sábado, 10 de junho de 2017

CAPÍTULO 180 - ÚLTIMAS SEMANAS

CENA 1: Vitório percebe espanto de Fábio e tenta explicar razão de estar ali.
-Bem, eu sei que cê deve estar espantado e se perguntando o que eu, logo eu, vim fazer na casa do seu filho. Mas eu posso explicar tudo isso com calma. - fala Vitório.
-Eu não quero ouvir nada. Ponha-se daqui pra fora! - fala Fábio, agarrando Vitório pelo colarinho.
Maurício percebe que o pai está prestes a agredir Vitório e intervém.
-Chega! O Vitório está ao nosso lado! Deixa o cara falar! Eu não ia abrir a minha casa pra alguém que eu não tivesse o mínimo de confiança, pai. Acorda! Que papelão é esse? Depois da meia idade resolveu bancar o agressivo? Corta essa, pai. Cê nunca foi assim! Larga o cara!
Fábio resolve soltar Vitório.
-Só tou soltando porque meu filho pediu. É bom que você diga logo porque raios tá aqui ou não vai ser bom pro seu lado... - fala Fábio.
-Eu posso deixar vocês dois sozinhos sem que vocês se matem, será possível? - questiona Maurício.
-Pode ir, filho. Não vou bater nesse imbecil. - afirma Fábio.
-Deixa, Maurício. Seu pai ainda não entendeu, mas vai entender do mesmo jeito que você entendeu. - afirma Vitório.
Maurício se retira. Vitório tenta explicar.
-Cara... pelo menos me ouve.
-Já tou ouvindo. Vá em frente.
-Eu não voltei com a Cristina. A gente nunca voltou a ficar junto. Essa história da reconciliação é toda uma farsa.
-Como é que é? Isso só pode ser mentira. Ela afirmou que cê ia assumir nosso filho!
-Foi blefe dela. Fez isso porque tava muito ferida pelo seu machismo e sua desconfiança.
-Digamos que tudo isso seja verdade. O que te levou a vir aqui me contar tudo isso, posso saber?
-Simples: eu tou vendo que ela não é mais a mesma longe de você. Ela nem sabe que eu tou aqui. Acho que ainda nem sabe que cê já voltou pro Brasil.
-É mesmo? E como é que você soube?
-Falei diretamente com o Maurício. É justamente por isso que eu tou aqui.
-Sei. Eu ainda custo a acreditar, mas até que faz algum sentido...
-Cara, eu não tenho razão de estar mentindo. Se o seu filho acreditou em mim depois de tudo o que eu falei, eu preciso que você pelo menos tente.
-Se eu tivesse provas de que esse relacionamento é uma farsa, quem sabe...
-Eu tenho como provar.
-Só acredito vendo.
-Eu esperava por essa sua reação.
-Se esperava, deve ter alguma prova em mãos, acertei?
-Ainda não.
-Qual é a garantia que eu tenho que tudo isso é verdade?
-A minha palavra. E eu preciso que você me dê um voto de confiança.
-Ah, legal. Dar um voto de confiança pro sujeito que sequestrou a Cristina e levou ela pra outro continente... brilhante!
-Cara. Pensa um pouco melhor. Que razão eu teria pra chegar aqui e te dizer que meu relacionamento com ela é pura fachada, uma farsa?
-Olhando por esse lado... realmente.
-Eu me coloco à sua disposição, Fábio. Eu sei como reaproximar vocês e vou provar tudo o que digo.
-Não tenho mesmo nada a perder, então...
-Você não vai se arrepender, Fábio. Pode confiar.
CORTA A CENA.

CENA 2: Dois dias depois. Durante café da manhã, Cristina estranha postura de Vitório.
-Vitório... desde ontem cê tá com esse jeito esquisito...
-Que jeito esquisito? Tou normal...
-Não tá mesmo. Desde que você saiu de noite sem dar explicações, que alguma coisa estranha tá pairando no ar. Eu quase posso tocar essa coisa.
-Besteira sua.
-Vitório, não me subestime.
-Não tou subestimando.
-Eu sei quando tem alguma coisa diferente no ar.
-A única coisa que tem de diferente é que eu tou resolvendo umas coisas.
-Não sei porque, mas eu fico com a nítida sensação de que tem a ver exatamente com isso. Sinceramente, não gosto nada disso.
-E é pra você gostar?
-Não sei, Vitório. Me diga você.
-Te conheço, Cristina. Não é jogando verde que cê vai arrancar o que acha que tem que arrancar de mim.
-Vitório, eu sei que cê tá me escondendo alguma coisa e não tou com uma sensação boa sobre isso. Meu medo é que você acabe sendo preso de novo e acabe agravando a sua situação.
-Definitivamente, não tem a mínima possibilidade de acontecer isso.
-Se você me garante, eu acredito.
-Pode acreditar.
-Eu tenho que ir trabalhar. E você, se comporte. Porque se você parar na delegacia mais uma vez, eu não pago porcaria de fiança nenhuma.
Cristina parte. CORTA A CENA.

