CENA 1: Hugo permanece sem palavras e Cristina se preocupa.
-Olha... se eu vim numa hora ruim, eu vou entender, tá?
-Calma, Cristina... entra, por favor. Se você preferir, a gente sobe até meu quarto pra essa conversa ficar só entre nós.
-Prefiro, Hugo. Ainda não tenho cara pra encarar de frente os seus pais. Sei que eles devem estar com raiva de mim e não posso julgá-los por isso...
Os dois sobem ao quarto de Hugo.
-Eu queria antes de mais nada te pedir perdão por tudo, Hugo...
-Não precisa pedir perdão outra vez, Cristina. Você sabe que eu já passei uma borracha nisso tudo.
-É que minha consciência pede por isso. Eu fiz muita besteira. Coisas que eu mesma, olhando de fora, não saberia perdoar.
-Mas nada de se culpar por isso, viu, meu amor?
-Meu amor?
-Sim. É isso que você é pra mim, Cristina. Que se danem as convenções... que se dane o que os outros possam dizer ou pensar. Você ainda é meu amor.
-Então você realmente tá disposto a me aceitar de volta?
-Sempre estive, Cristina. Basta você querer.
-Claro que eu quero! Só não sei se mereço tanto! Devo ter nascido com a bunda virada pra lua, mesmo... não mereço tanta sorte...
Hugo beija Cristina.
-Você é o melhor cara que já conheci nessa vida... sem exagero. Tenho muita sorte de ter te conhecido, de verdade...
-Eu que tenho sorte, Cristina. A sorte de poder aprender com você que as pessoas são livres. E que não existe nada de errado com isso.
-Livres? Não sei, Hugo... a gente tenta ser. Mas são tantas as prisões nessa vida...
-A única prisão que quero com você é nosso casamento.
-Você tá falando sério, Hugo? Depois de tudo o que te fiz passar?
-E por que não? A gente tem tanta coisa em comum... nós funcionamos como uma dulpa. Não precisamos da paixão avassaladora porque já passamos dessa fase da vida. Não vejo nada demais em manter meu casamento com você.
-Mas e seus pais? E o seu Leopoldo, principalmente? Sempre todo católico, quase carola... sei não, viu?
-Deixa que com meus velhos eu me entendo, pode ser?
-Se você diz...
-Então... você ainda não me respondeu. Quer casar comigo, ainda?
-Claro que sim, Hugo! Chego a achar isso uma doideira, parece um sonho bom... no final das contas, tá tudo exatamente no mesmo lugar de antes! Eu aceito casar com você, meu querido...
Cristina beija Hugo.
-Agora o jeito vai ser contar a novidade pras feras... e esperar pela reação deles...
-Ai, Hugo... só espero que isso não termine em confusão.
-Confusão? Duvido muito. Dona Bernadete prefere arrancar o mindinho a ter que levantar a voz, vai por mim...
-Se você tá me dizendo... eu confio.
-Alguma vez dei razão pra você não confiar? Então fica relaxada...
-E a data do casamento, quando vai ser?
-A gente decide isso mais adiante.
-Concordo. Afinal de contas, a gente ainda vai precisar de algum tempo pra domar seus pais...
-As feras, você quer dizer.
-Bobo... você vai ver como tudo vai serenar...
CORTA A CENA.
CENA 2: Bernadete se choca com a notícia de que Hugo ainda se casará com Cristina e vai ao pátio da mansão, em silêncio.
-Hugo... você nem tente me impedir. Eu preciso falar com a sua mãe. Ela precisa entender meus motivos...
Cristina vai atrás de Bernadete, que tenta se esquivar.
-Por favor, dona Bernadete... eu preciso que a senhora me dê pelo menos cinco minutos.
-Cinco minutos, Cristina? E o tempo que você passou sumida, porque resolveu que era uma boa ideia fugir com o seu ex e deixar meu filho chupando dedo e ainda aguentando fama de corno? Eu não devia nem te dar cinco segundos, garota...
-Eu sei que eu errei, de verdade. Mas preciso que você procure pelo menos tentar entender meu lado.
