sexta-feira, 23 de junho de 2017

CAPÍTULO 191 - ÚLTIMO CAPÍTULO

CENA 1: Nicole se desespera e Fábio, mesmo cheio de medo, tenta tranquilizar a sogra.
-Calma, Nicole. Cê tá grávida! - fala Fábio.
Júlio começa a falar.
-Gente, a Cristina foi uma guerreira absurdamente inacreditável. Logo após o parto a gente achou que tava perdendo ela. De verdade. Mas ela foi reanimada e não corre mais nenhum risco de morte. - fala Júlio.
Todos se abraçam, aliviados.
-Eu sabia que a minha filha não ia me decepcionar! - vibra Nicole.
-Minha irmã é uma rocha. Indestrutível! - vibra Daniella.
-Mas me fala, Júlio: como assim vocês acharam que tavam perdendo ela? - pergunta Fábio.
-Então... ela acabou tendo um pico de pressão grave. Ficou inconsciente. Por dois minutos nós pensamos que ela não tinha resistido, que tinha tido um AVC. Mas a pressão foi normalizando. E foi quase milagre mesmo, gente. De verdade. Porque ela acordou suave, como se nada de grave tivesse realmente acontecido. É claro que a gente vai precisar observar ainda como ela evolui nos próximos dias, mas definitivamente o risco de morrer ela não corre mesmo! - afirma Júlio.
-Isso é graças a você, Júlio. A você, à Júlia e à equipe de enfermeiros que ficou ali. - fala Sérgio.
-Podemos ir ver ela e o bebê? - pergunta Daniella.
-O bebê sim. A Cristina ainda precisa repousar. - fala Júlio.
CORTA A CENA.

CENA 2: UMA SEMANA DEPOIS.
Cristina volta para casa com o bebê. Vitório acomoda Cristina no quarto e Cristina protesta.
-Ai, amor, não precisa de tudo isso... eu não tou doente.
-Mas passou por uma barra tremenda.
-Esquece isso. Tá tudo certo. Eu e o Vitório voltamos sãos e salvos pra casa e é isso que importa.
-Aliás, adorei a sua escolha de chamar nosso filho de Vitório. Nosso amigo merece.
-Eu fico ainda admirada por esse afeto que nasceu entre vocês. E orgulhosa de saber que você concordou de primeira com o nome do nosso filho.
-Eu que fico orgulhoso de você. Teimou e resistiu. Insistiu que tinha que levar essa gravidez adiante. Deu certo!
-Sim, mas posso ser bem sincera?
-Claro que pode.
-Não quero mais saber desse negócio de engravidar nunca mais nessa minha vida. Das duas vezes deu problema e eu não quero passar por uma terceira vez de jeito nenhum!
-Eu concordo. Sem falar que tou perto dos cinquenta. Vai chegar um momento que não vou ter disposição pra criar filho, a idade vai pesar.
-É, mas não esquece que a minha mãe é mais velha que você e tá lá, carregando o temporão na barriga. De qualquer jeito, se for pra pensar em filho mais pra frente, prefiro adotar. Esse negócio de engravidar eu não quero nunca mais na vida. Prefiro ligar as trompas ou mesmo retirar meu útero, mas nada de engravidar outra vez, nem morta!
-Sabe... apesar de tudo o que aconteceu com a gente e principalmente com você, eu sinto que tudo isso valeu a pena. Crescemos todos nós nesse espaço de tempo.
-Ainda bem que a gente cresceu e evoluiu. Porque se eu não tivesse aprendido nada, te juro que escolheria passar por tudo outra vez, exatamente igual a tudo o que passei. Só pra aprender de uma vez!
-Te amo, sabia? Por essa maturidade e por esse coração incríveis.
-Você me tirou de um lugar escuro que nem imagina, Fábio. Te amo mais ainda.
CORTA A CENA.