CENA 3: Glória e Ricardo conversam ao chegarem na agência sobre o rumo da relação deles.
-Ricardo... acho que a gente precisa deixar as coisas claras. Acertar os ponteiros.
-Também acho, Glória. O que a gente tem vivido nesses dias prova que algo forte ainda existe aqui.
-É exatamente o que eu sinto. E como foi daquela vez, anos atrás, mais uma vez sou eu a dona do pedaço.
-Que?
-Já esqueceu que eu que te pedi em namoro anos atrás?
-Não tem como esquecer. Pera... isso é outro pedido?
-Sim. Ricardo, você aceita namorar comigo de novo?
-É tudo o que eu mais quero!
-Só não te beijo agora porque...
-A gente tá no trabalho.
-Exato. Imagina o burburinho? Quero nem pensar. Mas sabe, Ricardo... eu me sinto pronta pra tudo agora. Tudo o que você quiser.
-Isso é sério?
-Seríssimo. Eu ando mesmo pensando ultimamente em ter um filho, ou filhos... vai saber. E não consigo imaginar outro pai pra ele ou eles senão você...
-Você não sabe como isso me alegra! Mas nada de pressa, viu? Acho justo a gente se curtir bastante antes...
-Concordo. Ei, quer almoçar naquele restaurante de novo?
-Deixa ver... quero sim!
Os dois seguem conversando e planejando o futuro. CORTA A CENA.

CENA 4: Giovanna se anima e faz proposta para Hugo e Valéria.
-Gente, eu tava pensando numa coisa aqui... - fala Giovanna.
-Bem que eu tava sentindo um cheiro de queimado... - brinca Hugo.
-Deixa de ser bobo, Hugo! Deixa a Giovanna falar no que ela tá pensando, uai... - retruca Valéria.
Os três riem. Giovanna prossegue.
-Então, gente... esses dias aqui com vocês tem sido mais que maravilhosos, tem sido acima de tudo extremamente terapêuticos pra mim. Não tanto quanto o tratamento real, óbvio, mas cês tão entendendo onde quero chegar, né? Pois bem. Só que ainda assim eu ando sentindo uma falta tremenda de movimento. Acho que é esse meu instinto meio cosmopolita ao extremo... daí eu pensei que a gente podia circular mais pelas áreas bem movimentadas aqui da cidade. Eu até andei pensando que eu podia mostrar pro Leozinho como é a parte movimentada da cidade que a mãe dele nasceu. Cês não acham boa a ideia? - questiona Giovanna.
-Entendi, mas... quando cê quer fazer isso? - pergunta Hugo.
-Hoje mesmo. Agora, se for possível. - esclarece Giovanna.
-Sei. Eu vou junto... afinal de contas, sou a mãe do Leonardo... - fala Valéria, disfarçando desconfiança.
Hugo percebe desconfiança em Valéria.
-Bem, sendo assim... eu vou com vocês. Só o tempo de uma chuveirada... - fala Hugo.
CORTA A CENA.

CENA 5: Bernadete e Leopoldo tentam dissuadir Flavinho da ideia de voltar para Belo Horizonte.
-Flavinho... pensa não só na gente, mas na vida que cê construiu aqui... nas pessoas que gostam de você. - argumenta Leopoldo.
-Ah, isso é verdade. A Nicole e o Sérgio por exemplo, te adoram! Mas nem falo por eles, falo por mim mesma. Você é um filho pra mim. - fala Bernadete.
-E pra mim também, admito. - fala Leopoldo.
Flavinho fica tocado.
-Gente... isso realmente alegra o meu coração, mas eu fico pensando que se eu não der esse passo agora, talvez eu me arrependa depois. Já tenho quase trinta anos e não posso me dar ao luxo de pensar que tenho todo o tempo do mundo pra refazer a minha vida... - explica Flavinho.
-Mas precisa ir pra longe? Precisa se distanciar de quem te ama, da sua família? - questiona Bernadete.
-Verdade, Flávio... não precisa fugir. - complementa Leopoldo.
-Gente... eu amo vocês. Mas não sei mais nem quem eu sou direito... - argumenta Flavinho.
-De repente é o caso de conversar com um psicólogo ou coisa parecida... - fala Leopoldo.
-Pra que? Pra virem com um manual de instruções? Eu me sinto como uma folha em branco. Não quero deixar ninguém além de mim mesmo escrever sobre ela. Essa folha é a minha vida. O que vai ser escrito nela sou eu. A minha essência... que tá perdida por aí, mas que eu preciso achar de novo. - explica Flavinho.
-Pelo menos pensa bem antes, filho... a gente não quer passar tanta saudade... - fala Bernadete.
-Isso mesmo. Eu também vou sentir saudade se você for... - fala Leopoldo.
Flavinho se emociona e abraça os dois.
-Independente de qualquer coisa. Mesmo. Eu quero que saibam que eu vou levar ocês no coração. Pra qualquer lugar que eu estiver. - finaliza Flavinho.
CORTA A CENA.