-Pois então fale. Você tem cinco minutos pra me convencer.
-Não piora as coisas, dona Bernadete... não tem sido nada fácil tudo isso pra mim.
-E você não perca tempo, garota. Agora você tem pouco mais de quatro minutos e meio.
-O Vitório foi o grande amor da minha vida. De certa forma, ainda é. A gente se conheceu quando eu era adolescente ainda. Antes do Hugo, Vitório tinha sido meu único homem, se é que você me entende. A gente planejava casar... morar junto, que fosse. Tínhamos muita química e muita parceria, muita cumplicidade. De repente Vitório some... não dá notícias por três anos. Eu fico sem saber se ele tá vivo ou morto, durante todo esse tempo. E então ele ressurge... dias antes de eu casar com o seu filho. Minha primeira reação foi mandar ele pra longe, depois do choque. Mas ele foi me cercando, argumentando, me convencendo a dar uma chance pra ele. Aceitei a proposta dele de fugirmos juntos... eu fui covarde, dona Bernadete... eu admito isso. Não tive coragem de encarar as coisas, de romper com o Hugo, de fazer as coisas pelo lado certo. Só que no meio disso tudo, minha visão começou a se deteriorar... rapidamente. Eu tenho uma doença degenerativa, rara em pessoas da minha idade... eu vou ficar cega, dona Bernadete: tenho degeneração macular relacionada à idade exsudativa... num caso raro de precocidade. Rompi com Vitório porque ele tinha uma visão contrária à minha sobre as opções de tratamento. Percebi que ele podia ser frio e cruel... e aos poucos me arrependi da sandice que fiz quando fugi com ele. Por favor, dona Bernadete... tenta entender! Não precisa perdoar, só precisa de um pouco de empatia.
Bernadete se emociona.
-Sabe, Cristina... você me lembra demais sua mãe... e Nicole é uma querida amiga minha... desde que somos muito jovens. Eu não sei se é a coisa certa, mas não me resta outra alternativa senão te perdoar.
As duas se abraçam. CORTA A CENA.
CENA 3: Valéria recebe Flavinho e Leonardo quando eles chegam em casa, apreensiva.
-Oi, gente... como foi o dia docês?
-Teria sido melhor, Valéria... Flavinho me contou que você foi demitida. A gente precisa conversar sobre isso, antes de mais nada... - fala Leonardo.
-É, Valéria... a verdade é que esse trem complicou a vida de todos nós... - complementa Flavinho.
-Ai, meninos... eu nem sei o que dizer. No final das contas essa coisa toda ainda acaba prejudicando todos nós... desculpa, gente. Não imaginei que o salão estivesse tão mal, senão tinha procurado outro emprego antes. Mas agora com essa gravidez, ninguém vai querer me contratar... - desabafa Valéria.
-Calma, querida. Nós somos uma família. Família tem dessas coisas: momentos bons e momentos ruins, fáceis e difíceis. A gente vai encontrar um jeito, uma maneira de sair desse buraco que começa a se abrir diante dos nossos pés. - fala Leonardo.
-Eu acho que a gente precisa de um jeito de resolver isso de uma forma que não prejudique vocês. Não ia ser justo, meninos... essa casa, tudo o que vocês conquistaram, sabe? É de vocês, muito mais do que meu... - fala Valéria.
-E por que você não fala com o Gustavo, Valéria? Ele é seu irmão... precisa saber do que tá acontecendo. Vai poder ajudar de algum jeito, por mínimo que seja... - orienta Flavinho.
-Flavinho tá certo, querida: o seu irmão pode pelo menos aliviar o seu lado, o que já pode ser de grande ajuda, né? - fala Leonardo.
-Ai, gente... mas com que cara eu chego pro meu irmão e digo que tou precisando de dinheiro? Nem justo é... - fala Valéria.
-Justo pode não ser, mas ele é seu único parente vivo... - argumenta Flavinho.
-Verdade, Valéria... antes de mais nada você fala com ele. Vê como ele pode ajudar. Depois a gente pensa no que faz. Agora chega dessa conversa que eu vou preparar o jantar pra gente hoje... - finaliza Leonardo.