CENA 3: Após ser eleito em votação recorde e surpreendendo a todos, José é reconhecido como deputado estadual mais presente na câmara, sendo também reconhecido por sua importante atuação junto aos movimentos sociais que buscam descriminalizar a pobreza. Ainda perplexo com tudo, José conversa com Idina a respeito de tudo que aconteceu nos últimos meses.
-Amor... como é que tudo isso é possível?
-Sendo, José. Eu sempre soube que o potencial existia aí dentro. Você só colocou tudo pra fora.
-Pra mim continua sendo surreal. Votação recorde na primeira vez que me lanço numa candidatura e ainda por cima com um apoio inacreditável da mídia, que eu pensei que ia atacar as minhas pautas de esquerda...
-Papagaios de pirata são assim, meu marido... vão na crista da onda. Na verdade nem lado possuem, mas fazem questão de se juntarem a quem eles julgam estar por cima. Não conte com o apoio midiático mesmo assim.
-Disso eu tou bem protegido. O que me deixa feliz é saber que depois de toda aquela crise as coisas estão se voltando pro lado do povo outra vez.
-Nem fale, meu querido. Eu confesso que andei bastante desanimada com o Brasil, principalmente depois do golpe. Ver a esquerda se reerguer depois desses duros baques é revigorante. Me faz lembrar a razão pela qual eu escolhi esse país pra viver e pra lutar por tudo que acredito...
CORTA A CENA.

CENA 4: Flavinho e Gustavo fazem chamada de vídeo e Bernadete atende no computador, feliz.
-Queridos! Quanta saudade! Como você tá, meu filho? Parece tão magrinho... - fala Bernadete.
-Magrinho? Bernadete, o Flavinho engordou seis quilos desde que a gente se mudou pra cá, sabia? - fala Gustavo.
-Ah, mas o Gustavo acompanhou esse ritmo, viu? Não engordei sozinho não! - fala Flavinho.
Todos riem.
-O Pierre tá aí? Quero ver o meu netinho! - pergunta Bernadete.
-Ainda não. Tá capotado dormindo, o danado. - fala Flavinho.
-A Valéria tá aqui em casa. Eu vou chamar ela. - fala Bernadete.
Valéria chega e senta na frente do computador.
-Mano, Flavinho! Que saudade de ocês! Aliás, ocês estão lindos, sabiam? - fala Valéria.
-Pois vocês vão ver essas lindezas de perto, porque a gente tá indo aí pro Rio semana que vem! - fala Gustavo.
-É isso aí. E óbvio que a gente leva o Pierre pra conhecer a outra parte da família! - fala Flavinho.
-Que coisa maravilhosa! Vou te sufocar de tanto te abraçar, meu filho! - fala Bernadete.
-E eu vou sufocar é meu sobrinho. Agora mais essa, além de estar grávida do meu segundo filho, sou tia! - vibra Valéria.
Os quatro seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 5: William, já de volta ao Brasil e fixado em Belo Horizonte, passeia com Patrícia e fica evidente que os dois estão se envolvendo. Durante passeio, William começa a falar sobre o que planeja para o futuro.
-Sabe, Pati... eu nunca pensei que esse nosso encontro fosse ser assim.
-Sinceramente? Nem eu. Eu te olhava de longe quando ocê namorava com a Valéria e te achava chato pra caramba.
-Nossa, sua sinceridade é brutal. Mas eu gosto é justamente disso.
-É desse meu jeitinho meio cavalona que ocê gosta que eu sei bem...
-Não vou mentir, é bem isso mesmo.
-Ocê tá mudando a minha vida. Ressignificando dentro de mim o que significa relacionamento.
-Peraí... ocê disse relacionamento, eu ouvi direito? A gente tá namorando?
-Acho que tá, né? A gente não desgruda um do outro, já se pegou fazendo planos pro futuro... se isso não for namoro, meu querido, eu não sei mais o que é namoro nessa vida, francamente...
-Precisava dessa confirmação. Porque na verdade me sinto sortudo de estar perto de uma força da natureza feito ocê...
-Larga de ser exagerado, homem! Mas sabe o que eu andei pensando?
-O que?
-Seu pai continua lá no Rio. Sozinho.
-Solidão que ele tratou de arranjar por conta própria.
-Amor... as pessoas não são eternas. A sua mãe já é morta. Vai esperar seu pai morrer pra perceber o tanto que ama ele ou vai preferir dizer isso pra ele enquanto ele ainda vive?
-Nossa, com essa ocê me pegou, hein?
-A intenção é justamente essa. Eu não tenho nem pai nem mãe. Ocê ainda tem seu pai. Pensa nisso.
CORTA A CENA.