CENA 6: Idina e José visitam Idalina para comunicá-la de uma importante decisão que eles tomaram.
-Que saudade que eu tava da senhora, mãe... - fala José, abraçando Idalina.
-Nossa, parece que não me via há séculos. Menos, meu filho. Também tava com saudade, mas não é pra tanto... - fala Idalina.
-E a sua nora, não ganha abraço? - fala Idina.
-Eita francesinha boba. Vem cá, querida... - fala Idalina, abrindo os braços.
As duas se abraçam.
-Mãe... a gente veio aqui fazer um comunicado bem importante. - fala José.
-Eu e o seu filho resolvemos oficializar de vez a nossa união. A gente vai casar e queria que a senhora fosse a primeira a saber da novidade. - fala Idina.
Idalina se emociona.
-Que coisa maravilhosa, meus queridos! Eu confesso que quando o meu filho tava naquela coisa de se separar da Maria Susana, ele demoraria um bocado pra encontrar o amor outra vez. Meu medo era que ele sofresse, ainda mais pelos erros que ele cometeu. Mas daí apareceu você, Idina... a luz da vida dele. O agente transformador. A pessoa que colocou todo o potencial maravilhoso do meu filho pra fora. - fala Idalina, emocionada.
Idina e José se emocionam e abraçam Idalina.
-Ah, sogrinha. Você é mesmo uma linda, sabia? - fala Idina.
CORTA A CENA.

CENA 7: Humberto aproveita que Érico visita Guilherme em casa e os chama para uma conversa. Guilherme fica temeroso e Humberto percebe.
-Deixa de besteira, filho. Eu queria só levar um papo de boa com vocês... - fala Humberto.
-Por mim eu tou de boas... - fala Érico, tranquilo.
-Ai, pai... eu nunca pensei numa conversa dessas... - preocupa-se Guilherme.
-Baixa a guarda, filho. Eu queria agradecer a vocês. A você, meu filho, por abrir meus olhos. E a você, Érico, por não ter desistido dele. - fala Humberto.
-Não teria como desistir. Eu amo seu filho, seu Humberto. - fala Érico.
Guilherme se emociona e não consegue falar.
-E a você, meu filho... eu ainda preciso agradecer por me transformar numa pessoa melhor todos os dias. - fala Humberto, abraçando Guilherme.
Armênia chega e se emociona.
-Que coisa linda ver isso! Que lindo ver esse amor, essa abertura, essa transformação. Há menos de um ano eu ainda vivia um inferno silencioso, mas tudo mudou. Eu morro de orgulho de você, Humberto. Meu marido. Meu amor. Superando os próprios preconceitos. Aprendendo a enxergar por perspectivas nunca antes estimuladas... eu sou muito sortuda por essa família. Pequena, mas cheia de amor. Cheia de possibilidades. Cheia de vida... - fala Armênia, emocionada.
-Ah, mãe... fala assim não! Vamos é beber alguma coisa porque de garganta seca ninguém merece! - descontrai Guilherme.
CORTA A CENA.

CENA 8: Carla surpreende Margarida ao voltar do exterior sem se anunciar. Margarida vibra ao ver a filha entrando pela porta de casa.
-Carla, minha filha! Que maravilha! Por que não avisou que tava voltando pro Brasil?
-Ah, mãe... sabe como é... eu gosto dessa coisa de fazer surpresa.
-Boba. Mas me conta como foi lá...
-Até conto, mas quero saber onde tá o Érico...
-Na casa do Guilherme.
-O que? Não vai dizer que firmou com o Gui?
-Firmou, Carla.
-Nossa, até que enfim!
-Mas e você, filha? Por que voltou assim, sem nem se anunciar?
-Ah, então... eu conheci alguém. Ele é aqui do Rio, acredita?
-Não brinca! Sério?
-Seríssimo. A gente tá combinado de se ver.
As duas seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 9: Ao chegar em casa do trabalho, Cristina estranha quando vê Vitório usando seu computador.
-Tudo bem, Vitório?
-Tudo.
-Ei, cê não tá achando abusado demais usar o meu computador, não? Não tem seu celular pra usar a internet?
-Tenho, mas é que preciso fazer umas pesquisas...
-Sei. Precisa mesmo ser no meu computador?
-Meio que precisa.
-Posso saber do que se trata?
-Não por enquanto. Mas logo cê vai saber...
Cristina fica desconfiada. CORTA A CENA.

CENA 10: Giovanna tem um pesadelo onde revive a cena de seu acidente de carro e tudo o que se desenrolou depois. Giovanna se acorda assustada com um grito. Valéria e Hugo escutam e vão acudí-la.
-Tá tudo bem? - pergunta Hugo.
-Gente... fala alguma coisa! Tá parecendo assustada... - fala Valéria.
Giovanna respira fundo e olha com raiva para Valéria.
-Assassina! - grita Giovanna.
Hugo e Valéria ficam perplexos e sem saber como agir. FIM DO CAPÍTULO 180.

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