CORTA A CENA.
CENA 4: Fábio percebe, no meio da madrugada, que Arlete não consegue dormir.
-De novo com essa insônia?
-Pra variar, amor... achei que essa mudança de fuso ia ajudar, mas na verdade só piorou as coisas...
-Engraçado, Arlete... eu posso jurar que essa testa franzida não é só pela insônia.
-Você não vai levar a mal se eu disser uma coisa? Juro que não é pra fazer desfeita com esses dias maravilhosos que a gente tem passado aqui...
-Claro que não vou levar a mal, querida. Até parece que você não me conhece, Arlete...
-Ando sentindo muita saudade do Brasil. Do meu Rio de Janeiro... de tudo. Sentindo uma vontade louca de arrumar minhas coisas e me mandar de volta...
-Eu imaginei que você me diria isso, amor...
-Sério que imaginou?
-Sim, boba... você é fácil de ler.
-E você não ficaria chateado se a gente antecipasse a nossa volta ao Brasil?
-Por que ficaria, Arlete? Essa foi nossa primeira de muitas viagens. E ainda nem chegamos à nossa lua-de-mel, que vai ser infinitamente melhor. Temos o resto das nossas vidas pra aproveitar... juntos, como marido e mulher. A mim realmente não importa se é em Paris ou em Copacabana... de verdade.
-Você não existe, Fábio... não tem como não te amar. Nem quando eu acho que você vai ficar chateado, você fica...
-Besteira, meu amor... o mundo não gira em torno de mim. Uma relação é feita de troca, de companheirismo, de compreensão. Você quer voltar pro Brasil ainda hoje? Porque se quiser, a gente pode ir arrumando as nossas coisas agora mesmo e ir pro aeroporto.
-Cê tá falando sério? Porque por mim, eu ia embora pro Brasil agora mesmo...
-Então tá mais que resolvido... a gente vai voltar.
-Só queria te pedir uma coisa, querido: não vamos avisar ninguém, pode ser? Quero aproveitar ainda mais uns dias com você, no nosso apartamento... como se não existisse mundo lá fora...
-Então tá feito... vai ser isso.
Os dois se beijam. CORTA A CENA.
CENA 5: Cristina fica na mansão dos di Fiori para o jantar, na presença de Hugo, Bernadete, Leopoldo e Giovanna.
-Preciso agradecer do fundo do meu coração essa nova acolhida, queridos... tenho mais sorte que mereço nessa vida, mesmo estando condenada a ficar cega... - fala Cristina.
-Você só fica cega se quiser, não é, Cristina? Pelo que entendi, existe a opção do transplante experimental... arriscado, mas é uma chance, não é? - questiona Leopoldo.
-Não quero entrar em aprofundamentos sobre essa questão, meu sogro... mas basicamente essa é uma questão que coloca um conflito imenso na minha cabeça. É a minha ética brigando com a lógica. Pode ser que amanhã ou depois eu mude de ideia, mas nesse momento, minha decisão é de não fazer o transplante. E de fatalmente ficar cega com o tempo. - afirma Cristina.
-Mas isso não é uma sandice? Cristina, você é mais jovem que eu. Não deveria ser tão conformista... - fala Giovanna.
-Independente de qual for a decisão final da Cristina, eu já decidi que vou fazer o possível pra ver ela feliz. Nem que pra isso eu seja os olhos dela... - fala Hugo.
Todos seguem conversando enquando Giovanna observa a tudo, se sentindo vitoriosa e se afastando da mesa, a murmurar consigo mesma.
-A tonta ainda se acha esperta... mal sabe que tá tudo saindo como eu planejei...
CORTA A CENA.
CENA 6: Instantes depois, Cristina pede para conversar a sós com Giovanna.
-Nossa, o que cê tem pra dizer que não pode falar perto do Hugo, Cris?
-Sabe o que é, Giovanna? Minha consciência anda pesando pra caramba, mesmo sabendo da sorte que tenho.
-Não tou entendendo... pesando por que?
-Porque eu sinto como se eu estivesse ainda mentindo, enganando todo mundo. Vivendo uma farsa... só que essa farsa parece que faz todos felizes.