CENA 6: Maria Susana, Elisabete e Miguel chegam ao Rio de Janeiro e ao chegarem na casa, que permanece aos cuidados de Maurício, são surpreendidas pela presença não apenas de Maurício e Carla, mas também de Fábio, Cristina, José, Idina e Idalina. Elisabete abraça Cristina.
-Querida! Você tá radiante! Ser mãe te fez muito bem! Coisa boa ver todo mundo aqui! - fala Elisabete.
-É, mas nunca mais repito essa dose na vida, Bete. Fechei a fábrica de vez! - fala Cristina.
-E o filho, não ganha um abraço da sua velha mãe? - pergunta Maurício.
-Olha aqui, velha é a sua falecida avó! Não só o filho como também a nora. Seja bem vinda à família, Carla! - fala Elisabete, abraçando o filho e a nora.
José abraça fortemente Miguel.
-Cê tá tão crescido, filho! - observa José.
-Tá parecendo um homenzinho já. - fala Idina.
-Eu sou quase um pré adolescente! - fala Miguel.
Todos riem. José faz perguntas ao filho.
-Mas fala pra gente, filho... como tá sendo viver na terra da sua mãe? Já tá até pegando sotaque de lá... - fala José.
-Tou achando ótimo, pai. No começo eu fiquei assustado com tudo, mas agora eu acho um barato dizer pros meus amigos que eu tenho duas mães e um pai no Rio. - fala Miguel.
Todos seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 7: Valéria e Hugo conversam sobre leituras que fizeram sobre transtornos psíquicos.
-O que achou daquele artigo que fala do transtorno dissociativo de personalidade que te indiquei?
-É impressionante, amor... tudo o que foi descrito ali se encaixa perfeitamente com os desdobramentos que a gente observou da personalidade, melhor dizendo, das personalidades da Giovanna.
-Pelo menos a gente consegue compreender melhor agora...
-Sim. Pra mim, fundamentalmente, tá me servindo pra perdoar. Mesmo sabendo que ela atentou contra a minha vida.
-Verdade. Mas aquela é só uma manifestação. Que não apaga os lados bons.
-Que rumo será que ela tomou. Hugo? Desde antes de eu ficar grávida, nunca mais a gente soube nada dela. Ou ocê sabe de alguma coisa?
-Quem dera. A danada sumiu mesmo nesse mundão...
-Será que ainda vive? Meu medo é que no meio de um surto ela tenha se suicidado, sinceramente...
-Acho que ela não é, definitivamente, o tipo de pessoa que faria isso.
-Por que?
-Ela se ama demais. Apesar do transtorno, nada nesse mundo realmente abala aquela autoestima.
-Queira Deus que ocê tenha razão, porque apesar de tudo o que ela fez a gente passar, eu me preocupo com ela...
CORTA A CENA.

CENA 8: Numa festa de uma mansão em Porto Alegre, surge Giovanna, bebendo champagne sentada à mesa. Ao seu encontro, vem Caio, mecânico que ela conheceu ao fugir.
-Tá gostando de Porto Alegre, Caio?
-Essa cidade é incrível. Esse bairro, mais ainda.
-Moinhos de Vento concentra as maiores fortunas dessa cidade, por isso tem esse clima praticamente europeu.
-Você sabe mesmo do que é bom, não sabe?
-Tanto sei que te coloquei no mundo da moda e todo mundo conhece seu nome e seu rosto hoje.
-Até agora isso me parece meio maluco. Meses atrás eu era um mecânico de beira de estrada e agora sou um modelo internacional. Graças a você.
-Tem razão. Se tem alguém que é responsável pelo sucesso de Caio Sampaio, sou eu.
-A Svetlana tá chegando. Cê conversa com ela enquanto eu pego mais bebida pra gente?
-Claro!
A garota se aproxima da mesa de Giovanna.
-Oi, Eloísa! Tudo bem com você, amiga?
-Tudo, Sveta. Posso te chamar assim, né?
-Claro que pode, boba. Cê já é de casa. Cadê o Caio?
-Foi buscar mais bebida ao te ver chegando. Aí, Sveta... se eu fosse você, não grudava tanto no Caio.
-Por que?
-Os homens cansam de mulher grudenta. E você não quer perder seu namorado modelo, quer?
-Claro que não, né?
-Então vigia, boba. Eu vou ali ajudar ele e já venho, tá? Espera aí sentadinha.
Giovanna, agora Eloísa, vai ao encontro de Caio e passa a mão em sua bunda. A cena se encerra focando em Giovanna, que olha para a câmera, dando uma piscadela no final.
-Pensaram que eu era fraca?
CORTA A CENA.

