada. Por tudo.
-Ah, que isso...
Os dois se abraçam com ternura. CORTA A CENA.

CENA 6: Horas depois, Idina e José vão com Miguel à casa de Idalina. Idalina recebe o filho e o neto com um abraço apertado.
-Meus queridos! Coisa boa que vocês vieram! Sentem-se, por favor. - alegra-se Idalina.
-Engraçado... senti uma pontinha de tristeza na sua voz, minha sogra... - fala Idina.
-A Idina tá certa, mãe... Miguel, quer ir lá no pátio da sua avó brincar com os gatos? - fala José.
Miguel corre ao pátio. José se volta à mãe.
-Tou sentindo que a senhora não tá legal. Desabafa com a gente... - fala José.
-Não se acanhe, dona Idalina... se alguma coisa te aflige, conta comigo também... - fala Idina.
-Ai, gente... eu sei que não devia, mas sinto tanta falta da Arlete, ainda... não consigo aceitar que ela se foi daquele jeito tão estúpido, sabe? É doído demais pra mim... - fala Idalina.
-É compreensível, mãe. Sinto dalta da minha irmã todos os dias. Tava acostumado a conviver com ela desde que nasci e de repente me vejo sem ela... minha única irmã... mas tenho certeza que ela foi feliz e verdadeira consigo mesma. - fala José.
-Seu filho tá certo, dona Idalina. Arlete cumpriu a missão dela. Mas é normal sentir saudade. O luto precisa ser vivido... e tá tudo certo com isso... - estimula Idina.
Os três seguem conversando. CORTA A CENA.
CENA 7: Cristina fica pensativa, em sua sala, em relação a tudo o que viveu com Fábio e no desfecho da relação.
-Tudo podia ter sido tão mais fácil, Fábio... bastava você me dizer a verdade desde o começo...
Cristina segue pensativa.
-Mas não tem jeito... do jeito que as coisas foram, a sombra da Arlete se tornou maior que o amor que nos une. Ficou insuportável... e agora eu carrego um bebê seu em mim.
Cristina olha para a tela do computador.
-E se eu pesquisar mais sobre a vida dessa Arlete? Será que descubro quem são os parentes dela?
Cristina digita na busca.
-Arlete Lombardi Ricci... aqui, achei! Eu sabia! E era bonita a danada! Triste que tenha ido tão jovem e de uma maneira tão trágica... por outro lado, se não fosse a morte dela, eu estaria cega agora. A vida tem umas coisas tão doidas...
Cristina divaga mais um pouco e volta ao foco.
-Foca, Cristina! Você precisa descobrir sobre a família dela. Se tem irmãos, essas coisas... será possível que não tem nenhum endereço ou telefone nessa busca? Meu Deus!
Cristina procura por mais alguns instantes e encontra informações.
-Aqui! José Lombardi Ricci! Com esse sobrenome só pode ser irmão! Bonitão o rapaz, hein? Parece jovem... e gente boa. Ah, maravilha! Tem endereço e tudo pra eu pegar! Agora eu tenho como conhecer alguém da família dessa Arlete!
Cristina vibra. CORTA A CENA.

CENA 8: O fim de semana passa. Ao amanhecer, Guilherme se acorda com o despertador.
-Ai, caramba! Eu tenho aula cedo, hoje! Quase me esqueço... - esbraveja Guilherme.
-Será que eu acordo o Érico? Depois ele fica chorando no meu ouvido que eu não acordo ele antes das oito...
Guilherme observa Érico antes de acordá-lo e sente uma atração por ele.
-Não tinha reparado nisso, mas eita corpo bonito que esse menino tem, nossa senhora! Tá... foco, Guilherme... respira fundo e dá um jeito de disfarçar. Se o Érico, todo canceriano, percebe, capaz de se apaixonar e sair machucado disso... calma, respira... tá tudo certo, Guilherme, tá tudo certo. Érico é só um amigo...
Guilherme cutuca Érico, que não se acorda.
-Ai, meu saco! Dorme que é uma pedra, socorro!
Guilherme cutuca Érico com mais força.
-Acorda, Érico! Depois cê reclama que nem eu nem sua mãe vieram te acordar antes das oito e bla bla bla...
Érico se acorda e sorri para Guilherme.
-Só você mesmo pra me acordar e ainda lembrar do que eu peço...
-Pode parar de elogiar que é o mínimo que posso fazer, morando de favor aqui.
-Já te disse que tanto por mim quanto pela mãe ou pela Carla, você fica aqui o tempo que for preciso, né?
-Eu sei. Mas não quero ficar muito tempo. Não quero fazer parecer que tou explorando a boa vontade de vocês...
-Estudioso e esforçado do jeito que você é? Nem tem como elas pensarem isso de você... mas enfim, obrigado por me acordar do meu sono pesado, de novo...
CORTA A CENA.

CENA 9: Daniella chega contrariada à sala de Cristina.
-Não entendi essa sua pressa de me chamar. Sua sorte é que não tenho ensaio hoje.
-Ai, mana... tenho coisas pra resolver hoje. E não posso adiar.
-Custava me avisar isso durante o fim de semana em vez de me ligar com pressa e me fazer sair da cama, correr feito uma desarvorada e aparecer aqui em menos de meia hora? Porra, Cristina! Tinha domingo inteiro pra me avisar, se foder!
-Já acabou, Jéssica?
-Já. Mas devia continuar. Cê parece que tá com pressa.
-Não parece, mana. Eu realmente tou com pressa.
-Do que se trata?
-Não posso falar agora...
-Agora entendi... por isso que você me avisou de última hora. Pra nem a mãe se meter...
-Viu? Antes de me cagar de xingão, analisa a situação! Eu te explico assim que resolver tudo... eu preciso ir, mana. Não pretendo me demorar muito, qualquer coisa eu mando mensagem de voz. Fui!
Cristina parte. CORTA A CENA.

CENA 10: José e Idina tomam café da manhã na casa de Maria Susana, quando a campainha toca.
-Cê tá esperando a Bete, Susi? - pergunta José.
-Eu não... atende a porta pra mim, por favor? Talvez seja carteiro... - fala Maria Susana.
José atende a porta e se depara com Cristina, a quem não reconhece.
-Sim, moça?
-Olá... eu me chamo Cristina. Você deve ser José, acertei?
-Sim, acertou, mas... como é que você sabe meu nome?
-Então... eu posso esclarecer. Eu sou a receptora das retinas e córneas doadas pela Arlete, que era sua irmã.
-Não pode ser...
José paralisa e se emociona. FIM DO CAPÍTULO 72.

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