-Mas que farsa, mulher? Tá tudo mais que esclarecido, depois de toda essa tempestade...
-Tirando o fato de que eu não amo o Hugo... não o suficiente.
-Mas pelo menos ama. Já é um começo.
-Será, Giovanna? E depois, como é que vai ser? Claro que eu sei que devo ser grata por ele ser um homem tão compreensivo, por se dispor a ficar comigo pro que der e vier, mesmo comigo prestes a ficar cega... eu amo, sim. Mas me sinto uma farsante porque não amo suficiente. Meu grande amor, apesar de tudo, ainda é o Vitório.
-Bobagem, Cristina... amor se constrói com o tempo. Você vai ver.
-Que tempo, Giovanna? Já vai fazer três anos que conheci Hugo. Acho que já tive tempo pra construir um sentimento forte por ele. E tenho medo que só amizade e gratidão não sejam suficientes.
-Vai depender de você, minha amiga. Você é uma mulher sensata, não é? Então deve saber que melhor homem nesse mundo não existe pra você. O Hugo é um grande amigo meu, você sabe disso. Sei bem o valor que ele tem. Você deve ser sempre grata a isso... deixa que o resto é cuidado pelo tempo. Não precisa de uma paixão avassaladora pra ser amor.
CORTA A CENA.
CENA 7: Gustavo está num corredor da clínica esperando dar sua hora de ir embora quando seu celular toca.
-Oi, mana... que te deu pra ligar agora? Ainda tou no meu trabalho...
-Ai, Gustavo... espero não estar atrapalhando.
-De forma alguma, Valéria. Esses últimos minutos eu só fico cuidando de tudo antes do fechamento.
-Melhor assim... o que tenho a falar com você é um trem meio chato...
-Vixe... o que é, mana?
-Sabe o que é, mano? Eu fui demitida. O salão que eu trabalhava tá quase falindo. Só que tem mais coisa... cheguei a te contar que tava de namorado, certo?
-Sei... o William, não é esse o nome dele?
-Ele me largou. Eu engravidei dele... ele confessou que nunca foi pobre e me acusou de querer dar o golpe da barriga nele. Foi tudo muito traumático e no fim das contas acabei mentindo pra ele que não tem gravidez nenhuma, que foi só um alarme falso...
-Valéria... isso é grave. E agora, como vai ser? Você desempregada e grávida! Os meninos vão dar conta disso?
-É por isso que te liguei, mano... queria saber se tem como você me mandar um dinheiro pra eu pelo menos ter alguma coisa antes de ver o que fazer...
-Claro que posso te mandar esse dinheiro, Valéria... mas como vai ser depois, mana? Quem é que vai contratar uma grávida? Ainda mais em BH?
-Nem me fala, mano... não sei o que vai ser de mim a longo prazo.
-Pois vai precisar pensar. Agora você não é mais sozinha. Tem um filho ou uma filha pra se preocupar. Você quer ter esse bebê, não quer?
-Quero, sim... é louco, mas amei essa sementinha desde o primeiro momento.
-Mana... vem pro Rio. Você pode comprar uma passagem de ônibus com o dinheiro que vou te mandar pela conta corrente. Vem morar comigo no meu apartamento. Você não pode ficar sozinha...
-Mas eu tenho Flavinho e Leonardo...
-Sim, mas ocê acha justo com os meninos tirar do trabalho deles?
-Por esse lado... eu vou ver o que posso fazer, mano... não te respondo agora porque ainda preciso de um tempo pra ver como tudo se resolve.
-Se nada der certo, eu te espero aqui no Rio. Não se esquece disso. Te amo, baixinha...
CORTA A CENA.
CENA 8: William surpreende Flavinho e Leonardo ao surgir na casa deles durante jantar. Valéria fica na defensiva.
-Ói... se ocê veio aqui pra me pedir perdão e vir com um monte de desculpa furada e papinho de pobre arrependido, tá perdendo seu tempo, William. Quero mais nada com você, não... - fala Valéria.
-Calma, gente. Eu vim me despedir. - esclarece William.