CENA 9: MESES DEPOIS.
Nascem os filhos de Valéria e Nicole no mesmo dia. Por conta disso, as duas ficam no mesmo quarto para receberem visitas. Hugo paparica a filha, nos braços de Valéria, ainda emocionada.
-É linda a nossa filha, amor!
-É sim. A Isis é mesmo como a gente imaginou, desde que soube que ia ser uma menina.
-Sim, amor. Ela tem os seus olhos.
-E as suas covinhas.
-Imagina quando crescer, gente? Vai ficar um encanto!
-A gente pensa nisso depois. Agora é hora de curtir o momento...
Leopoldo paparica o filho nos braços de Nicole.
-Tão perfeito, o nosso menino. Era pra ter vindo há mais de trinta anos...
-O importante é que veio, querido. Veio forte, cheio de saúde. E eu me sinto sortuda por dar vida a um serzinho perfeito como ele mesmo com cinquenta anos.
-Nosso filho, Nicole. Só nosso!
-Cassiano é a prova de que nunca é tarde pra gente viver do jeito que tem que ser. Nosso filho vai ter uma vida maravilhosa, pode escrever!
-Vou fazer o possível pra proporcionar tudo isso a ele. Não tenha dúvida.
CORTA A CENA.

CENA 10: DIAS DEPOIS.
Flavinho e Gustavo chegam à mansão dos di Fiori e surpreendem a todos por chegarem com mais um filho adotado, além de Pierre.
-Flavinho, meu filho. Esse bebê é de vocês? - questiona Bernadete.
-Sim, mãe. Vicente. A gente quis fazer essa surpresa. Acabamos de adotar. - explica Flavinho.
-Que lindo isso, gente... - fala Valéria.
-Mas falando em lindeza, eu quero é ver a minha sobrinha. Cadê a Isis? - pergunta Gustavo.
-Lá em cima, dormindo. Logo ela acorda abrindo o berreiro pedindo pra mamar, aquela esfomeada. Daí ocês conhecem ela. - fala Valéria.
-Mas falem pra gente, meninos: como foi essa coisa de adotar o Vicente assim, tão rápido? E tão bebêzinho... - questiona Leopoldo.
-Ele foi achado numa lata de lixo, meu sogro. Resgatado por uma assistente social. Abandonado pela mãe biológica. - explica Gustavo.
-A gente ficou tocado quando viu a história na TV. Daí que a gente correu na mesma noite e descobriu que ele tava pra ser levado pro mesmo orfanato que a gente adotou o Pierre. A gente conseguiu agilizar tudo. - prossegue Flavinho.
-E aí a gente adotou. Isso mexeu demais com a gente. Fez a gente descobrir que sempre tem espaço pra mais amor. A nossa ideia pro futuro é resgatar mais crianças das ruas. - revela Gustavo.
-Que lindo isso, meus queridos! - fala Bernadete.
CORTA A CENA.

CENA 11: DIAS DEPOIS.
Nicole, Bernadete, Sérgio e Leopoldo partem juntos para Angra dos Reis. Nicole fala de sua preocupação a Leopoldo.
-Ai, amor... nosso filho, tão pequeninho, longe da gente. Fico de coração apertadíssimo... - fala Nicole.
-Besteira. O meu filho e o meu genro estão lá em casa cuidando do Cassiano. Relaxa, querida. - fala Leopoldo.
-Se acostuma com isso, cara. Essa daí quando pare, sai da frente. É cheia de cuidados e preocupações com a cria. Só sossega depois que a criança começa a andar, sou testemunha. - fala Sérgio.
-Esse momento tem toda uma simbologia, vocês perceberam? - questiona Bernadete.
-Acho que sim, Dete... - fala Nicole.
-A força da nossa amizade, gente. Isso me toca. Mais de trinta anos se passaram. E olha a gente aqui. Parece que não se passou tempo nenhum. Que todo mundo aqui ainda é adolescente. Parece que a gente nunca saiu dos anos oitenta... - divaga Bernadete.
-Sabe o que é, amor? A gente nunca perdeu a nossa alma jovem. E isso se renova entre nós quatro. A amizade e o companheirismo que existe entre nós é difícil de explicar. Apenas se sente. - emociona-se Sérgio.
-Isso aqui que a gente tem é pra sempre. Somos mais que amigos. Viramos uma família. - fala Leopoldo.
Os quatro seguem passeando e rindo. CORTA A CENA.

CENA 12: Daniella conta, em conversa de vídeo, novidades a Patrícia.
-Miga, que lance é esse de terem te convidado pra Hollywood?
-Real e oficial, Pati. Mas declinei.
-Que? Dani do céu, ocê tá boa? Miga, sua louca! Recusando um convite que muitos matariam e morreriam por?
-Não é a minha praia, Pati. Cê sabe disso.
-Sim, mas imagina o buzz que isso ia te dar?
-Mais do que já tenho aqui no Brasil? Já sou rica com tudo isso, gente. Trabalho com o que amo. Não sei se ia me dar bem naquela coisa industrial alucinante de lá...
-Bem, olhando por esse lado... realmente podia ser um grande risco.
-E não é, menina? Vai que eu flopo e volto pro Brasil toda cagada?
-Boba.
-Mas me fala sobre esse seu lance com o William.
-Dani... o negócio tá ficando sério. De um jeito que eu nunca na vida pensei que pudesse ser com outro cara além do Gustavo. Tou redescobrindo o prazer, tá bom pra senhora?
-Viada! Me conta isso A-GO-RA!
CORTA A CENA.

CENA 13: SEMANAS DEPOIS.
Patrícia e William chegam ao Rio de Janeiro e Daniella se surpreende ao ver os dois batendo em sua porta, recebendo Patrícia com um abraço apertado.
-Miga, sua louca! Nem disse que vinha! Que saudade doída que eu tava, mineirinha! - vibra Daniella.
-E eu, então? Tava morta de saudade! - fala Patrícia.
-O meu abraço, eu não ganho? - protesta marotamente William.
-Ah tá que um marmanjão desses tá dando uma de fangirl pra atriz da novela! - brinca Patrícia.
Daniella abraça William.
-Seja bem vindo a essa casa. Saiba que ela também é sua quando precisar. - fala Daniella.
-Agradeço imensamente, mas não vai ser preciso, porque eu e a sua amiga vamos nos casar! - anuncia William.
Daniella vibra com a notícia. CORTA A CENA.

CENA 14: William, acompanhado de Patrícia, visita Mauro, que se emociona ao rever o filho.
-Meu menino... pensei que nunca mais ia te ver! - fala Mauro, abraçando William, que também se emociona.
-Eu precisava te ver, meu velho. Pra te dizer que te amo. E apresentar a minha noiva Patrícia. - fala William.
-Também te amo, filho. Me perdoa? - pergunta Mauro.
-Meu coração sempre vai te perdoar, pai. - fala William.
-Sua noiva é linda. É um prazer te conhecer, Patrícia. - fala Mauro.
-O prazer é todo meu, seu Mauro. - fala Patrícia.
-Pai... eu e a Pati vamos nos casar. E a gente quer que o senhor vá morar com a gente lá em BH. Não vai ter o mesmo luxo daqui, mas...
-Vai ter amor. Que é o que importa. Que se dane todo esse patrimônio. Eu vou com vocês sim. Preciso urgentemente ressignificar minha vida, enquanto há tempo. - fala Mauro.
-Sinto muito orgulho de ocê por isso, pai. Valeu a pena não desistir. - fala William.
-Ai gente, desse jeito eu vou borrar todinha a minha maquiagem, parem de ser tão lindos, fazendo favor? - descontrai Patrícia.
Os três se abraçam. CORTA A CENA.