-Como é que é? Se despedir? Tá com doença terminal? Se ocê veio nessa casa pra soltar mais uma mentira, vai embora da minha casa agora! - fala Flavinho.
-Eita! Cês querem deixar o William falar, por favor? - protesta Leonardo.
-Obrigado, Leo. Gente... eu sinto muito pela mentira que sustentei a todos vocês. Gosto de vocês todos, de verdade. Valéria sempre vai ser meu amor e vocês sempre vão ser bons amigos pra mim. Mas o fato é que eu vim, sim, me despedir. Estou de partida para a Inglaterra. Vou passar um tempo lá... não sei quando volto. Nem se volto. Preciso colocar algumas coisas no lugar, dentro de mim... aprender a ser menos mimado e desconfiado, quem sabe. Eu vim me despedir de vocês porque vocês significam uma coisa bonita pra mim... uma coisa bonita que eu, burro, não soube manter e joguei fora... a culpa é toda minha... - fala William, emocionado.
Valéria fica impactada com as palavras de William e resolve falar.
-Sabe, William... apesar de tudo, a gente viveu coisas boas. Apesar de todas essas suas mentiras que levaram ao fim do nosso namoro, eu te desejo sorte. E paz... só não te dou um abraço agora porque vou me acabar chorando e detesto despedida. Espero que você cresça. De verdade. - fala Valéria.
-Cara... você fez besteira. Das grandes. Mentiu pra todos nós, mas o pior de tudo foi ter questionado o caráter da Valéria na hora da raiva. Mesmo assim, acredito que você seja uma boa pessoa. Pelo menos, potencial para ser uma boa pessoa, você tem. Apesar de tudo, eu espero de coração que você possa melhorar, pra quem sabe um dia voltar e ressignificar tudo isso aqui. Aprender a tratar as pessoas pelo que elas são e não pelo que elas tem ou não... - fala Leonardo.
-William... todos nós somos humanos. A gente erra. Pra caramba... e muitas vezes a gente erra querendo acertar. A vida tá te ensinando lições que você não deve ignorar. Seja feliz, meu amigo... e coloca um pouco de juízo nessa sua cabeça, viu? - fala Flavinho.
William, emocionado, abraça a todos e vai embora. CORTA A CENA.
CENA 9: Ao organizar as coisas após o jantar, Maria Susana se sente cansada.
-Ai, José... tou virada num chapéu velho de tão derrotada hoje... tudo bem você lavar a louça e colocar tudo no lugar?
-Que isso, querida... claro que posso!
-Eu quero ajudar, mãe. Posso ir com o pai? - pergunta Miguel.
-Claro que sim, meu filho!
José e Miguel vão à cozinha para lavar a louça e Maria Susana os observa. José ri da maneira que Miguel pega os talheres para colocar na pia.
-Não, meu filho... não é assim que pega. Deixa o pai mostrar, ó: as colheres você pega por aqui, tá vendo?
-Ai pai... isso é tão difícil. Como é que vocês lembram de tudo?
-Ah, filho... a gente não nasce sabendo das coisas. Mas depois que aprende, não esquece mais como faz. Ó, presta atenção aqui: as facas você pega sempre com as pontas voltadas pro lado de fora, tá vendo?
-Sim, pai...
Maria Susana se emociona ao ver interação entre pai e filho. CORTA A CENA.
CENA 10: Flavinho percebe que Leonardo não consegue dormir e se revira de um lado pro outro na cama.
-O que te deu, amor? Insônia depois de tanto tempo?
-Pra você ver, Flavinho... nem eu esperava sentir mais essa coisa...
-Podia jurar que tem alguma coisa fervendo aí na sua cabeça.
-O que poderia ser? Acho que fiquei meio mexido com o William se despedindo da gente... acho que isso mexeu mais com a Valéria.
-Eu te conheço, Leo. Você não quer me dizer, mas sua preocupação é outra.
-Não consigo esconder nada de você... nem adianta tentar. É que tou com um pressentimento ruim com a minha mãe. Com a sensação de que nunca mais vou ver ela nessa vida...
Flavinho se assusta. FIM DO CAPÍTULO 14.
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