CENA 15: Daniella concede entrevista à imprensa após a exibição do último capítulo da novela que marcou sua estreia na televisão. Os jornalistas fazem perguntas.
JORNALISTA 1: Quais são os seus planos agora que “À Flor da Pele” acabou, Daniella?
-Ah, primeiramente tirar um mês só de férias, um tempo pra mim mesma, recarregar as baterias. Depois a gente vê. Morro de saudade do palco, ando precisando voltar a ensaiar.
JORNALISTA 2: Como você avalia a evolução da sua personagem ao longo da novela?
-Yasmin foi uma delícia de fazer, gente. De verdade. Porque apesar dela ser aparentemente ligada a mim por ter a questão da dança, a pegada dela era outra. Ela era uma jovem mulher apaixonada. Irreverente, mas que largava tudo pelas suas paixões. Mergulhar nesse universo, tão distante da minha natureza, já que nem planejo me casar ou ter filhos nessa vida, foi realmente desafiador.
JORNALISTA 3: Você tem o mesmo nome de sua falecida tia, morta tragicamente há mais de vinte anos. Você a encara como uma inspiração?
-A vida inteira. Quando eu nasci, já faziam anos que ela tinha partido desse mundo daquela maneira bárbara. Mas eu cresci ouvindo do meu pai sobre o quanto a irmã dele era incrível. Não apenas passei a admirar, mas quis viver a mesma vida, a mesma história. Me apaixonei pelo teatro e pela dança. Descobri que tudo isso realmente fazia parte de quem eu sou. Dali em diante a entrega foi total e irrestrita. Se eu cheguei tão longe, dessa forma tão rápida, é porque devo tudo isso a ela. Porque sei que, de alguma forma, ela me olha, de onde estiver, cheia de orgulho por eu seguir com o ofício que ela tanto amou.
Daniella segue falando, emocionada. CORTA A CENA.

CENA 16: Cristina e Fábio vão ao cartório escondidos e oficializam casamento. Os dois riem após a celebração e oficialização da união.
-Só mesmo nós dois. Feito adolescentes, fazendo a coisa escondido como se fôssemos clandestinos... - se diverte Fábio.
-Mas vai dizer que não foi maravilhosa essa ideia? Eu de férias, você também... daqui a gente passa em casa, pega as crianças e parte pro Nordeste porque a gente merece, né não?
-Ô! Se tem uma coisa que a gente merece nessa vida, é tranquilidade, paz e felicidade.
-Então bora viver, Fábio! Que a vida passa num sopro e a gente nem nota!
CORTA PARA...
...CENA 17 – CENA FINAL: Na tela, aparecem imagens de Daniella Perez.
“De uma realidade distante, longe do concreto abissal que conhecemos, existe vida. Nesse mundo cheio de vida, existe paz. Dentro dessa paz, habitam as possibilidades, os amores, as dores e os sorrisos que podiam ter sido, mas que nunca foram por infelicidade do destino e seus cruéis executores.
'Corda Bamba' nasceu dessa ideia, desse sonho. Um sonho delirante, alguns diriam, mas que o coração pediu pra ser. Na imaginação cheia de afeto, o incerto ganhou certezas. O etéreo e sutil, forma. O sem rumo, direção. Nessa junção de histórias, de onde extraí elementos de tramas de Gloria Perez, Cassiano Gabus Mendes, Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, criei algo original. Algo à altura da majestade que podia ter sido, mas que foi interrompida.
Não morreu, encantou-se.
Essa obra é dedicada à memória da nossa eterna encantada, Daniella Perez (11/08/1970 – 28/12/1992)”

FIM

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